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Estado de Minas ESTRAT�GIA

Programas sociais ajudam Bolsonaro a penetrar em redutos da esquerda

Figurino populista leva presidente a penetrar em searas antes da esquerda, como a dos programas sociais, que o deixaria em vantagem para 2022. Oposi��o amarga ressentimentos entre suas correntes, embora todas tenham o ocupante do Pal�cio do Planalto como advers�rio


postado em 06/07/2020 07:37 / atualizado em 06/07/2020 07:52

Bolsonaro bate continência para menino fantasiado de policial do choque, na subida da rampa do Planalto. Simpatia, silêncio, aproximação do Centrão e acenos ao social o fazem palatável aos setores populares(foto: Sergio Lima/AFP )
Bolsonaro bate contin�ncia para menino fantasiado de policial do choque, na subida da rampa do Planalto. Simpatia, sil�ncio, aproxima��o do Centr�o e acenos ao social o fazem palat�vel aos setores populares (foto: Sergio Lima/AFP )

Com a oposi��o dividida e sem a defini��o de uma frente ampla para enfrentar Jair Bolsonaro nas urnas, em 2022, o presidente tem aproveitado o espa�o para encaminhar seu projeto de reelei��o. O refor�o de programas sociais, uma agenda de viagens pelo pa�s e a aproxima��o com o Centr�o, em troca de apoio pol�tico, s�o os mais recentes movimentos do capit�o reformado.


Os partidos de oposi��o ainda vivem os reflexos das divis�es ocorridas no pleito de 2018. A principal delas foi a negativa de Ciro Gomes (PDT), derrotado no primeiro turno, em apoiar Fernando Haddad (PT) no segundo contra Bolsonaro. Desde ent�o, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e outras lideran�as petistas t�m resistido a uma reaproxima��o com o pol�tico cearense.

“Eu, realmente, n�o acredito que a oposi��o estar� unida em uma candidatura �nica em 2022. Mas acredito que a gente deve tentar. Quanto mais uni�o, melhor, inclusive para al�m da esquerda”, disse ao Correio o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), um dos potenciais candidatos para as pr�ximas elei��es presidenciais.

''N�o consigo vislumbrar essa uni�o da esquerda. No limite, esse entendimento nunca vai ocorrer. A oposi��o vai rachada para a elei��o, o que � bom para o Bolsonaro, para o governismo. � uma quest�o que envolve egos, vaidades, que est� prejudicando esse entendimento''

Andr� Pereira C�sar, cientista pol�tico



Enquanto isso, Bolsonaro inicia uma agenda de viagens e inaugura��es pelo pa�s e d� os primeiros passos de uma guinada do governo para o social, penetrando num campo at� ent�o dominado pelos partidos de esquerda.

Pressionado pela m� condu��o da crise provocada pela pandemia do novo coronav�rus, o presidente anunciou a prorroga��o do aux�lio emergencial por mais dois meses, a um custo de R$ 100 bilh�es, o dobro do que queria o Minist�rio da Economia. Tamb�m lan�ar� o Renda Brasil, em substitui��o ao Bolsa Fam�lia, que vai unificar diversos programas sociais usando o banco de dados formado para pagar os R$ 600 a quem necessita, ampliando o n�mero de pessoas inclu�das.

Nas redes sociais e em grupos bolsonaristas no WhatsApp, t�m sido comuns imagens de Bolsonaro ao lado de pessoas humildes, sempre acompanhadas de mensagens sobre o compromisso do presidente com os mais pobres.

Reelei��o


Bolsonaro foca na reelei��o desde que tomou posse na Presid�ncia. A primeira vez em que manifestou publicamente o projeto de buscar um novo mandato foi em 7 de julho do ano passado, mesmo sem o governo ter apresentado qualquer resultado a ser comemorado. “Pegamos um pa�s quebrado, moral, �tica e economicamente, mas, se Deus quiser, conseguiremos entreg�-lo muito melhor a quem nos suceder em 2026”, afirmou o presidente h� quase um ano, durante uma festa no Clube Naval de Bras�lia.

Desde ent�o, Bolsonaro tem trazido cada vez mais a disputa eleitoral para o dia a dia do governo. Em meio � explos�o de mortes por covid-19 no pa�s, por exemplo, e a pretexto de preservar a economia, o presidente chegou a classificar como “criminosas” as medidas de distanciamento social adotadas por governadores, em cumprimento �s recomenda��es da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), para frear o avan�o da pandemia. Os ataques t�m endere�os certos: os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), que come�aram a ver o desejo de se candidatarem � Presid�ncia, em 2022, virar p�.

Em 26 de maio, Bolsonaro disse “parab�ns � Pol�cia Federal”, comemorando uma opera��o de busca e apreens�o de agentes da corpora��o, realizada horas antes, em im�veis ligados a Witzel. A a��o fez parte de uma investiga��o sobre poss�veis irregularidades na contrata��o de servi�os para o combate � pandemia. A opera��o foi um duro golpe para os projetos pol�ticos de Witzel, que agora � alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Para o cientista pol�tico Andr� Pereira C�sar, da Hold Assessoria Legislativa, Bolsonaro deve ocupar cada vez mais espa�os no debate eleitoral � medida que m�goas do passado, egos, vaidades e outros obst�culos continuarem impedindo uma uni�o dos partidos de oposi��o.

“Quando vemos a negocia��o da frente ampla de oposi��o, com Ciro, Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva, � preciso refletir: o PT foi rifado, Lula foi preso, ou seja, o PT foi tirado pelos setores que est�o tentando formar essa frente. Mas a oposi��o precisa se lembrar daquele velho ditado: ‘O inimigo do meu inimigo � meu amigo’. Nessa �tica, a oposi��o tem um advers�rio comum, o inimigo est� a�, danoso para o pa�s, com a pandemia, com crise econ�mica, pol�tica e tudo mais. Ou seja, ou a oposi��o conversa ou, em 2022, estar� cada um em sua trincheira”, diz o analista.

“Particularmente, n�o consigo vislumbrar essa uni�o da esquerda. No limite, esse entendimento nunca vai ocorrer. A oposi��o vai rachada para a elei��o, o que � bom para o Bolsonaro, para o governismo. � uma quest�o que envolve egos, vaidades, que est� prejudicando esse entendimento”, acrescenta C�sar.




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