
Os detalhes deste encontro est�o sendo averiguados no inqu�rito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a acusa��o de Moro de que o presidente Bolsonaro tentou intervir no comando da Pol�cia Federal. O governo quer que apenas parte da reuni�o seja divulgada.
Ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno, argumentou que divulgar que o v�deo na �ntegra da reuni�o, que agora � alvo de inqu�rito, � "quase um atentado � seguran�a nacional". "Pleitear que seja divulgado, inteiramente, o v�deo de uma reuni�o ministerial, com assuntos confidenciais e at� secretos, para atender interesses pol�ticos, � uma ato impatri�tico, quase um atento � seguran�a nacional", escreveu no Twitter na quarta-feira, 14.
Para evitar a divulga��o do v�deo, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) alegou, na semana passada, "assuntos potencialmente sens�veis e reservados de Estado". O presidente tem adotado o mesmo discurso, dizendo que n�o h� problemas em divulgar o trecho alvo de investiga��o, mas alega que "assuntos comerciais, de rela��es internacionais e quest�es pessoais" se mantenham em sigilo.
Entretanto, at� o inqu�rito envolvendo o ex-ministro da Justi�a, a preocupa��o com seguran�a das conversas sigilosas n�o era tamanha. Durante os conselhos de ministros, gar�ons da Presid�ncia tamb�m entram na sala para servir �gua e caf� no in�cio e, eventualmente, retornam � sala para repor as bebidas. Nesses encontros, t�cnicos de som, respons�vel pela opera��o dos microfones, tamb�m costumam ter acesso ao local.
Al�m dos ministros e assessores sentados � mesa, uma foto ampla mostra cinco pessoas em p�. Em outra imagem, � poss�vel verificar que o porta-voz da Presid�ncia, Ot�vio R�go Barros, e outros tr�s assessores est�o sentados em uma outra fileira de cadeiras, encostada na parede.
O cuidado mais evidente ficava por conta dos celulares. Nestas ocasi�es, para evitar vazamentos, todos os participantes s�o obrigados a deixar o celular do lado de fora da sala. O �nico que costuma ser exce��o � o ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno. J� o telefone do presidente costuma ficar nas m�os de um ajudante de ordens.
Os encontros eram gravados na �ntegra e armazenados pela Secretaria de Comunica��o com conhecimento do presidente, que eventualmente publica trechos em suas redes sociais.
"Nossa reuni�o � filmada e fica no cofre l� o chip", comentou Bolsonaro no dia 28 de abril - na �poca, ele mesmo sugeriu a divulga��o do v�deo. "Mandei legendar e vou divulgar. Tirem as conclus�es de como eu converso com os ministros."
Ap�s a investiga��o, o governo passou a alegar que apenas trechos eram gravados para a divulga��o, mas, por fim, entregou o conte�do da �ntegra da reuni�o do dia 22 de abril atendendo ao pedido do ministro Celso de Mello, do STF.
O caso est� for�ando uma mudan�a nos procedimentos dessas reuni�es. O presidente afirmou que agora privilegiar� as conversas individuais com os ministros e passar� adotar um caf� da manh� mensal para "confraterniza��o." A tend�ncia agora � que as reuni�es com ministros deixem de ser filmadas, como j� ocorreu na �ltima ter�a-feira no Pal�cio da Alvorada.