
Segundo levantamento feito pelo UOL, no trabalho de mestrado "Banrisul: do PROES ao IPO com governan�a corporativa", Decotelli usou um trecho ind�ntico do texto "Origens e desenvolvimento institucional", de K�tia Val�ria Ara�jo Melo e Rezilda Rodrigues Oliveira, apresentado em julho de 2005.
Segundo o levantamento, ele escreveu: "Dependendo da natureza do neg�cio e da teia de constituintes que o embasam, pode-se detectar a exist�ncia de burocratas, t�cnicos e outros atores engajados em projetos e ideias que, para eles, fazem sentido e pelos quais lutam, mesmo que ainda n�o os tenham materializado, e �s vezes, somente se configurando como uma mera agenda, cuja conforma��o e evolu��o est� sujeita a c�digos de conduta, a fontes de poder, ao compartilhamento de uma linguagem comum, a um ambiente prop�cio � colabora��o e a mecanismos de difus�o da inova��o tecnol�gica.
O UOL mostra que o texto de K�tia e Rezilda diz: "Dependendo da natureza do neg�cio e da teia de constituintes que o embasam, pode-se detectar a exist�ncia de burocratas, t�cnicos e outros atores engajados em projetos e ideias que, para eles, fazem sentido e pelos quais lutam, mesmo que ainda n�o os tenham materializado, e �s vezes, somente se configurando como uma mera agenda, cuja conforma��o e evolu��o est� sujeita a c�digos de conduta, a fontes de poder, ao compartilhamento de uma linguagem comum, a um ambiente prop�cio � colabora��o e a mecanismos de difus�o da inova��o entre as comunidades ocupacionais com que se relacionam". As autoras citaram, inclusive a origem da informa��o em outros autores: "Pelled, 2001; Hoffman, 2001".
Na mesma p�gina, Decotelli escreve, ainda de acordo com o levantamanto: "A sobreviv�ncia das organiza��es, na abordagem institucional, depende da capacidade de entendimento das regras, cren�as, valores e interesses criados e consolidados num determinado contexto ambiental, social e cultural. A forma de interpretar estes aspectos, a fim de se posicionar frente �s press�es isom�rficas, s�o melhor explicadas pela presen�a dos esquemas interpretativos, definidos como "pressupostos resultantes da elabora��o e arquivamento mental da percep��o de objetos dispostos na realidade, que operam como quadros de refer�ncia, compartilhados e frequentemente impl�citos, de eventos e comportamentos apresentados pelos agentes organizacionais em diversas situa��es".
O trecho, segundo apurou o portal de not�cias, � quase id�ntico �s p�ginas 32 e 33 da disserta��o de mestrado de J�lio C�sar de Paiva de 2006, de t�tulo "Institucionaliza��o da garantia do status sanit�rio na cadeia produtiva da avicultura de corte".
J� na p�gina 20, Decotelli cita: "Nesta vis�o, a adapta��o organizacional refere-se � habilidade dos administradores em reconhecer, interpretar e implementar estrat�gias, de acordo com as necessidades e mudan�as percebidas no seu ambiente, de forma a assegurar suas vantagens competitivas. Como se pode notar, o estudo do processo de adapta��o estrat�gica envolve as vis�es deterministas do ambiente organizacional e a voluntarista da escolha das estrat�gias pelos tomadores de decis�o nas organiza��es"
O trecho � igual ao texto "Teoria institucional e depend�ncia de recursos na adapta��o organizacional: uma vis�o complementar", de Carlos Ricardo Rossetto e Adriana Marques Rossetto", publicado em janeiro/junho de 2005. de em jan./jun. 2005, pela Universidade do Vale do Itaja�m em Santa Catarina, ( Univali).
"Nesta vis�o, a adapta��o organizacional refere-se � habilidade dos administradores em reconhecer, interpretar e implementar estrat�gias, de acordo com as necessidades e mudan�as percebidas no seu ambiente, de forma a assegurar suas vantagens competitivas. Como se pode notar, o estudo do processo de adapta��o estrat�gica envolve as vis�es deterministas do ambiente organizacional e a voluntarista da escolha das estrat�gias pelos tomadores de decis�o nas organiza��es.
Na p�gina 24 de seu trabalho, Decotelli copia trecho da p�ginas 33 e 34 disserta��o de mestrado em Economia de Julieda Puig Pereira Paes, "Cria��o" de Moeda e Ciclo Pol�tico, publicada em junho de 1996.
O ministro diz: "Este "c�rculo" econ�mico-pol�tico de perda de poder econ�mico engendrando uma relativa fragiliza��o pol�tica da Uni�o, s� p�de ser mantido �s custas de uma especificidade do sistema pol�tico-partid�rio brasileiro: a de gerar representantes legislativos federais com interesses fortemente locais em seus estados de origem. Portanto, o lastro pol�tico-institucional que proporcionou o projeto dos bancos estaduais foi reproduzido como um modelo ao mesmo tempo econ�mico-pol�tico-partid�rio, confrontando espa�os de gest�o, poder e autonomia administrativo-financeira entre os estados e a Uni�o".
Os quatro trechos n�o s�o colocados entre aspas, o que � obrigat�rio em trabalhos acad�micos, quando h� cita��es de outros textos. Tamb�m n�o h� refer�ncia ao autor, logo quando termina a frase. Ao final do texto, Decotelli faz refer�ncia apenas aos textos de Rossetto e o escrito por K�tia Val�ria Ara�jo Melo e Rezilda Rodrigues Oliveira, na bibliografia. Os outros, nem isso.
Altera��o no curr�culo
Na sexta-feira (26), Carlos Alberto Decotelli da Silva modificou seu curr�culo dispon�vel na plataforma Lattes do Conselho Nacional de Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq) - sistema de curr�culos virtual, mantido pelo �rg�o, que integra as bases de dados curriculares e institui��es, concebido para facilitar as a��es de planejamento e de fomento � pesquisa.
A altera��o aconteceu ap�s o reitor da Universidade Nacional de Ros�rio, Franco Bartolacci, revelar que Decotelli n�o obteve o t�tulo de doutor.
Ao anunci�-lo para o cargo, na quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro chegou a mencionar o t�tulo de doutor do ministro. Mas, conforme o reitor afirmou ao Estad�o, o ministro n�o cumpriu as etapas necess�rias � concess�o do t�tulo. "Cursou o doutorado, mas n�o o concluiu, pois lhe falta a aprova��o da tese. Portanto, ele n�o � doutor pela Universidade Nacional de Ros�rio, como chegou a se afirmar".
Ao reeditar seu curr�culo, Decotelli retirou o t�tulo de sua tese "Gest�o de Riscos na Modelagem dos Pre�os da Soja" e o nome de seu orientador Dr. Antonio de Araujo Freitas Jr. No lugar, ele menciona agora apenas "cr�ditos conclu�dos" e "ano de obten��o: 2009". E, no campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: "sem defesa de tese".
Em entrevista � TV Globo, Decotelli disse que completou todos os cr�ditos do curso, mas assumiu que n�o fez a defesa de tese. Segundo ele, porque n�o tinha mais interesse em permanecer na Argentina, onde afirma ter ficado de 2007 a 2009.