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Estado de Minas CART�O CORPORATIVO

Aumento de gastos pessoais de Bolsonaro n�o tem a ver com a China

Gastos sigilosos do presidente dobraram entre janeiro abril e a repatria��o de brasileiros da China n�o est� nessa despesa, conforme alegou Bolsonaro


postado em 12/05/2020 07:15 / atualizado em 12/05/2020 07:45

(foto: Isac Nóbrega/PR)
(foto: Isac N�brega/PR)

Os gastos sigilosos da Presid�ncia da Rep�blica com cart�o corporativo, usado para bancar despesas do presidente Jair Bolsonaro, aumentaram nos primeiros quatro meses do ano, mesmo quando descontado o valor da opera��o que resgatou brasileiros em Wuhan, na China. Ap�s o jornal O Estado de S. Paulo revelar que a fatura de janeiro a abril havia dobrado, o presidente justificou a alta com os custos da viagem, que utilizou aeronaves da For�a A�rea Brasileira (FAB).

Segundo o presidente afirmou nesta segunda-feira, foram utilizados R$ 739.598, via cart�o corporativo, com os tr�s voos enviados ao pa�s asi�tico em fevereiro deste ano. Como mostrou a reportagem no domingo, as despesas sigilosas vinculadas a Bolsonaro foram de R$ 3,76 milh�es neste ano, segundo informa��es do Portal da Transpar�ncia. O valor representa um aumento de 98% em rela��o � m�dia dos �ltimos cinco anos no mesmo per�odo.

"3 avi�es da @fab_oficial, vinculados � Presid�ncia, foram � China buscar brasileiros em Wuhan. Na opera��o foram gastos R$ 739.598,00 com cart�o corporativo. Ao contr�rio do noticiado, retirando despesas extraordin�rias, nossos gastos seguem abaixo da m�dia de anos anteriores", postou o presidente no Twitter.

Diferentemente do que diz Bolsonaro, ao abater o valor citado por ele com os voos para a China, os R$ 3 milh�es relacionados a outros gastos sigilos ainda assim representam uma alta de 59% em rela��o � m�dia do que gastaram Dilma Rousseff e Michel Temer, seus antecessores no cargo.

Desde domingo, quando a reportagem foi publicada, o presidente tem citado os voos para a China como justificativa para o aumento dos gastos sigilosos com cart�o corporativo, mas, at� ent�o, ele n�o havia revelado o valor.

"O que eu posso falar da China � que ontem (domingo) a imprensa, como sempre, d� licen�a a�, a imprensa como sempre criticando o cart�o corporativo", afirmou o presidente ontem pela manh�, em frente ao Pal�cio da Alvorada, ao responder uma mulher que o questionou se o pa�s asi�tico escondia dados sobre o coronav�rus. "Parte da opera��o da China, tr�s avi�es da FAB, por ser avi�o militar, foi financiada com cart�o corporativo meu. Apareceu eu usando o cart�o para fazer festa. Falta de car�ter e de responsabilidade dessa imprensa a�."

Os gastos com a opera��o que trouxe de volta ao Pa�s 34 brasileiros at� ent�o estavam em sigilo. A hashtag "MostraAFaturaBolsonaro" ficou na lista de assuntos mais comentados do Twitter ontem.

Parlamentares de diferentes partidos - desde Kim Kataguiri (DEM-SP) a Jandira Feghali (PCdoB-RJ) - cobraram de Bolsonaro que revele como gastou o dinheiro p�blico via cart�o corporativo. Vinicius Poit (Novo-SP) apresentou um requerimento de informa��es para a Presid�ncia da Rep�blica.

Viagens


Em resposta � reportagem na semana passada, o Pal�cio do Planalto deu uma vers�o diferente do que afirmou Bolsonaro como principal motivo do aumento.

Sem dar detalhes, a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presid�ncia - �rg�o respons�vel pela gest�o dos cart�es corporativos - informou que a maior parte das despesas neste ano est� relacionada �s viagens presidenciais em territ�rio nacional e viagens internacionais. Neste ano, o presidente esteve na �ndia em janeiro, participou da posse do presidente do Uruguai, no in�cio de mar�o e, no mesmo m�s, viajou com uma comitiva de 31 pessoas aos Estados Unidos.

O c�lculo que aponta o gasto de R$ 3,76 milh�es leva em conta apenas os valores vinculados � Secretaria Especial de Administra��o, que � respons�vel por despesas do presidente e de sua fam�lia, das resid�ncias oficiais e demais gastos corriqueiros - material de escrit�rio do gabinete presidencial, por exemplo. Quando considerados outros �rg�os vinculados � Presid�ncia da Rep�blica, como o Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) e a Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), o valor salta para R$ 7,55 milh�es neste in�cio de ano - aumento de 91% em rela��o � m�dia do mesmo per�odo.

Na mesma resposta dada na semana passada, a Secretaria-Geral chegou a citar o aumento a despesas com a opera��o na China, mas sem detalhar qual �rg�o foi o respons�vel pelos gastos. Questionado novamente ontem, o Pal�cio do Planalto n�o se manifestou at� a conclus�o desta edi��o.

Sigilo


Em dezembro do ano passado, o Estado revelou que o governo passou a ignorar uma decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) e se recusa a explicar como tem usado o dinheiro p�blico via cart�es corporativos. A Presid�ncia afirma que a abertura dos dados e notas fiscais poderiam colocar em risco a seguran�a do presidente.

Antes de ser eleito, Bolsonaro foi um cr�tico ferrenho dos gastos com cart�es corporativos e, principalmente, do sigilo dos extratos. Em 2008, em discurso na C�mara, ainda como parlamentar (na �poca filiado ao PP) desafiou o ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva a "abrir os gastos" com o cart�o.

Em 2018, durante o governo de transi��o, o ent�o coordenador do grupo e atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, chegou a afirmar que a gest�o Bolsonaro acabaria com o meio de pagamento. A ideia, contudo, nunca foi levada adiante.


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