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Estado de Minas POL�TICA

Decano v� poss�vel crime de Weintraub


postado em 23/05/2020 07:13

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou na decis�o em que levanta sigilo da reuni�o ministerial do dia 22 de abril aparente "pr�tica criminosa" cometida pelo ministro da Educa��o, Abraham Weintraub. No trecho destacado pelo decano, Weintraub afirma: "Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Come�ando no STF".

Segundo o decano, a "grav�ssima aleivosia" feita por Weintraub, "num discurso contumelioso e aparentemente ofensivo ao patrim�nio moral" dos ministros, p�e em evid�ncia que tal afirma��o configuraria poss�vel delito contra a honra (como o crime de inj�ria). Mello ainda determinou que se oficie todos os ministros do STF sobre o fato, enviando a eles c�pia de sua decis�o, para que possam, "querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes".

No �ltimo m�s de abril, Weintraub postou uma publica��o ir�nica contra a China, insinuando que o pa�s asi�tico sairia "fortalecido" da crise causada pelo coronav�rus. N�o foi s�: afirmou que a China segurou informa��es sobre a pandemia para vender respiradores e m�scaras a pre�o de leil�o. O ministro tamb�m fez piada com o sotaque dos chineses, comparando-o ao do personagem "Cebolinha", criado por Maur�cio de Sousa. Weintraub chegou a usar uma imagem dos personagens da Turma da M�nica ambientada na Muralha da China e quase provocou uma crise diplom�tica. Em raz�o disso, o STF determinou a abertura de inqu�rito por racismo contra ele.

Desgastado no governo, Weintraub ficou ainda mais enfraquecido com a divulga��o do v�deo. Ao se definir como um ministro "do grupo mais ligado com a milit�ncia", Weintraub admitiu que continuava "militando" e se queixou de "intrigas palacianas", al�m da "agenda pr�pria" de muitos colegas. Embora n�o tenha dito a palavra Centr�o, ele n�o escondeu a contrariedade com as negocia��es pol�ticas em andamento.

"A gente t� conversando com quem a gente tinha que lutar. (...) Fico escutando esse monte de gente defendendo privil�gio, teta (...) Neg�cio. Empr�stimos. A gente veio aqui para acabar com tudo isso, n�o para manter essa estrutura", insistiu o ministro da Educa��o. A cena provocou mal-estar e constrangimento no Planalto, embora Bolsonaro tenha concordado ali com o racioc�nio do auxiliar. "O que o Weintraub t� falando - eu t� com 65 anos - (� que) a gente vai se aproximando de quem n�o deve. Eu j� tenho que me policiar no tocante a isso da�. S�o pessoas aqui em Bras�lia, dos tr�s Poderes, que n�o sabem o que � povo", observou presidente na reuni�o.

Ataques

Integrante da ala ideol�gica do governo, que tem o escritor Olavo de Carvalho como guru, Weintraub � alvo do n�cleo militar do Planalto. Nos �ltimos dias, os ataques a ele aumentaram nas redes sociais ap�s sua resist�ncia em adiar o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). Na quarta-feira, por�m, o governo confirmou que o Enem ser� postergado em um ou dois meses - de novembro para dezembro ou janeiro de 2021 -, por causa da pandemia do novo coronav�rus.

A decis�o, por�m, exp�s mais um cap�tulo da queda de bra�o dentro do governo. Bolsonaro teve de enquadrar Weintraub ap�s ser informado pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que seria derrotado no Congresso se insistisse em manter a data do Enem. O epis�dio serviu para irritar ainda mais o presidente. Bolsonaro tem se aborrecido com o ministro da Educa��o h� algum tempo, mas vem adiando uma decis�o mais assertiva sobre o destino do auxiliar. Um dos motivos � porque tem apre�o pessoal por Weintraub e, principalmente, pelo irm�o dele, Arthur, que � seu assessor na Presid�ncia.

O problema � que Weintraub tem comprado v�rias brigas dentro e fora do governo. O ministro foi contra, por exemplo, entregar a presid�ncia e diretorias do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), que tem or�amento de R$ 29,4 bilh�es neste ano, a partidos do Centr�o. Bateu o p� enquanto p�de, obrigando Bolsonaro a lhe dar um ultimato: ou aceitava ou tinha de sair. Ele cedeu.

Ainda durante a reuni�o, Weintraub diz que "odeia" o termo povos ind�genas. "Ele t� querendo transformar a gente numa col�nia. Esse pa�s n�o � odeio o termo 'povos ind�genas', odeio esse termo. Odeio. O 'povo cigano'. S� tem um povo nesse Pa�s. Quer, quer. N�o quer, sai de r�. � povo brasileiro. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japon�s, pode ser descendente de �ndio, mas tem que ser brasileiro, p�! Acabar com esse neg�cio de povos e privil�gios", afirmou.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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