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Estado de Minas Fam�lia Bolsonaro

Investiga��o mapeia elos entre Queiroz e miliciano

A rela��o entre Fabr�cio Queiroz e o miliciano Adriano N�brega come�ou quando entraram eles na PM e vai at� dezembro de 2019


21/07/2020 12:00 - atualizado 21/07/2020 17:49

Fabrício Queiroz (E) ao lado do senador Flávio Bolsonaro(foto: Reprodução/Redes Sociais)
Fabr�cio Queiroz (E) ao lado do senador Fl�vio Bolsonaro (foto: Reprodu��o/Redes Sociais)

Investiga��es da pol�cia e do Minist�rio P�blico mapearam ao menos sete liga��es entre o ex-assessor parlamentar Fabr�cio Queiroz, preso desde o dia 18, e o miliciano Adriano Magalh�es da N�brega, o capit�o Adriano, morto em fevereiro.

A rela��o entre os dois come�ou quando eram policiais militares, passa por 2003, ano em que a dupla foi alvo de uma investiga��o de homic�dio, e chega pelo menos at� dezembro de 2019. Naquele m�s, familiares dos dois se encontraram para combinar fuga, de acordo com promotores.

Com a pris�o decretada desde janeiro de 2019, capit�o Adriano ficou mais de um ano foragido e, para n�o ser pego, teria contado com uma rede de prote��o formada por policiais, pol�ticos e advogados. Um desses "amigos" seria Queiroz, de acordo com a investiga��o. Assessor do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2007 e 2018, ele � apontado pelo Minist�rio P�blico do Rio (MP-RJ) como o operador financeiro do suposto esquema de "rachadinhas" e de nomea��es fantasmas no gabinete. Ele nega a acusa��o.

Lotados no 18º Batalh�o da Pol�cia Militar, no Rio, em 2003, foram alvo de investiga��o sobre a morte de um suspeito, durante abordagem na Cidade de Deus. A apura��o ainda n�o foi conclu�da. N�brega viria a ser expulso da corpora��o, envolvido em den�ncias de liga��o com o jogo do bicho.

Em 2007, Queiroz foi nomeado para o gabinete de Fl�vio na Alerj. No mesmo ano, a ex-mulher do capit�o Adriano, Danielle Mendon�a da N�brega, foi contratada para trabalhar no escrit�rio. Segundo o MP-RJ, Danielle e Raimunda Veras Magalh�es, m�e do miliciano contratada em 2015, receberam R$ 1 milh�o de sal�rios da Alerj entre 2007 e 2018, supostamente sem trabalhar.

Os investigadores conseguiram rastrear pelo menos R$ 400 mil sendo "devolvidos" para Queiroz, o que configuraria a "rachadinha". Parte desse dinheiro saiu de contas de restaurantes de N�brega.

As investiga��es tamb�m mostram que o miliciano e o assessor se falaram sobre nomea��es de familiares e sobre as investiga��es. O Grupo de Atua��o Especializada no Combate � Corrup��o (Gaecc) sustenta que Queiroz e N�brega agiram, desde o in�cio das investiga��es, para atrapalhar o Minist�rio P�blico e a Justi�a, com orienta��o de superiores hier�rquicos e de advogados.

Para comprovar essa afirma��o, os promotores citam trocas de mensagens em que os dois orientam a ex-mulher do miliciano a faltar a depoimento no MP-RJ no in�cio de 2019. "E ordenar que a mesma n�o mencionasse em conversas telef�nicas crimes praticados na Alerj", diz documento da Promotoria anexado aos autos.

Por fim, em dezembro de 2019, a mulher de Queiroz se encontrou com a m�e de N�brega para combinar formas de escapar dos investigadores.

Defesa


O advogado Paulo Em�lio Catta Preta, de Bras�lia, que defendia capit�o Adriano em um processo do Rio sobre mil�cia, e representou a fam�lia ap�s a morte do miliciano, assumiu a defesa de Queiroz ap�s a pris�o do ex-assessor.

Catta Preta disse que a participa��o de Queiroz no esquema de "rachadinha" se limitaria ao fato de ele ter sido assessor de Fl�vio na Alerj. Segundo o advogado, os promotores fizeram uma "leitura absolutamente equivocada" das movimenta��es financeiras, sem "suficiente suporte emp�rico" das transa��es banc�rias do cliente.

Fl�vio Bolsonaro nega todas as acusa��es.

Pontos de interse��o


- Pol�cia: Na d�cada de 1990, Fabr�cio Queiroz e Adriano Magalh�es de N�brega trabalharam na Pol�cia Militar do Rio. Adriano virou capit�o no Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope). Foi expulso da corpora��o em 2014, ap�s ser acusado de envolvimento com crimes vinculados a contraventores do jogo do bicho.

- Assassinato: Em 2003, Queiroz e N�brega foram citados em investiga��o da Pol�cia Civil para apurar a morte de um suspeito, durante abordagem policial, na Cidade de Deus. Apura��o nunca foi encerrada.

- Nomea��es: Queiroz foi nomeado para o gabinete de Fl�vio Bolsonaro na Alerj em 2007. No mesmo ano, Danielle Mendon�a da N�brega, ent�o mulher de N�brega, � nomeada para o gabinete. A m�e do miliciano, Raimunda Veras Magalh�es, foi nomeada em 2015. Segundo o MP-RJ, elas nunca trabalharam na Alerj, mas receberam R$ 1 milh�o em sal�rios somados.

- Dep�sitos: O ex-assessor parlamentar recebeu, segundo a investiga��o, R$ 400 mil de contas ligadas a Danielle e Raimunda. Parte do dinheiro foi transferida de duas contas de restaurantes controlados por capit�o Adriano.

- Telefone: Ainda de acordo com a investiga��o, Queiroz e N�brega conversaram, entre 2017 e 2019, para falar de nomea��es na Alerj e sobre as investiga��es. Eles orientaram Danielle a n�o falar ao telefone sobre esquemas. Segundo o MP, partiu deles a orienta��o para que Danielle n�o fosse prestar depoimento.

- Encontros: Entre os dias 3 e 5 de dezembro de 2019, a mulher de Queiroz, M�rcia Aguiar, se encontrou com a m�e do miliciano, Raimunda, e um advogado de Fl�vio, Luiz Gustavo Botto Maia, em Astolfo Dutra (MG). Para o MP, o objetivo da reuni�o foi combinar formas de escapar dos investigadores.

- Advogado: O advogado Paulo Em�lio Catta Preta passou a representar N�brega em 2019, no processo contra a mil�cia de Rio das Pedras. Ap�s a morte do miliciano, assumiu a defesa da fam�lia de N�brega. Agora tamb�m � advogado de Queiroz.


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