
A ideia seria list�-los como eventuais testemunhas de falas ditas por Bolsonaro durante os encontros, o que pode lev�-los a serem ouvidos durante as investiga��es.
De acordo com a agenda p�blica do presidente, neste ano foram realizadas 11 reuni�es em que Moro esteve com o presidente da Rep�blica junto de ex-colegas. Nas agendas, os ministros que mais estiveram reunidos com Bolsonaro e Moro s�o os respons�veis pela Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e pelo Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno. Ramos participou de oito encontros com os dois, enquanto Heleno marcou presen�a em sete reuni�es.
Os dois s�o do n�cleo militar do governo e est�o entre os ministros mais pr�ximos de Bolsonaro. Quando a crise interna que antecedeu o pedido de demiss�o de Moro esquentou no governo, Heleno, Ramos e o ministro da Casa Civil, Braga Netto, entraram em campo como "bombeiros" para tentar segurar a sa�da do ex-juiz.
A �ltima reuni�o com a participa��o de mais ministros ocorreu no dia 22, uma quarta-feira, dois dias antes de o ex-ministro pedir demiss�o. No encontro, al�m de Moro, estavam mais 20 integrantes do primeiro escal�o do governo e os presidentes de bancos p�blicos. No dia seguinte, o ex-juiz voltou a se reunir com Bolsonaro, no Pal�cio do Planalto, mas sozinho. Foi quando avisou que deixaria o cargo caso o presidente insistisse em trocar o comando da Pol�cia Federal.
Na semana passada, Bolsonaro chegou a dizer que divulgaria a grava��o de um encontro anterior, no dia 14, quando teria cobrado do ex-juiz da Lava Jato que se posicionasse sobre pris�es, consideradas por ele "ilegais", de pessoas que furaram a quarentena imposta por prefeitos e governadores para evitar a propaga��o do novo coronav�rus. Ele desistiu, no entanto, ap�s ser aconselhado a n�o tornar a conversa p�blica.
A lista de encontros oficiais tamb�m inclui reuni�es com os ministros Paulo Guedes (Economia), Fernando Azevedo (Defesa), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Braga Netto (Casa Civil), Marcelo �lvaro Ant�nio (Turismo), Ernesto Ara�jo (Itamaraty), Wagner Ros�rio (Controladoria), Andr� Luiz Mendon�a ent�o AGU e agora na Justi�a), Marcos Pontes (Ci�ncia e Tecnologia), Tarc�sio de Freitas (Infraestrutura), Rog�rio Marinho (Desenvolvimento Regional), al�m de Luiz Henrique Mandetta, agora ex-ministro da Sa�de.
Em fevereiro, inclusive, junto de Azevedo e Heleno, Moro esteve reunido com Bolsonaro ao lado do ent�o diretor-geral da PF, Maur�cio Valeixo, seu homem de confian�a, e o escolhido pelo presidente para ocupar o comando da corpora��o, Alexandre Ramagem, chefe da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin). A demiss�o de Valeixo por Bolsonaro foi o estopim da crise entre o mandat�rio e o ex-ministro da Justi�a.
Fora esses encontros de Moro e Bolsonaro, ambos estiveram presentes nas reuni�es do Conselho de Governo, em que o quadro ministerial - s�o 22 ministros de Estado - se encontra com o chefe do Executivo para avaliar, periodicamente, as a��es da gest�o.
Acompanhe o caso
Magistrado por 22 anos, Moro foi respons�vel por conduzir a��es que levaram pol�ticos como o ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio do Lula da Silva (PT) e o ex-presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha, � pris�o. Al�ado ao posto de superministro na gest�o Bolsonaro, o ex-juiz se despediu do comando da pasta de Justi�a e Seguran�a P�blica de forma explosiva. Segundo ele, o presidente queria mexer no comando da PF para obter acesso a informa��es sigilosas e relat�rios de intelig�ncia. Suas declara��es deflagraram a abertura de um inqu�rito perante o Supremo Tribunal Federal (STF), para o qual o ex-ministro prestou o depoimento no �ltimo s�bado, 2."O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informa��es, relat�rios de intelig�ncia, seja diretor, superintendente, e realmente n�o � o papel da Pol�cia Federal prestar esse tipo de informa��o. As investiga��es t�m de ser preservadas", disse Moro no dia em que anunciou sua sa�da do governo.
Tr�s dias ap�s a exonera��o de Valeixo ser publicada, Bolsonaro nomeou Ramagem para chefiar a PF. O delegado ganhou a confian�a do presidente com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro, seu filho 02. A posse, no entanto, foi frustrada por uma decis�o do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Provocado por uma a��o do PDT, Moraes suspendeu a nomea��o de Ramagem em raz�o das acusa��es de Moro sobre a tentativa de interfer�ncia do chefe do Executivo na PF. Para o ministro do STF, que foi criticado por Bolsonaro pela decis�o, o caso poderia representar desvio de finalidade.
Nesta segunda-feira, 4, Bolsonaro nomeou o delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo de diretor-geral da Pol�cia Federal. O decreto em que oficializa a decis�o foi publica��o em edi��o extra do Di�rio Oficial da Uni�o nesta segunda-feira, 4. Ex-secret�rio de Planejamento e Gest�o da Abin, Rolando � considerado "bra�o direito" de Ramagem.