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Estado de Minas RACISMO

Presidente da Funda��o Palmares repudia Zumbi, que d� nome � institui��o

No final do ano passado, o atual presidente da Funda��o Palmares teve a nomea��o suspensa por j� ter defendido a extin��o do movimento negro


postado em 14/05/2020 07:44 / atualizado em 14/05/2020 08:28

(foto: Twitter)
(foto: Twitter)

No dia em que a aboli��o da escravid�o no Brasil completa 132 anos, o presidente da Funda��o Palmares, S�rgio Camargo, intensificou a estrat�gia de tentar desqualificar a figura que d� nome � institui��o criada justamente para promover e preservar valores hist�ricos e culturais da influ�ncia negra no Brasil.

Nessa quarta-feira, 13 de maio, data que marca a assinatura da Lei �urea em 1888, Camargo publicou artigos no site oficial da institui��o que mostrariam "a verdade" sobre Zumbi dos Palmares, cuja morte motiva a celebra��o da Consci�ncia Negra.

Zumbi � reconhecido como um dos l�deres do Quilombo dos Palmares, o principal n�cleo de resist�ncia negra � escravid�o no Pa�s. Os detalhes de sua vida, no entanto, s�o pouco conhecidos e objeto de diverg�ncia entre historiadores.

Entre os textos publicados nesta quarta-feira, 13, pela Funda��o Palmares, est� "Zumbi e a Consci�ncia Negra - Existem de verdade?", do professor Luiz Gustavo dos Santos Chrispino. No artigo, o autor fala sobre um processo que chama de "endeusamento de Zumbi". Chrispino afirma que a corrente do Movimento Negro tinha influ�ncia do processo Marxista Cultural de separa��o social e precisava de "um �cone", que viria a ser Zumbi dos Palmares. "Come�ava a� a Luta Esquerdista usando o povo negro como massa de manobra", diz o texto.

Ataque a Zumbi

Ao longo do dia, S�rgio Camargo tamb�m usou as suas redes sociais para atacar Zumbi, a quem afirma n�o ser um "her�i aut�ntico", e sim "uma constru��o ideol�gica de esquerda". Para Camargo, a verdadeira hero�na seria a Princesa Isabel, respons�vel pela assinatura da Lei �urea em 1888, ap�s o Brasil ser pressionado pela Inglaterra desde a primeira metade do s�culo 19 a abolir o com�rcio negreiro. O Brasil foi o �ltimo pa�s das Am�ricas a abolir a escravid�o.

"Zumbi � her�i imposto pela ideologia que a grande maioria dos brasileiros repudia. Negros, questionem, critiquem e n�o o aceitem passivamente!", escreveu Camargo nas redes sociais. "Her�i da esquerda racialista; n�o do povo brasileiro. Repudiamos Zumbi!", disse em outra publica��o.

No final do ano passado, o atual presidente da Funda��o Palmares teve a nomea��o suspensa por j� ter defendido a extin��o do movimento negro e dizer, entre outras coisas, que o Brasil tem um "racismo nutella". Ele tamb�m j� afirmou que a escravid�o foi "ben�fica para os descendentes" e atacou personalidades como a ex-vereadora do Rio Marielle Franco e a atriz Ta�s Ara�jo.

Em fevereiro deste ano, o presidente do Superior Tribunal de Justi�a (STJ), Jo�o Ot�vio de Noronha, reverteu a decis�o e, a pedido da Advocacia-Geral da Uni�o, liberou a nomea��o de Camargo para o comando da Funda��o Palmares.

A postura de Camargo, no entanto, n�o � totalmente isolada no governo. Assim como ele afirma que a sua gest�o busca "reconhecer a import�ncia da Princesa e resgat�-la do ostracismo hist�rico a que foi relegada", a Secretaria de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica (Secom), segue discurso semelhante. Em resposta a um texto de Camargo contra Zumbi, a Secom compartilhou publica��o que enaltece a Princesa Isabel como s�mbolo do fim da escravid�o. "Em 1888, a princesa Isabel promulgava a Lei �urea, extinguindo a escravid�o no Brasil. Seus anos de intenso empenho em favor da liberdade foram coroados com uma lei cujo nome deriva da express�o latina para 'ouro', representando o valor insuper�vel da dignidade da vida humana", afirma trecho do texto, acompanhado de uma imagem da Princesa Isabel.


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