
De acordo com o depoimento de Cristiano Correia Souza e Silva, a unidade da franquia pertencente a Fl�vio, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, vendeu produtos por um valor menor do que o pre�o tabelado pela marca. Panetones, por exemplo, que deveriam custar R$ 100, foram vendidos por R$ 80 no Natal de 2016.
Cristiano denunciou a pr�tica � matriz, que, segundo ele, realizou um procedimento de fiscaliza��o, no qual constatou que as notas fiscais eram emitidas com o pre�o cheio, mas o cliente pagava um valor menor do que o registrado.
Procurado pelo Estad�o, o grupo CRM, detentor da marca Kopenhagen, confirmou que a unidade sofreu advert�ncia e multa pela infra��o contratual. "O Grupo CRM apurou o caso e, tendo constatado por meio da sua Diretora Comercial � �poca, que de fato a loja estava praticando uma promo��o n�o autorizada, o franqueado foi imediatamente notificado, advertido e multado de acordo com as cl�usulas previstas em contrato", disse o grupo.
Ap�s denunciar o caso, Cristiano Correia Souza e Silva relatou que ele e sua mulher sofreram amea�as do s�cio de Fl�vio Bolsonaro na unidade, Alexandre Santini, por meio de mensagens, segundo mostrou a reportagem do Jornal Nacional. Ele afirmou ao MP que registrou ocorr�ncia policial, mas deixou o caso de lado por medo.
A loja de Fl�vio � alvo de investiga��o de lavagem de dinheiro. Uma das hip�teses em apura��o pelo Minist�rio P�blico � de que a franquia no shopping tenha sido usada para lavar recursos p�blicos ilegalmente desviados no suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Documentos obtidos pelo MP tamb�m mostram que a loja recebia mais dinheiro vivo que a m�dia das franqueadas.
O Estad�o procurou Fl�vio Bolsonaro por meio de sua assessoria de imprensa. O senador n�o negou as acusa��es nem forneceu explica��es sobre os motivos que teriam levado sua loja a fraudar as notas fiscais emitidas. Fl�vio falou em "alucina��o de alguns promotores do Rio em persegui-lo", e disse que, "com isso, buscam atacar sua imagem p�blica, uma vez que, processualmente, n�o h� nada mais que eles possam fazer."
O senador disse ainda esperar que o procurador-geral de Justi�a do MP/RJ, Eduardo Gussem, "n�o prevarique e instaure, imediatamente, procedimento para apurar conduta criminosa desses poucos promotores de injusti�a por viola��o de sigilo profissional, uma vez que o processo deveria correr em segredo de justi�a, mas � insistentemente, trazido a p�blico, inviabilizando a defesa do Senador dentro do devido processo legal e do contradit�rio".