
Pesquisa divulgada nesta segunda-feira revela que, na opini�o de 54,8% dos brasileiros, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trabalhou menos ou na mesma intensidade dos governos anteriores no combate � corrup��o.
Segundo o estudo, realizado pelo Instituto Paran� Pesquisas, 29,8% dos entrevistados acreditam que o atual governo “fez igual” aos anteriores na luta contra a corrup��o. J� 25% creem que Bolsonaro “fez menos” que seus antecessores.
Segundo o estudo, realizado pelo Instituto Paran� Pesquisas, 29,8% dos entrevistados acreditam que o atual governo “fez igual” aos anteriores na luta contra a corrup��o. J� 25% creem que Bolsonaro “fez menos” que seus antecessores.
Para 39,6% da popula��o, de acordo com a pesquisa, Bolsonaro fez mais que os presidentes que o antecederam; 5,6% n�o opinaram ou n�o souberam responder.
Opini�o 'de dentro'
Para o ex-ministro da Justi�a, Sergio Moro, houve retrocesso e falta de empenho do governo do presidente Jair Bolsonaro no combate � corrup��o. Moro externou sua opini�o durante uma live realizada no fim de maio.
“Falando francamente, houve uma certa retra��o do combate � corrup��o. Claro que a qualquer opera��o sempre cabe cr�tica, pode se questionar alguma coisa. Mas acho que houve um grande avan�o (durante a opera��o Lava Jato). Podemos dizer que rompemos com a tradi��o da impunidade da grande corrup��o. Antes, j� tinha o Supremo Tribunal Federal, rompido em parte com a A��o Penal 470 (Mensal�o), e a Lava Jato foi um avan�o”, disse o ex-ministro.
Na sequ�ncia de sua fala, Moro deu a entender que falta vontade pol�tica do atual governo no combate aos crimes pol�ticos.
“Mas sempre precisa ter um esfor�o para que n�s possamos avan�ar, e n�o retroceder. Acho que houve um certo refluxo, mas n�o � nada que a gente n�o possa recuperar com uma agenda positiva. Desde que haja uma vontade pol�tica”, declarou.
Sergio Moro citou casos espec�ficos em que, no seu entendimento, o Governo Federal e o Congresso atuou de forma contr�ria � esperada na luta contra a corrup��o.
Uma delas, realizada pelos parlamentares com pedido expresso de Bolsonaro foi a retirada do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do �mbito do Minist�rio da Justi�a e seu retorno ao Minist�rio da Economia. A altera��o foi realizada pouco tempo depois de o Conselho ter identificado movimenta��es suspeitas nas contas banc�rias de Fabr�cio Queiroz, ex-assessor de Fl�vio Bolsonaro (filho do presidente da Rep�blica) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
“Temos que construir um cen�rio institucional mais robusto contra a corrup��o. Seja para mecanismos de transpar�ncia, seja para evitar coloca��o de gestores p�blicos �mprobos e determinados cargos. Na parte repressiva – que n�o � s� com ela que se resolve o problema da corrup��o, mas ela tamb�m � importante, mandar o recado que o crime n�o compensa – acho que tivemos alguns retrocessos ou falta de empenho maior par que n�s pud�ssemos avan�ar. Destacando em especial, no ano passado, as confus�es envolvendo o COAF, ficamos meses sem que o COAF pudesse operar, por uma decis�o que depois o STF reviu. Mas foi uma decis�o que atrapalhou”, disse Moro.
Ele completou: “Tivemos o caso da execu��o da condena��o em segunda instancia que foi uma conquista, em certa medida, da Lava Jato. No ano passado, foi, infelizmente revista, para se exigir novamente o tr�nsito em julgado. Claro que isso foi uma decis�o do Judici�rio, n�o do Executivo. Mas em seguida foram apresentados projetos de emenda constitucional para restabelecer a execu��o e segunda instancia. Eu me esforcei como ministro da justi�a para que isso fosse adiante, mas n�o vi o mesmo empenho por parte do Planalto, com todo respeito”.
A pesquisa
De acordo com o Instituto Paran� Pesquisas, o universo das estat�sticas abrange a popula��o brasileira. Foi utilizada uma amostra de 2.260 pessoas, divididos por sexo, faixa et�ria, escolaridade, n�vel econ�mico e posi��o geogr�fica. O trabalho de levantamento de dados foi realizado por meio de entrevistas telef�nicas com habitantes com 16 anos ou mais em 26 estados e Distrito Federal e em 242 munic�pios brasileiros entre os dias 11 e 15 de agosto de 2020.
O instituto afirma que essa amostra representativa do Brasil atinge um grau de confian�a de 95% para uma margem de erro de estimada em 2% para os resultados gerais.