
“Podemos ter opini�es que ora convergem, ora divergem, mas n�o menosprezamos o car�ter uno do Minist�rio P�blico brasileiro. A desaven�a, diferentemente da discord�ncia, serve apenas para o enfraquecimento da carreira e da institui��o. Somos uma fam�lia que compartilha da mesma miss�o, submetidos � mesma Constitui��o Federal”, diz discurso de Aras.
O vice-procurador e o mestre de cerim�nia justificaram que Aras n�o compareceu por um problema de conex�o, uma vez que o evento se deu por videoconfer�ncia. Mas nas outras sess�es do conselho realizadas da mesma forma, Aras as presidiu da sede do �rg�o, onde estava Humberto Jacques. A aus�ncia do PGR foi vista com estranhamento por subprocuradores. A assessoria informou que nesta segunda Aras n�o estava na PGR no momento da sess�o e participaria � dist�ncia.
O discurso vem em meio � uma intensa crise institucional, na qual o procurador-geral fez duras cr�ticas � for�a-tarefa da Lava-Jato, em especial � de Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol. A pen�ltima sess�o do Conselho Superior foi marcada por um bate-boca entre Aras e Nicolao Dino, que foi empossado nesta segunda-feira para o pr�ximo bi�nio junto com Mario Bonsaglia, Jos� Bonif�cio e Maria Caetana.
Na ocasi�o, Dino leu uma carta feita por ele e outros tr�s colegas com cr�ticas a Aras pelos ataques � Lava-Jato. Naquela semana, em uma transmiss�o ao vivo com advogados no dia 28 de julho, Aras havia feito duras cr�ticas � Lava-Jato, dizendo que "� hora de corrigir os rumos para que lavajatismo n�o perdure". O procurador afirmou que a for�a-tarefa era como uma "caixa de segredos" e que iria atuar para acabar com o "punitivismo" no MP. A sess�o marcada pelo bate-boca terminou com Aras se levantando em meio a protesto de membros do conselho, que pediam para falar.
Depois do embate, em reuni�o na semana passada, Aras adotou um tom conciliador. Agora, em texto lido por Humberto Jacques nesta segunda, o PGR afirmou que o MPF � “uma fam�lia que compartilha da mesma miss�o, submetidos � mesma Constitui��o Federal”.
“Assim, pela impessoalidade dos atos e pela unidade do nosso corpo institucional, queremos fortalecer o Minist�rio P�blico, redefinir rumos, para que sejamos mais eficazes, transparentes e coesos em prol da seguran�a jur�dica que foi tra�ada nos artigos 127 e 129 da Constitui��o Federal, combinados com o artigo 37, dos quais extra�mos os princ�pios concorrentes da unidade, indivisibilidade e independ�ncia funcional”, pontuou.
Segundo Aras, por esses princ�pios ser� poss�vel “al�ar uma institui��o l�cida, din�mica, transparente e indutora de pol�ticas p�blicas que tragam futuro promissor � na��o brasileira”.
“As reverbera��es desse conselho continuaram a ser sopesadas por um grupo seleto de subprocuradores-gerais da Rep�blica, que compreendem a ampla dimens�o dos seus atos, que exige capacidade de planejamento, antecipa��o das consequ�ncias das suas decis�es”, disse Humberto Jacques, lendo discurso de Aras.