
Prestes a perder o cargo ap�s se envolver em uma s�rie de pol�micas, o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, tamb�m tem sua gest�o contestada pela "omiss�o" durante a pandemia do novo coronav�rus. Um levantamento feito por uma comiss�o da C�mara dos Deputados apontou a aus�ncia de pol�ticas p�blicas para tentar reduzir o impacto da crise sanit�ria na vida de estudantes.
O grupo de parlamentares, que j� havia falado, em novembro, em "paralisia" nas a��es da pasta, como revelado pelo Estad�o, afirma agora que o Minist�rio da Educa��o falha ao n�o coordenar e estruturar solu��es para reduzir os danos causados pela suspens�o das aulas. A an�lise cita como exemplo a falta de apoio a Estados e munic�pios para promover o ensino remoto e planejar o retorno �s aulas. O resultado, diz o grupo, � que cada regi�o do Pa�s tomou medidas individuais e isoladas.
O presidente Jair Bolsonaro busca uma sa�da "sem traumas" para Weintraub. Sua situa��o � considerada "insustent�vel" pelas sucessivas crises que ele criou. Os filhos de Bolsonaro e a "ala ideol�gica" do governo defendem um substituto com o mesmo perfil de Weintraub.
'Aus�ncia'
A comiss�o que fiscaliza o trabalho do MEC foi criada em abril do ano passado pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a partir de requerimento de 50 deputados de 12 partidos diferentes - a maioria da oposi��o e do Centr�o. O colegiado � coordenado pelos deputados Jo�o Campos (PSB-PE) e Felipe Rigoni (PSB-ES) e tem a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) como relatora. � a primeira vez que um grupo dessa natureza � criado no Legislativo.
"Nota-se uma completa aus�ncia de uma pol�tica nacional educacional proveniente do minist�rio para este per�odo de pandemia e para o p�s-pandemia", afirma o relat�rio, de 52 p�ginas. "Sintoma de omiss�o do minist�rio � a aus�ncia de pol�ticas que tragam solu��es robustas para os problemas."
Segundo a comiss�o, a iniciativa de coordena��o de mais destaque anunciada pelo MEC, o Comit� Operativo de Emerg�ncia do Minist�rio da Educa��o, � um arranjo "prec�rio", que n�o tem reagido bem �s demandas de professores, alunos e entidades da �rea educacional. "A falta de transpar�ncia sobre suas a��es refor�a sua incompletude e sinaliza para o vi�s pouco colaborativo da atual gest�o do Minist�rio da Educa��o", diz o relat�rio.
O documento tamb�m destaca que � preciso um maior controle sobre as contrata��es da pasta, que j� ultrapassam R$ 1,6 bilh�o desde que o governo federal decretou estado de calamidade, em 22 de mar�o. Dos valores, 47% foram para a Empresa Brasileira de Servi�os Hospitalares. O grupo se debru�ou sobre 109 contratos que correspondem a R$ 229,6 milh�es.
Procurado, o MEC informou que n�o recebeu o relat�rio e n�o quis coment�-lo.
Demiss�o
O presidente Jair Bolsonaro deve gravar um v�deo ao lado de Abraham Weintraub para oficializar sua demiss�o do Minist�rio da Educa��o. Na noite de quarta-feira, a expectativa no Pal�cio do Planalto era de que a grava��o fosse publicada nas redes sociais nesta quinta. Uma estrat�gia semelhante foi usada pelo presidente, em 20 de maio, para demitir a atriz Regina Duarte do cargo de secret�ria especial de Cultura.
O secret�rio nacional de Alfabetiza��o, Carlos Nadalim, � o nome mais cotado para assumir o Minist�rio da Educa��o. A exemplo de Weintraub, Nadalim � seguidor do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e defensor do homeschooling - a educa��o domiciliar, sem necessidade de comparecer � escola. Sua nomea��o, portanto, agradaria � base ideol�gica do governo.