Os guardas municipais C�cero Hil�rio e Roberto Guilhermino, humilhados pelo desembargador Eduardo Siqueira durante uma abordagem em Santos, no litoral paulista, foram homenageados pelo prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), na tarde de segunda-feira, 20. Os dois receberam medalhas pela conduta exemplar no epis�dio.
A cerim�nia aconteceu no Sal�o Nobre do Pal�cio Jos� Bonif�cio, sede da prefeitura, em presen�a de n�mero restrito de pessoas devido � pandemia da covid-19. Familiares dos agentes e membros do comando da Guarda Municipal estiveram no evento.
De acordo com a administra��o municipal, a homenagem foi um reconhecimento aos servi�os prestados pelos guardas � sociedade durante a ocorr�ncia, que ganhou repercuss�o ap�s v�deos da abordagem passarem a circular nas redes sociais. Os dois mantiveram a calma, embora tenham sido chamados de "analfabetos" e desafiados pelo desembargador, que se recusou a colocar a m�scara de prote��o facial obrigat�ria no munic�pio, a mult�-lo.
"S�o situa��es que adquirimos experi�ncia para lidar com situa��es comportamentais diversas. A gente tem que saber fazer a separa��o que, por tr�s do homem, existe um profissional capacitado para lidar com situa��es de tens�o", disse Guilhermino, que trabalha h� 18 anos na corpora��o. "Embora toda a situa��o constrangedora que a gente sofreu tenha causado chatea��o, s� temos a agradecer todo o apoio de todo povo brasileiro. O recado que deixo �: um ato t�o simples, que � o de utilizar m�scaras, pode salvar vidas. E isso depende de cada um de n�s", completou o agente.
O colega, Hil�rio, comentou que o aborrecimento moment�neo abriu espa�o para o orgulho dos familiares. "Quando cheguei em casa, depois do ocorrido, estava chateado. Minha esposa tinha visto o v�deo, minha filha estava triste com o tratamento que recebi. Depois da repercuss�o, vizinhos, amigos e familiares come�aram a mandar mensagens de apoio e, de uma tristeza, o sentimento mudou. A gente v� que uma postura nossa gerou admira��o, nosso trabalho foi reconhecido e isso trouxe orgulho para minha fam�lia", disse.
Entenda o caso
Flagrado sem m�scara enquanto caminhava em uma praia de Santos no �ltimo s�bado, 18, o desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo, chamou de "analfabeto" o guarda que lhe pediu que colocasse o EPI, obrigat�rio em locais p�blicos durante a pandemia do novo coronav�rus. O magistrado chegou a insinuar que jogaria a multa "na cara" do agente caso ele insistisse na autua��o.
Siqueira tamb�m ligou para o secret�rio de Seguran�a P�blica do munic�pio e evocou um suposto irm�o procurador de Justi�a para intimidar os guardas.
Ap�s o epis�dio, o Tribunal de Justi�a de S�o Paulo decidiu abrir uma investiga��o para apurar o caso. Por determina��o do corregedor nacional de Justi�a, ministro Humberto Martins, o procedimento ser� conduzido no Conselho Nacional de Justi�a (CNJ). O corregedor entendeu que os fatos podem caracterizar conduta que infringe os deveres dos magistrados estabelecidos na Lei Org�nica da Magistratura Nacional (Loman) e no C�digo de �tica da Magistratura.
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