A revela��o sobre trocas na equipe do Gabinete de Seguran�a Institucional antes da abrupta sucess�o de mudan�as na Pol�cia Federal (PF) e de sua pr�pria ren�ncia deu muni��o para o ex-ministro Sergio Moro, da Justi�a e Seguran�a P�blica, refor�ar a acusa��o de tentativa de interfer�ncia pol�tica do presidente Jair Bolsonaro na PF.
A defesa do ex-ministro diz que os "fatos levam � inevit�vel conclus�o" de que a manifesta��o de Bolsonaro na reuni�o ministerial de 22 de abril, sobre a troca na "seguran�a do Rio", se refere � Superintend�ncia da Pol�cia Federal fluminense.
O advogado do ex-ministro da Justi�a, Rodrigo S�nchez Rios, diz ainda que "aguarda respeitosamente" a divulga��o do v�deo da reuni�o no Pal�cio do Planalto - pe�a-chave do inqu�rito Moro contra Bolsonaro - na qual, segundo ele, "as inten��es das altera��es na Pol�cia Federal ficar�o ainda mais evidenciadas".
Ao Supremo, Moro pediu que fosse divulgada a �ntegra do v�deo, "como verdadeira li��o c�vica". A decis�o final pelo levantamento do sigilo ser� tomada na pr�xima semana, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
Em nota divulgada neste s�bado, 16, Moro faz alus�o � reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, exibida ontem (15), que revelou que o presidente n�o enfrentou problemas para fazer mudan�as no GSI, colocando em xeque a vers�o de Bolsonaro, de que estava agastado com sua seguran�a pessoal - miss�o do gabinete - e que n�o se referia � PF quando reclamou na reuni�o ministerial.
"J� tentei trocar gente da seguran�a nossa no Rio de Janeiro oficialmente e n�o consegui. Isso acabou. Eu n�o vou esperar f minha fam�lia toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu n�o posso trocar algu�m da seguran�a na ponta da linha que pertence � estrutura. Vai trocar; se n�o puder trocar, troca o chefe dele; n�o pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. N�o estamos aqui para brincadeira", disse Bolsonaro na reuni�o, conforme transcri��o encaminhada ao Supremo pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU).
Segundo relatos de pessoas que assistiram ao v�deo, o presidente chamou a superintend�ncia da Pol�cia Federal no Rio de "seguran�a no Rio". Bolsonaro alega, por outro lado, que se referia � sua seguran�a pessoal, que � feita pelo Gabinete de Seguran�a Institucional.
A defesa de Moro argumenta que a revela��o sobre as trocas no GSI demonstra que "nunca houve por parte do presidente da Rep�blica qualquer insatisfa��o com o servi�o de seguran�a pessoal que lhe era prestado ou a seus familiares no Rio de Janeiro, tampouco qualquer dificuldade para realizar substitui��es na �rea, j� que os respons�veis foram, logo antes da reuni�o ministerial do dia 22/4/2020, promovidos ou substitu�dos".
"Os fatos levam � inevit�vel conclus�o de que a manifesta��o do Sr. Presidente na referida reuni�o ministerial, de que precisaria interferir na 'seguran�a do RJ' e se necess�rio trocar o 'chefe' ou o 'ministro' para evitar preju�zos a 'familiares e amigos', dizia mesmo respeito � Superintend�ncia da Pol�cia Federal no RJ, ao Diretor-Geral da PF, e ao Ministro da Justi�a, ali�s todos substitu�dos nos dias seguintes � reuni�o", registra o texto assinado advogado Rodrigo S�nchez Rios, que defende o ex-ministro.
Rios destaca ainda que as declara��es do presidente devem ser associadas � mensagem enviada por Bolsonaro � Moro �s v�speras da demiss�o do ex-ministro. Imagens de di�logo no whastapp mostram que no dia 23 de abril Bolsonaro envia a Moro o link de uma not�cia do portal O Antagonista, com a manchete: PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas. "Mais um motivo para a troca", diz o presidente. A reportagem faz refer�ncia ao inqu�rito das fake news, conduzido no STF.
Conforme revelado pelo Jornal Nacional, em 26 de mar�o, quase um m�s antes da reuni�o de abril, o general Andr� Laranja S� Correa - ent�o diretor do Departamento de Seguran�a Presidencial do GSI - foi promovido por Bolsonaro para exercer o cargo de Comandante da 8� Brigada de Infantaria Motorizada.
A dire��o do Departamento de Seguran�a Presidencial acabou ficando com o ent�o adjunto, Gustavo Suarez, promovido ao cargo titular da reparti��o.
Uma terceira troca envolvendo a seguran�a pessoal do presidente ocorreu no Rio de Janeiro. Uma portaria de 28 de fevereiro, dois meses antes da reuni�o ministerial de abril, colocou o tenente coronel Rodrigo Garcia Otto para exercer a fun��o de chefe no escrit�rio de representa��o no Rio de Janeiro da Secretaria de Seguran�a e Coordena��o Presidencial do GSI.
POL�TICA