
“O governo federal fez tudo o que n�o deveria fazer na maior crise de sa�de dos �ltimos 100 anos. Desde a gripe espanhola n�o havia uma emerg�ncia sanit�ria desse patamar. Quando nossa equipe estava no minist�rio, o presidente fez oposi��o ao pr�prio Minist�rio da Sa�de dele”, afirmou, por telefone.
Mandetta deixou o Pal�cio do Planalto em abril deste ano, quando o pa�s somava casos 25.262 casos e 1.532 mortes em virtude do coronav�rus. Agora, mais de 90 dias depois, h� 2.552.265 registros e 90.134 �bitos.
Defensor das medidas restritivas como modo de barrar a pandemia, o ex-ministro entrou em rota de colis�o com Bolsonaro. Contr�rio �s regras r�gidas adotadas por estados e munic�pios, o presidente � publicamente favor�vel � plena retomada das atividades econ�micas.
"As decis�es pol�ticas foram as piores que poderiam poss�veis em uma pandemia desse porte”, sentenciou o ex-palaciano, filiado ao DEM e j� deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
Ap�s a sa�da de Mandetta, o cargo foi ocupado pelo tamb�m m�dico Nelson Teich. Ele, no entanto, durou menos de um m�s no posto.
"Ocupa��o militar"
O terceiro ministro da Sa�de brasileiro desde o in�cio da pandemia � o general Eduardo Pazuello, que assumiu interinamente ap�s o pedido de demiss�o de Teich. A gest�o do “interino efetivo” de Bolsonaro foi chamada de “ocupa��o militar” por Mandetta“Ele fez uma ocupa��o militar no minist�rio da Sa�de e deu a ordem para que o minist�rio n�o falasse mais de doen�as e ignorasse o coronav�rus, ao ponto de o Minist�rio da Sa�de ter flertado com a n�o divulga��o dos pr�prios n�meros. Teve que tomar uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer a fun��o b�sica do Minist�rio, que � consolidar os n�meros”, disse ele.
No in�cio de junho, vale lembrar, a sa�de federal passou a atrasar a divulga��o dos boletins di�rios do coronav�rus. Os levantamentos passaram a ser publicados no fim da noite, por volta das 22h. Depois de alguns dias, inclusive, as estat�sticas consolidadas foram retiradas — constando, apenas, os n�meros das 24 horas anteriores.
A situa��o foi “regularizada” ap�s o STF ordenar a divulga��o dos n�meros da forma como o governo fazia at� a altera��o.