As opera��es da Pol�cia Federal contra apoiadores de Jair Bolsonaro e parlamentares pr�-governo, na segunda-feira e ter�a-feira (16/6), autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tiveram o cond�o de frear a demiss�o de Abraham Weintraub.
Por mais que considere exonerar o atual ministro da Educa��o para tentar aparar as arestas entre Executivo e Judici�rio, o presidente foi aconselhado pela ala ideol�gica do governo a adiar a decis�o.
Por mais que considere exonerar o atual ministro da Educa��o para tentar aparar as arestas entre Executivo e Judici�rio, o presidente foi aconselhado pela ala ideol�gica do governo a adiar a decis�o.
Na vis�o dos bolsonaristas, se o presidente fizer o contr�rio, cederia � press�o da Suprema Corte com muita facilidade. O Gabinete do �dio, centro de mobiliza��o digital criado para defender Bolsonaro e atacar desafetos nas redes sociais, entende que Weintraub � um dos defensores mais empedernidos do presidente.
Por isso, segundo integrantes do grupo – em especial o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) –, o chefe do Executivo n�o poderia “entregar a cabe�a do ministro para os inimigos”, ainda mais depois de uma nova investida do STF contra o Pal�cio do Planalto.
Por isso, segundo integrantes do grupo – em especial o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) –, o chefe do Executivo n�o poderia “entregar a cabe�a do ministro para os inimigos”, ainda mais depois de uma nova investida do STF contra o Pal�cio do Planalto.
O pr�prio Bolsonaro, asseguram assessores, ficou extremamente irritado com as a��es da Pol�cia Federal. Ontem, preferiu abster-se de coment�rios sobre o epis�dio. Ao voltar ao Pal�cio da Alvorada, � noite, o presidente utilizou uma entrada auxiliar e sequer saiu para falar com os aproximadamente 35 apoiadores que o aguardavam, conforme costuma fazer diariamente.
Ele tamb�m evitou a imprensa, diferentemente do que fez na primeira vez em que o Supremo autorizou opera��es contra seus apoiadores, h� menos de 20 dias. � �poca, exaltou-se e ainda xingou, em meio a uma entrevista, dizendo que aquela seria a �ltima vez que a Corte faria algo do tipo.
Ele tamb�m evitou a imprensa, diferentemente do que fez na primeira vez em que o Supremo autorizou opera��es contra seus apoiadores, h� menos de 20 dias. � �poca, exaltou-se e ainda xingou, em meio a uma entrevista, dizendo que aquela seria a �ltima vez que a Corte faria algo do tipo.
De todo modo, h� uma press�o por parte dos militares para que Bolsonaro escolha um novo ministro da Educa��o. Com o STF investigando Weintraub no �mbito do inqu�rito que apura a produ��o de fake news, e ofensas contra os magistrados da Corte, h� o temor de uma eventual pris�o do ministro, o que mancharia a imagem do Executivo.
Al�m disso, a ala militar n�o compactua com o discurso fervoroso de Weintraub, especialmente porque, no �ltimo domingo, ele repetiu o xingamento que fizera aos ministros do Supremo, na reuni�o ministerial de 22 de abril, quando os chamou de “vagabundos.”
“Eu acho que o Weintraub, no momento em que ele anda debaixo de fogo, deveria estar abrigado. Ele rompeu um princ�pio b�sico da seguran�a”, comentou o vice-presidente Hamilton Mour�o, em entrevista � Folha de S. Paulo.
“Eu acho que o Weintraub, no momento em que ele anda debaixo de fogo, deveria estar abrigado. Ele rompeu um princ�pio b�sico da seguran�a”, comentou o vice-presidente Hamilton Mour�o, em entrevista � Folha de S. Paulo.
Futuro
Diante desse cen�rio, Bolsonaro busca uma sa�da honrosa para Weintraub. O presidente, inclusive, foi alertado por assessores pr�ximos de que o ministro sabe demais para ser sacado sem nenhuma compensa��o. Na mesa, est� a possibilidade de o presidente indic�-lo para um cargo diplom�tico, desde que o posto n�o exija que o nome de Weintraub seja sabatinado pelo Senado.
A Bolsonaro, o ministro diz que abra�ar� a miss�o que lhe for dada. Mas n�o esconde que gostaria de continuar � frente da Educa��o, pois ainda n�o conseguiu cumprir o seu objetivo de “limpar as universidades da mentalidade esquerdista.”
Segundo Paulo Calmon, professor do Instituto de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia (UnB), n�o restam d�vidas de que o presidente e sua fam�lia t�m apre�o por Weintraub. No entanto, ressalta que o ministro “est� muito desgastado perante o meio pol�tico e a sociedade”. “Ser� muito dif�cil para ele recuperar o prest�gio e a credibilidade necess�rios para seguir em frente liderando as pol�ticas e programas do MEC”, disse.
Para Calmon, Weintraub ser� substitu�do, mas vai continuar no governo. “A percep��o � que ele ainda pode ser �til, principalmente em posi��es mais pol�ticas que envolvam a mobiliza��o dos apoiadores do presidente”, analisou.
J� Wilson Gomes, professor de comunica��o pol�tica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ressaltou que “se a sa�da ocorrer, n�o ser� por discord�ncia de ideologia”. “Eles t�m alinhamento ideol�gico absoluto. Se ocorrer (a demiss�o), ser� um ato simb�lico de paz. Mas se Weintraub cair, ele cai para cima. Bolsonaro s� entregar� o ministro se realmente n�o tiver jeito, porque ele � a ess�ncia do que pensa o governo”, explicou.
Suspeitas sobre Ramos crescem
Dentro do Pal�cio do Planalto, cresce a suspeita de que foi o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o respons�vel por difundir a poss�vel demiss�o de Abraham Weintraub do Minist�rio da Educa��o. Ao portal UOL, ele negou os rumores. “N�o h� hip�tese de eu ter vazado qualquer coisa. N�o tenho a menor ideia de que atitude o presidente vai tomar em rela��o a este assunto”, garantiu.