
O inqu�rito foi entregue nesta quarta-feira, 13, � Justi�a Federal, segundo informa��es da sede da PF em Bras�lia. O delegado respons�vel pelo inqu�rito, Rodrigo Morais, afirmou, no entanto, que o relat�rio � inconclusivo e ainda pode sofrer altera��o. O motivo � que ainda n�o foi realizada per�cia no telefone do advogado de Ad�lio no caso, Zanone Manuel de Oliveira J�nior.
Em 28 de fevereiro de 2019, atendendo a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o desembargador N�viton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o (TRF-1), suspendeu a apura��o da Pol�cia Federal em que foi autorizada busca e apreens�o contra o advogado Zanone Manuel de Oliveira.
Em junho do ano passado, depois de encerrado o primeiro inqu�rito, aberto no dia do atentado, o juiz Bruno Savino, da Justi�a Federal em Juiz de Fora, absolveu Ad�lio Bispo depois de consider�-lo inimput�vel por ser portador de problemas psiqui�tricos.
O magistrado, na decis�o, ainda converteu a pris�o preventiva do autor do atentado em interna��o provis�ria por tempo indeterminado. "Sendo a inimputabilidade excludente da culpabilidade, a conduta do r�u, embora t�pica e anti-jur�dica, n�o pode ser punida por n�o ser juridicamente reprov�vel, j� que o r�u � acometido de doen�a mental que lhe suprimiu a capacidade de compreender o car�ter il�cito do fato e de se determinar de acordo com este conhecimento.", afirmou o magistrado, na senten�a.
O atentado aconteceu durante ato de campanha de Bolsonaro na regi�o central de Juiz de Fora, quando o candidato era carregado nos ombros por apoiadores. O ent�o candidato foi atingido no abdome. Depois da senten�a, j� como presidente, Bolsonaro disse que recorreria da decis�o, o que acabou n�o ocorrendo. O Minist�rio P�blico Federal tamb�m n�o recorreu.
Na senten�a, o juiz diz ainda que a per�cia m�dica realizada concluiu que Ad�lio "� portador de Transtorno Delirante Persistente", que "a conduta criminosa foi consequ�ncia direta da doen�a mental ativa", e que a presen�a dos "sintomas psic�ticos o impediram de compreender a antijuridicidade de sua conduta".
Mesmo depois da senten�a, o presidente Bolsonaro insistiu na tese de que Ad�lio agiu sob comando. O epis�dio entrou no embate entre o chefe do Poder Executivo e o ent�o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, que pediu demiss�o do cargo em 24 de abril deste ano depois de levantar suspeitas de que Bolsonaro tentava interfer�ncia na Pol�cia Federal. O presidente insinuava que as investiga��es em rela��o ao caso Ad�lio n�o avan�avam por falta de atua��o do comando da PF.
O segundo inqu�rito, entregue ontem � Justi�a, foi aberto em 25 de setembro, 19 dias depois do atentado. As investiga��es, conforme fontes da PF ouvidas � �poca, j� apontavam que Ad�lio Bispo havia agido sozinho. A decis�o de abrir outra investiga��o, no entanto, ocorreu porque o anterior foi iniciado a partir de pris�o em flagrante, com prazo mais curto de conclus�o.
"A op��o em abrir um segundo inqu�rito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, j� que se trata de um candidato � Presid�ncia da Rep�blica l�der das pesquisas de inten��o de voto", disse uma das fontes, � �poca. "A investiga��o, no entanto, aponta para atua��o do que chamamos de 'lobo solit�rio'", acrescentou.
O advogado de Ad�lio Bispo no processo, Zanone Manuel de Oliveira J�nior, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a decis�o judicial depois do primeiro inqu�rito j� deixava claro que seu cliente havia agido sozinho. "Todos os psiquiatras chegaram � mesma conclus�o. A medicina n�o mente. Os m�dicos convergiram para um ponto s�, os problemas mentais do Ad�lio", afirmou.
Sobre a per�cia em seu celular, o advogado afirma acreditar que o procedimento j� foi realizado. "No dia da busca e apreens�o, eu entreguei o celular para a PF", disse. A opera��o em que o equipamento do advogado foi apreendido ocorreu em 21 de dezembro de 2018. Zanone afirma que a per�cia, tendo ou n�o sido feita, n�o vai alterar a investiga��o. "N�o tem nada nele", afirma.