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Estado de Minas AP�S OITO HORAS

Novas conversas, �udios e e-mails: o que Moro apresentou � Pol�cia Federal

Ex-ministro dep�s por mais de oito horas em inqu�rito para apurar as den�ncias dele contra o presidente Bolsonaro


postado em 03/05/2020 11:14 / atualizado em 03/05/2020 11:43

Ex-aliados e agora adversários, o presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro(foto: Evaristo Sá e Sérgio Lima/AFP)
Ex-aliados e agora advers�rios, o presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro da Justi�a S�rgio Moro (foto: Evaristo S� e S�rgio Lima/AFP)
O depoimento do ex-ministro da Justi�a Sergio Moro na Superintend�ncia da Pol�cia Federal, em Curitiba, durou 8h30. De acordo com uma fonte na corpora��o, ele detalhou as acusa��es — que fez no pronunciamento ao entregar o cargo — de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF. O ex-juiz levou novas conversas de aplicativo e outros arquivos digitais que ser�o periciados pela PF. S�o mensagens de WhatsApp, �udios e e-mails, inclusive trocados com outros integrantes do governo, al�m do presidente. 

Moro respondeu a perguntas de dois delegados da Diretoria de Investiga��o e Combate ao Crime Organizado e de tr�s procuradores que sa�ram de Bras�lia e foram at� o Paran� para participar da oitiva. O ex-juiz chegou ao pr�dio da PF em uma viatura da institui��o e teve acesso ao edif�cio por meio de uma entrada privativa, nos fundos. O depoimento se estendeu tanto que um intervalo precisou ser realizado no fim da tarde. � noite, ocorreu mais uma pausa para o lanche. 

Na sala, Moro e os demais integrantes estavam afastados por uma dist�ncia de um metro cada, e todos de m�scara, para evitar a dissemina��o do novo coronav�rus. O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, destacou para o depoimento os procuradores Jo�o Paulo Lordelo Guimar�es Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita, que atuam no gabinete dele na capital federal.

Apoiadores de Moro e de Bolsonaro se enfrentaram em frente ao pr�dio da corpora��o. Nos momentos mais hostis, a Pol�cia Militar precisou intervir. Um manifestante, que estava do lado favor�vel ao presidente, chegou a tentar agredir jornalistas, sendo contido pela pol�cia. Os atos a favor de Bolsonaro foram convocados pela internet, e o de apoio ao ex-juiz partiu de integrantes de um acampamento pr�-Lava-Jato que j� se concentrava no local.

O depoimento vai ser encaminhado ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inqu�rito que apura as den�ncias feitas por Moro contra Bolsonaro. O conte�do pode ser mantido sob sigilo, se a PF entender necess�rio para preservar a investiga��o. Nos pr�ximos dias, Mello deve determinar o cumprimento de dilig�ncias para recolher provas e informa��es, com o objetivo de averiguar as den�ncias.

Clima de apreens�o

No governo, o clima foi de apreens�o ao longo de todo o dia. Bolsonaro tentou demonstrar que n�o estava preocupado com assunto. No entanto, conversou com aliados e com os filhos para avaliar eventuais impactos das revela��es. Interlocutores do Planalto informaram que o maior temor � de que, ao longo dos �ltimos meses, Moro tenha registrado diversas conversas com o presidente, n�o s� por mensagens de texto, mas tamb�m em �udios e v�deos.

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) afirmou que entrou em contato com o chefe do Executivo � noite e recebeu dele a informa��o de que estava enfrentando a situa��o com tranquilidade. “Acabei de falar com o presidente Jair Bolsonaro. Ele est� tranquilo. Sabe que nem em 15 meses de conversa gravada, nem que fossem 15 anos, Sergio Moro teria alguma coisa contra ele. Talvez uns palavr�es, quem sabe, mas acho que isso n�o � crime, a n�o ser que o STF resolva criar um”, ironizou.

Advogado

Para atuar em sua defesa, Moro contratou Rodrigo S�nchez Rios e outros tr�s advogados. Conhecido criminalista de Curitiba, S�nchez � secret�rio-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paran�. Ele atuou em casos da Lava-Jato em que o pr�prio ex-ministro da Justi�a era o juiz da causa. Entre o rol de clientes do defensor no �mbito da opera��o est� o ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente da C�mara.

S�nchez tamb�m esteve � frente da defesa do empres�rio Marcelo Odebrecht, uma das figuras mais marcantes do caso Lava-Jato. O ex-presidente da empreiteira que leva seu sobrenome esteve profundamente envolvido no esquema de desvio de recursos da Petrobras.


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