O ex-diretor-presidente de um dos bra�os do grupo Qualicorp, Elon Gomes de Almeida, delatou o suposto esquema de caixa 2 na campanha do senador Jos� Serra (PSDB-SP) com repasses de R$ 5 milh�es em notas de servi�os dissimulados.
As declara��es do empres�rio serviram de base para a Opera��o Paralelo 23, deflagrada anteontem contra o tucano pela Opera��o Lava-Jato em S�o Paulo.
O nome de Elon, contudo, j� apareceu em outras investiga��es. Em 2018, o ent�o presidente da Alian�a Administradora, empresa majoritariamente controlada pela Qualicorp, foi denunciado pelo Minist�rio P�blico Federal por participar de esquema semelhante, mas com um ator diferente: falsidade ideol�gica eleitoral por repasses de R$ 2,6 milh�es � campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas, tamb�m em 2014.
� �poca, Elon Gomes foi delatado por Benedito Rodrigues, o 'Ben�', suposto operador do petista e colaborador da Acr�nimo. Segundo Ben�, o empres�rio teria feito os repasses por meio de notas fiscais fraudulentas, cobradas de empresas controladas por Elon: a Support Consultoria e a Gabe Administradora e Corretora de Seguros.
Elon confessou o crime em depoimento � Pol�cia Federal e teve a pena atenuada pela Procuradoria. Meses depois, o empres�rio procuraria o Minist�rio P�blico Eleitoral de S�o Paulo para delatar o esquema envolvendo os pagamentos "por fora" para a campanha de Serra.
O empres�rio apontou que o tucano recebeu R$ 5 milh�es em 2014, ocultados por meio de simula��o de diversos neg�cios jur�dicos. Os repasses atendiam demanda de Jos� Seripieri Filho, o J�nior da Qualicorp, que tamb�m foi citado na Acr�nimo no caixa 2 a Pimentel. Segundo Elon, o fundador da Qualicorp mascarou os pagamentos para Serra por meio de contrato de licen�a de software e servi�os gr�ficos jamais prestados.
Al�m das acusa��es, Elon teria apresentado aos investigadores "contundente e robusto conjunto de elementos", conforme anotou o juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, que autorizou buscas contra Serra. A Qualicorp adquiriu a Alian�a Administradora, de Elon Gomes, em 2017, dois anos ap�s a Acr�nimo.
Procurado pela reportagem, o senador Jos� Serra lamentou o que chamou de "espetaculariza��o" da opera��o da PF e negou ter recebido caixa 2. "� ilegal, abusiva e acintosa a atua��o dos �rg�os de investiga��o no presente caso", disse a defesa do tucano em nota. A Qualicorp afirmou que adotar� "as medidas necess�rias para apura��o completa dos fatos". A defesa de Jos� Seripieri Filho disse que os colaboradores n�o acusaram o empres�rio de ter feito caixa 2 e que a decis�o de fazer a doa��o dessa forma foi "de um dos colaboradores". A defesa de Elon Gomes n�o havia se manifestado at� a conclus�o desta edi��o.