
Investigadores identificaram risco de que ele pudesse fugir do pa�s. Monitorado pela PF, Eust�quio poderia estar em contato com outros investigados atrav�s de terceiros. Oswaldo teve o sigilo financeiro e banc�rio quebrado por ordem do ministro Alexandre de Moraes na semana passada, que tamb�m cobrou o envio de relat�rios financeiros e pagamentos efetuados ao blogueiro pela monetiza��o de v�deos e publica��es feitas em suas redes sociais.
A quebra de sigilo engloba o per�odo de 19 de abril do ano passado, o Dia do Ex�rcito, 'marco mais remoto que se pode cogitar do in�cio de eventual concerta��o para organizar os atos antidemocr�ticos em apura��o', at� o dia 03 de maio deste ano - 'data da manifesta��o imediatamente seguinte � que aconteceu durante a celebra��o daquela efem�ride neste ano'.
O blogueiro mant�m um site em que defende medidas e propostas caras ao Planalto, suas publica��es s�o replicadas pelos filhos do presidente nas redes sociais. Em uma de suas lives, um ativista insinuou que o deputado federal Jean Wyllys teria tido contato com o esfaqueador do presidente, Ad�lio Bispo. Perante a Pol�cia Federal, o homem n�o sustentou a vers�o.
Apesar do desmentido, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) compartilharam uma pe�a de desinforma��o derivada da live. Os dois foram condenados pela Justi�a a exclu�rem as publica��es em a��o movida por Jean Wyllys - Oswaldo tamb�m foi alvo da medida.
O blogueiro foi detido no mesmo inqu�rito que levou � pris�o a extremista Sara Giromini, solta nesta semana ap�s dez dias de pris�o provis�ria. Ambos s�o investigados por integrar n�cleo de suposta organiza��o criminosa que visa obter ganhos econ�micos e pol�ticos com a divulga��o e coordena��o de atos antidemocr�ticos no Pa�s. O inqu�rito sigiloso est� nas m�os do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Al�m dele, outras seis pessoas j� foram presas durante a investiga��o a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica, incluindo Sara. Todos eles foram soltos nesta semana, mas ser�o monitorados por tornozeleira eletr�nica.
Pelas redes sociais, Oswaldo afirmou que o seu 'n�cleo de jornalismo investigativo' estava na fronteira com o Paraguai para desvendar o 'segredo do sucesso' do Pa�s no combate ao novo coronav�rus, afirmando que seria a abertura do com�rcio.
Oswaldo foi condenado em fevereiro a indenizar o jornalista Glenn Greenwald por ter ofendido a m�e dele, Arlene Greenwald, que morreu em dezembro v�tima de um tumor no c�rebro. Meses antes, o militante postou nas redes que a doen�a da m�e de Glenn era mentira. A mulher dele, Sandra Terena, � secret�ria nacional de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial no Minist�rio da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos.
Associa��o criminosa
O inqu�rito que apura atos antidemocr�ticos foi aberto em abril a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica. Foi no �mbito desta investiga��o que Sara Giromini foi presa provisoriamente desde o dia 15 de junho. No dia 14, Moraes autorizou a soltura da apoiadora bolsorista, mas determinou o uso da tornozeleira. Sara s� pode sair de casa para trabalhar ou estudar, mantendo dist�ncia m�nima de 1,5 do Congresso e do STF.
Com a medida cautelar, a extremista est� proibida de participar de atos ou manifesta��es que tem sido conduzidas pelo grupo que liderava, o '300 do Brasil'. As medidas cautelares se estendem a outros cinco investigados do inqu�rito, que tamb�m foram detidos.
Em decis�o tornada p�blica na segunda, 22, Moraes mencionou trechos de manifesta��o sigilosa da PGR que apontam a 'real possibilidade' de atua��o de uma associa��o criminosa voltada para a 'desestabiliza��o do regime democr�tico' com o objetivo de obter ganhos econ�micos e pol�ticos.
"Os ind�cios apresentados na manifesta��o apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep�blica confirmam a real possibilidade de exist�ncia de uma associa��o criminosa", escreveu Moraes, em decis�o que autorizou buscas e apreens�es contra apoiadores do governo. O sigilo banc�rio de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, foi quebrado.
A PGR identificou v�rios n�cleos ligados � associa��o criminosa, sendo eles 'organizadores e movimentos', 'influenciadores digitais e hashtags', 'monetiza��o' e 'conex�o com parlamentares'. Na avalia��o da Procuradoria, os parlamentares ajudariam na express�o e formula��o de mensagens, al�m de contribuir com sua propaga��o, visibilidade e financiamento.
"Os frequentes entrela�amentos dos membros de cada um dos n�cleos descritos acima indiciam a potencial exist�ncia de uma rede integralmente estruturada de comunica��o virtual voltada tanto � sectariza��o da pol�tica quanto � desestabiliza��o do regime democr�tico para auferir ganhos econ�micos diretos e pol�ticos indiretos", apontou trecho da manifesta��o da PGR reproduzida por Moraes. A Procuradoria destacou a exist�ncia de 'abusos e crimes que precisam ser apurados' no caso.
COM A PALAVRA, O BLOGUEIRO OSWALDO EUST�QUIO
At� a publica��o desta mat�ria, a reportagem n�o havia obtido contato com a defesa do blogueiro Oswaldo Eust�quio. O espa�o permanece aberto a manifesta��es.