
Bastante alterado, o chefe do Executivo disparou: “Estou exigindo a quest�o da cloroquina agora tamb�m. Se o Conselho Federal de Medicina decidiu que pode usar cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o governo federal via ministro da Sa�de vai dizer que � s� em caso grave?”, questionou.
Bolsonaro disse ent�o que foi eleito presidente justamente para fazer escolhas. “Eu sou comandante, sou presidente da Rep�blica, para decidir, para chegar para qualquer ministro e falar o que est� acontecendo. E a regra � essa, o norte � esse. N�o estou extirpando nenhum ministro, nunca fiz isso e nem interferindo em qualquer minist�rio, como nunca fiz. Agora, votaram em mim para eu decidir. E essa decis�o da cloroquina passa por mim. E mais do que pedir... T� tudo tudo bem com o ministro da Sa�de, t� tudo sem problema nenhum com ele, acredito no trabalho ele, mas essa quest�o vamos resolver”. “Pode mudar e vamos mudar”, completou.
O impasse se assemelha ao que havia entre o presidente e o ex-ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta. Teich tamb�m tem defendido que o medicamento n�o tem efici�ncia comprovada e causa profundos danos colaterais.
No �ltimo dia 12, ele foi enf�tico nas redes sociais: “Um alerta importante: a cloroquina � um medicamento com efeitos colaterais. Ent�o, qualquer prescri��o deve ser feita com base em avalia��o m�dica. O paciente deve entender os riscos e assinar o “Termo de Consentimento” antes de iniciar o uso da cloroquina”.
Bolsonaro, por sua vez, insiste no uso da medica��o desde o surgimento dos primeiros sintomas e tem feito de tudo o que est� ao seu alcance para mudar as regras de isolamento. Com isso, a desmoraliza��o de Teich � cada vez mais expl�cita. No come�o da semana, por exemplo, o presidente adicionou na lista de servi�os considerados essenciais sal�es de beleza, academias e barbearias. No entanto, a medida pegou Teich de surpresa. Ele n�o foi consultado sobre o assunto e ficou sabendo sobre durante uma coletiva.
Ontem, na sa�da do Pal�cio da Alvorada, enviou um recado direto a Teich e disse que a reuni�o teria o intuito de alinhar as orienta��es. “A gente est� preocupado com o elevado n�mero de mortes e analisando o protocolo do Minist�rio da Sa�de [que] manda aplicar a cloroquina apenas em casos graves. Ent�o, vou conversar hoje com o ministro da Sa�de. N�o � o meu entendimento, que eu n�o sou m�dico. � o entendimento de muitos m�dicos do Brasil e outras entidades de outros pa�ses entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o in�cio, apesar de saberem que n�o tem uma confirma��o cient�fica da sua efic�cia. Mas, como estamos numa emerg�ncia, e a cloroquina sempre foi usada, desde 1955, e agora com a azitromicina, pode ser um alento para esta quantidade enorme de �bitos que estamos tendo no Brasil. Isso vai ser discutido hoje [ontem] com ministros”.
O presidente continuou: “O meu entendimento, ouvindo m�dicos, � que ela deve ser utilizada desde o in�cio por parte daqueles que integram grupo de risco. Pessoas que t�m comorbidade, pessoas de idade, deve ser usada a hidroxicloroquina. Se fosse a minha m�e... Minha m�e est� com 93 anos de idade. Eu vou atr�s dela, pego um m�dico, l�gico que n�o vou for�ar o m�dico, tem muitos m�dicos que concordam com este tipo de medicamento, e ela usaria a hidroxicloroquina. Enquanto n�o tivermos algo comprovado no mundo, temos este no Brasil aqui, que pode dar certo, pode n�o dar certo. Mas como a pessoa n�o pode esperar quatro, cinco dias para decidir, que a morte pode vir, � melhor usar.”
Questionado se havia ficado contrariado com os tu�tes do ministro Teich, que defende a linha contr�ria em rela��o ao medicamento, Bolsonaro apontou que ‘todos os ministros devem estar afinados com ele’.
“Olha s�, olha s�... Todos os ministros --j� sei qual � a tua pergunta, o que voc� quer dizer-- t�m que estar afinado comigo. Todos os ministros s�o indica��es pol�ticas minhas, t� certo? E quando eu converso com os ministros, eu quero efic�cia na ponta da linha. Nesse caso, n�o � gostar ou n�o do ministro Teich, t�? � o que est� acontecendo. N�s estamos tendo a� centenas de mortes por dia. Se existe uma possibilidade de diminuir esse n�mero com a cloroquina, por que n�o us�-la? Alguns falam que pode ser placebo. Eu falo: pode ser. A gente n�o sabe. Mas pode n�o ser tamb�m. A gente n�o pode daqui a dois anos falar "ah, se tivesse usado a cloroquina l� atr�s, ter�amos salvo milhares de pessoas". S� isso”, disse.
“Isso vai ser tratado... No meu entender, desde o come�o devia ser o vertical. Cuidar das pessoas do grupo de risco e botar o povo pra trabalhar. Olha s�. Tem uma m�xima do Napole�o dizendo mais ou menos o seguinte: "enquanto o inimigo estiver fazendo um movimento errado, deixe-o � vontade". No Brasil, no meu entender, o movimento errado � se preocupar apenas e t�o somente com a quest�o do v�rus. Tem o desemprego do lado. A esquerda t� quietinha. A esquerda t� quietinha. O povo precisa trabalhar”.
“O povo tem que voltar a trabalhar!Quem n�o quiser trabalhar, que fique em casa, porra! Fica em casa, ponto final”.