
As antes frequentes entrevistas coletivas de Jair Bolsonaro em frente ao Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial do Presidente da Rep�blica, pararam de acontecer h� aproximadamente um m�s.
Coincid�ncia ou n�o, o presidente parou de falar com jornalistas e apoiadores desde 18 de julho, dia em que seu amigo Fabr�cio Queiroz foi preso pela Pol�cia Civil. Naquele dia, Bolsonaro passou direto pela imprensa e por seus simpatizantes que o aguardavam em frente ao pal�cio.
Coincid�ncia ou n�o, o presidente parou de falar com jornalistas e apoiadores desde 18 de julho, dia em que seu amigo Fabr�cio Queiroz foi preso pela Pol�cia Civil. Naquele dia, Bolsonaro passou direto pela imprensa e por seus simpatizantes que o aguardavam em frente ao pal�cio.
Nesta quinta-feira, durante sua live semanal, o presidente justificou o sil�ncio, atribuindo culpa � imprensa.
“Eu gosto de falar, mas vi que estava fazendo errado parando no cercadinho 10 minutos, 20, �s vezes ficava uma hora. Os caras pegavam cinco segundos ou algumas palavras minhas e, no dia seguinte, era pancadaria. O cara pode criticar. Eu falo uma coisa que � absurda o rep�rter perguntar, ‘presidente, � isso mesmo que o senhor falou, o senhor confirma?’. Ele n�o faz essa pergunta. Ele vai l�, anota caladinho e pau em voc�. Ent�o, resolvi n�o mais falar”, disse o presidente.
Bolsonaro adotou a estrat�gia de atender demandas da imprensa apenas provenientes de ve�culos e jornalistas que simpatizem com seu governo. Em suas lives, inclusive, ele responde ao vivo a questionamentos de membros da bancada do programa Os Pingos nos Is, da R�dio Jovem Pan.
Entretanto, na transmiss�o desta semana, o presidente disse ao jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan, que n�o responder� a todo tipo de questionamento.
“Agora, posso responder alguma coisa de voc�, Augusto Nunes, e de sua equipe, sem problemas. Agora, se tiver alguma pergunta que der d�vida na resposta, vou me reservar o direito de ficar calado, para evitar problemas”, afirmou Bolsonaro.
Nessa quarta-feira, Bolsonaro reuniu os presidentes da C�mara e do Senado, ministros e parlamentares em frente ao Pal�cio da Alvorada, para falar sobre o teto de gastos do Governo.
Entretanto, o presidente e as demais autoridades presentes fizeram apenas pronunciamentos, sem permitir que os jornalistas pudessem fazer perguntas.
Rela��o com a imprensa

Seus alvos preferidos s�o a TV Globo e o jornal Folha de S.Paulo. Nesta quinta, o presidente deu a entender que ir� processar a Globopor causa do editorial do Jornal Nacional �ltimo s�bado, data em que o Brasil atingiu a marca de 100 mil mortes causadas pela COVID-19.
Desde o in�cio de seu mandato, Bolsonaro acusou a imprensa de ‘patifaria’, ‘canalhice’, disse a um rep�rter que ele tinha uma ‘cara de homossexual terr�vel’ (o que, no entendimento do presidente, parece ser uma ofensa), entre outros arroubos de agressividade.
“Porra, rapaz, pergunta para sua m�e o comprovante que ela deu para o seu pai”, “ela queria dar o furo a qualquer pre�o contra mim”, “a bosta da Folha de S.Paulo”, “essa imprensa lixo chamada Globo”, e “cala a boca, n�o perguntei nada” foram algumas das falas de Bolsonaro direcionadas � imprensa.
No in�cio de mar�o, ao ser questionado sobre o PIB (Produto Interno Bruto), que teve alta de apenas 1,1% em 2019, Bolsonaro usou o humorista M�rvio L�cio "Carioca" para se esquivar.
No in�cio de mar�o, ao ser questionado sobre o PIB (Produto Interno Bruto), que teve alta de apenas 1,1% em 2019, Bolsonaro usou o humorista M�rvio L�cio "Carioca" para se esquivar.
Em 31 de mar�o deste ano, ele impediu um jornalista de fazer uma pergunta e incitou um de seus apoiadores a hostiliza-lo. “� ele que vai falar, n�o � voc�s (jornalistas), n�o”, afirmou. Ap�s os rep�rteres, impedidos de perguntar, abandonarem o local, o presidente ainda os culpou: “V�o abandonar o povo? Nunca vi isso, a imprensa que n�o gosta do povo”, disse.
A crescente inseguran�a causada pela presen�a de militantes bolsonaristas – cada vez mais agressivos – na porta do Alvorada fizeram com que o Grupo Globo e a Folha anunciassem, em 25 de maio, a suspens�o do plant�o em frente ao pal�cio.
Caso Queiroz
O ex-assessor e ex-motorista de Fl�vio Bolsonaro, filho do presidente, foi preso pela primeira vez em julho, em Atibaia, interior de S�o Paulo.Ele � investigado por operar um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do estado. No esquema, segundo a investiga��o, funcion�rios de Fl�vio, ent�o deputado estadual, devolviam parte do sal�rio, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e atrav�s do investimento em im�veis.
Em 9 de julho, o presidente do Superior Tribunal de Justi�a, Jo�o Ot�vio de Noronha, decidiu que Queiroz e sua mulher M�rcia Aguiar (que estava foragida desde 18 de junho) poderiam ficar em pris�o domiciliar, ou seja, em sua pr�pria resid�ncia.