
Grupos contr�rios ao governo do presidente Jair Bolsonaro promoveram manifesta��es pac�ficas neste domingo, 7, em ao menos onze Estados e o DF. Atos p�blicos com bandeiras diversas, como o combate ao racismo e a defesa da democracia e do impeachment, provocaram aglomera��es especialmente na capital paulista, onde o protesto teve maior ades�o. Ao fim, a Pol�cia Militar usou bombas de g�s lacrimog�neo para dispersar um grupo que desejava seguir at� a Avenida Paulista, onde, pela manh�, governistas se reuniram em favor de Bolsonaro.
Secret�rio-executivo da Pol�cia Militar de SP, o Coronel �lvaro Batista Camilo afirmou � reportagem que as pessoas que entraram em confronto com a PM n�o eram manifestantes do Largo da Batata. "Meia d�zia de v�ndalos n�o representam os manifestantes. O dia inteiro o protesto ocorreu de forma pac�fica", disse.
Mais cedo, a manifesta��o contra Bolsonaro chegou a fechar um trecho da Avenida Brigadeiro Faria Lima no meio da tarde. Parte das pessoas carregavam faixas com os dizeres "Fora Bolsonaro", outros levantavam cartazes questionando a��es do governo nas �reas cultural e ind�gena, al�m de palavras de ordem contra ataques a negros, como a vereadora Marielle Franco, assassinada h� dois anos no Rio.
No carro de som que estacionou no largo discursos a favor da democracia e direitos humanos foram feitos por l�deres dos movimentos que une torcidas de futebol, estudantes e ativistas ligados ao PSOL, �nico partido a levar bandeiras ao ato.
J� na Avenida Paulista, cerca de cem manifestantes a favor de Bolsonaro, segundo Coronel Camilo, se reuniram na esquina com a rua Pamplona, pr�ximo ao pr�dio da Fiesp. Eles carregavam faixas que pediam "interven��o militar" e outras com cr�ticas ao governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB).
Com bandeiras do Brasil e do Estado de S�o Paulo, os apoiadores de Bolsonaro ficaram a maior parte do tempo sobre a cal�ada, na esquina, sem n�mero suficiente para ocupar as faixas de tr�nsito. O tr�fego de ve�culos na via n�o foi afetado entre 11h e 15h30.
Al�m de pedir "interven��o militar com militar no poder", alguns manifestantes defendiam interesses de suas categorias profissionais. Duas pessoas carregavam uma faixa que pedia a reabertura de barbearias na cidade. N�o houve registro de ocorr�ncias policiais no movimento.
Capitais
Nos demais Estados, os atos tamb�m ocorreram com tranquilidade. Em Bras�lia, protestantes ocuparam parte da Esplanada dos Minist�rios para se posicionarem contra o presidente Jair Bolsonaro e contra o racismo. A Pol�cia Militar fez um cord�o de isolamento para impedir que os manifestantes avan�assem at� a Pra�a dos Tr�s Poderes.
A exemplo das manifesta��es ocorridas em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, grupos a favor e contra o governo se dividiram entre os dois lados da Esplanada. Do lado esquerdo da via, em sentido ao Congresso, ficaram os manifestantes que pedem a defesa da democracia e a sa�da de Bolsonaro. Do lado direito, poucos manifestantes se uniram em ato pr�-Bolsonaro.
Os manifestantes tamb�m evitaram utilizar roupas de times ou de torcidas organizadas e bandeiras de partidos pol�tico, como forma de demonstrar que o ato era do cidad�o e n�o atrelado a qualquer grupo
Belo Horizonte, Bel�m, Rio, Manaus, Recife, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Salvador, Fortaleza e Goi�nia tamb�m registraram atos pol�ticos neste domingo. Na capital mineira, a concentra��o de opositores a Bolsonaro se deu na Pra�a da Bandeira, regi�o sul, e seguiu em dire��o � Pra�a Sete, no centro. O representante da Unidade Popular (UP), Leonardo P�ricles, que participou da manifesta��o, justificou o ato em plena pandemia. "N�o temos as melhores condi��es de lutar, mas temos que lutar. A bandeira 'Fora Bolsonaro' tem que ser a bandeira do povo brasileiro", disse.
J� em Bel�m, um forte esquema de seguran�a impediu uma manifesta��o contra o presidente ao longo da manh�. A capital do Par� tamb�m n�o teve atos a favor do presidente da Rep�blica. Organizado pelas redes sociais, o movimento anti-Bolsonaro estava marcado para acontecer �s 9h, em frente ao mercado de S�o Br�s. Antes do hor�rio previsto, no entanto, tropas da Pol�cia Militar, incluindo a de Opera��es Especiais, a cavalaria e tamb�m a For�a Nacional, impediam qualquer tipo de aglomera��o. Cerca de 50 manifestantes foram detidos e levados para uma delegacia.
O representante do movimento antirracista de Bel�m, Raphael Castro, repudiou a a��o dos policiais. "Tivemos um di�logo muito limitado e n�o conseguimos expor aos agentes da seguran�a p�blica os motivos pelos quais estamos aqui. Desde o in�cio esse era um ato que pretendia manter o distanciamento social e os protocolos de higiene", explicou.
Em entrevista ao Estad�o, o delegado da pol�cia civil, Renan Souza, coordenador da a��o, disse que as pessoas est�o sendo ouvidas individualmente. "Estamos analisando cada caso. N�o tivemos depreda��o de patrim�nio p�blico, confronto nem resist�ncia. Eles est�o aqui para dar esclarecimentos ao descumprimento do decreto estadual que pro�be a aglomera��o de pessoas", informou. (Colaboraram Andr� Borges, Denise Luna, Pedro Venceslau, Isabel Cristina, Angelo Sfair, Leonardo Augusto, Lucas Rivas, Fernanda Lima, L�rrane Mendon�a, Thaise Rocha e Roberta Paraense)