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Estado de Minas POL�TICA

Manifestos pr�-democracia ganham for�a e unem rivais


postado em 01/06/2020 08:33

A escalada da tens�o pol�tica no Pa�s em meio � ret�rica persistente do presidente Jair Bolsonaro e aliados contra institui��es estimulou nos �ltimos dias uma s�rie de manifesta��es em defesa da democracia. Em forma de manifestos, artigos ou mesmo de atos nas ruas, os alertas e as cr�ticas ao atual governo uniram segmentos diversos da sociedade, rivais na pol�tica e at� mesmo no futebol.

Em Bras�lia, o presidente voltou a participar ontem de um ato cr�tico � atua��o do Supremo Tribunal Federal. Alguns manifestantes empunharam uma faixa pedindo "interven��o militar". Como tem feito nas manh�s dominicais, Bolsonaro sobrevoou ao ato de helic�ptero, acompanhado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Ele chegou a montar em um cavalo ao se dirigir aos apoiadores.

Horas antes, o decano do Supremo - ministro Celso de Mello - havia encaminhado mensagem a interlocutores na qual afirma que bolsonaristas "odeiam a democracia" e pretendem instaurar uma "desprez�vel e abjeta ditadura militar". Ele associa nas mensagens o momento pol�tico nacional � ascens�o de Hitler na Alemanha. "� preciso resistir � destrui��o da ordem democr�tica", escreveu em letras mai�sculas o ministro relator do inqu�rito que apura suspeita de interfer�ncia do presidente na Pol�cia Federal.

Em artigo no Estad�o, publicado ontem, Eros Grau, ex-ministro da Corte m�xima do Pa�s, tratou da separa��o dos poderes e concluiu que "qualquer insurg�ncia contra essa face do Estado que o Supremo Tribunal Federal � afronta a ordem e a paz social, prenuncia voca��o de autoritarismo, questiona a democracia". Juristas tamb�m publicaram manifesto intitulado Basta! no qual afirmam que Bolsonaro exerce o mandato "para arruinar com os alicerces do nosso sistema democr�tico. A defesa da "vida, liberdade e democracia" motivou tamb�m a reuni�o de um grupo de mais de 1,6 mil personalidades de diferentes setores da sociedade e diversos segmentos ideol�gicos, que subscreveram um manifesto chamado Estamos #Juntos, publicado no s�bado no Estad�o e em outros jornais do Pa�s.

Uma manifesta��o organizada ontem por grupos ligados a torcidas organizadas de futebol reuniu corintianos, palmeirenses, santistas e s�o-paulinos na Avenida Paulista. Vestidos de preto, eles entoaram coro pela democracia e contra Bolsonaro, fazendo contraponto a um grupo menor de apoiadores do presidente presente na avenida. Houve confronto entre manifestantes e a Pol�cia Militar dispersou o grupo de torcedores com bombas de efeito moral e g�s lacrimog�neo.

S�o Paulo

Um ato contra o governo Jair Bolsonaro, autointitulado pr�-democracia e antifascista e organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista, terminou ontem em confronto entre manifestantes e apoiadores do presidente e tamb�m com a Pol�cia Militar - que interveio e usou bombas de g�s lacrimog�neo para dispersar o in�cio de uma briga em frente ao Museu de Arte de S�o Paulo (Masp).

A confus�o, que durou ao menos uma hora, tomou conta da avenida e deixou um rastro de destrui��o: vidros quebrados, ca�ambas de lixo e entulho revirados e fogo ateado em objetos no meio da via. Seis pessoas foram detidas, segundo a PM.

No in�cio da tarde, os participantes do ato convocado pelos coletivos se reuniram no Masp - eles ocuparam boa parte da faixa em frente ao museu. Os manifestantes gritavam "democracia", vestiam preto e usavam m�scaras em raz�o da pandemia do novo coronav�rus. A marcha teve in�cio por volta de 12h.

Integrantes da manifesta��o levavam faixas com dizeres como "somos democracia". Parte dos participantes era da torcida organizada Gavi�es da Fiel, do Corinthians. Eles cantaram m�sicas da torcida e par�dias como "doutor, eu n�o me engano, o Bolsonaro � miliciano". No ato, tamb�m havia torcedores do Palmeiras, do S�o Paulo e do Santos.

A poucos metros dali, em frente � sede da Federa��o das Ind�strias de S�o Paulo, um grupo de manifestantes pr�-Bolsonaro realizava um ato no local. A maioria vestia verde e amarelo. A PM havia separado os grupos. A briga em frente ao Masp envolvendo os manifestantes e a PM come�ou por volta das 14h20.

De acordo com o organizador do movimento Somos Democracia, o corintiano Danilo P�ssaro, de 27 anos, a manifesta��o no Masp transcorria de forma pac�fica e, segundo ele, j� se encaminhava para o final, quando, por volta das 14 horas, "tr�s ou quatro pessoas" com camisetas com inscri��es neonazistas se infiltraram no grupo. Segundo Danilo, al�m deles, chegaram tamb�m tr�s outras pessoas com farda militar, o que teria iniciado o tumulto. "At� ent�o, estava tudo calmo. Nossas faixas eram pela democracia."

A PM passou a usar bombas de g�s lacrimog�neo para dispensar os manifestantes. A partir da� a confus�o aumentou e se estendeu por boa parte da avenida Paulista, em dire��o ao metr� Consola��o. Um grupo passou a jogar pedras e outros objetos contra os policiais. Outros fizeram barricadas com uma ca�amba de lixo. O disparo de bombas durou ao menos 40 minutos.

O tenente-coronel Andr� Ros�rio da Silva, do 13� Batalh�o da PM, que atendeu a ocorr�ncia, afirmou que a PM agiu para dispersar um confronto que havia ocorrido entre os integrantes dos protestos rivais.

O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, defendeu a a��o da PM no ato deste domingo. "A Policia Militar de S�o Paulo agiu hoje (ontem) para manter a integridade f�sica dos manifestantes, na Avenida Paulista. Dos dois lados. A presen�a da PM evitou o confronto e as prov�veis v�timas deste embate", escreveu no Twitter.

O secret�rio executivo da Pol�cia Militar, coronel �lvaro Camilo, afirmou ao Estad�o que a corpora��o dever� agir nas pr�ximas horas para tentar identificar os respons�veis pelo confronto.

Rio

No Rio, um grupo de torcedores da Democracia Rubro-Negra tamb�m fez ato contra Bolsonaro, na orla da Praia de Copacabana. Em meio � divis�o entre as duas manifesta��es, um policial militar afirmou ao deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) que tinha mandado queimar uma bandeira do grupo contr�rio ao presidente.

Em Belo Horizonte, um grupo de pessoas tamb�m organizou um protesto contra o presidente Bolsonaro. A manifesta��o trazia cartazes de torcidas organizadas de futebol, como Resist�ncia Alvinegra e Galo Antifa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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