"Ex-presidente da OAB-SP, de direita e democrata" � como se define o advogado Marcos da Costa, confirmado neste s�bado, 12, candidato � Prefeitura de S�o Paulo pelo PTB na conven��o da sigla. Para se apresentar ao eleitor em sua primeira campanha pol�tica, por�m, a estrat�gia ser� a de apoiar-se nas figuras de seu partido, que n�o lan�ava um candidato pr�prio na capital desde 1996: "Sou o candidato do Roberto Jefferson, que me apoia, do Campos Machado, da fam�lia petebista."
Apesar de ter o endosso do deputado estadual Campos Machado, seu padrinho pol�tico, a candidatura de Marcos da Costa chegou a levantar a desconfian�a do presidente da sigla, o ex-deputado Roberto Jefferson. Aliado recente do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, Jefferson chegou a dizer em entrevista que n�o apoiaria Marcos da Costa porque ele n�o era conservador.
Dias depois, o discurso mudou. "Tem princ�pios conservadores, n�o me parece (um nome da) nova esquerda. Fecha a campanha com Bolsonaro", escreveu no Twitter.
"Ele (Jefferson) me conhecia por ser presidente da Ordem (em S�o Paulo), n�o pessoalmente", diz Costa. "(Me identifico com) a defesa que ele faz da P�tria. Nunca me vi saindo do Brasil. Quanto � fam�lia, casei com minha primeira namorada. Quanto ao credo em Deus, sempre fui crist�o, s� estou aqui por causa Dele. Entrei para o PTB sabendo do reposicionamento do partido, mais conservador e � direita. S�o valores que defendo."
Durante a conven��o da sigla, o deputado Campos Machado disse ao jornal O Estado de S. Paulo que discord�ncias com Jefferson foram "resolvidas". "Todas as nossas discord�ncias foram sempre resolvidas na base da lealdade e da fraternidade que nos unem. N�o tem nenhum problema", disse Campos Machado. Jefferson n�o participou do evento.
Marcos da Costa diz estar alinhado ideologicamente a Bolsonaro e mira o voto de seus apoiadores. Questionado sobre a rela��o conturbada do presidente com a OAB e de seus apoiadores com integrantes do poder Judici�rio, o candidato afirmou ser um democrata e defendeu a Constitui��o. Por�m, fez cr�ticas ao atual presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, e � conduta de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"O Supremo precisa evitar falar fora dos autos para que os ministros n�o virem comentaristas de casos e causos", disse Marcos da Costa. "E quanto � Ordem, o presidente (Santa Cruz) se coloca como oposi��o a Bolsonaro e acho isso um grande equ�voco. N�o � o papel da Ordem, que deve ser combativa, mas tamb�m isenta do ponto de vista pol�tico."
O candidato entra na disputa pol�tica depois de, em sua avalia��o, obter a experi�ncia de discutir pol�ticas p�blicas na OAB. "Tivemos papel relevante em momentos tensos de S�o Paulo como a greve dos caminhoneiros, as invas�es nas escolas e a cobertura da imprensa dos protestos de 2013. Fizemos isso com debate. A sociedade tem que ser protagonista das mudan�as que o pa�s precisa."
Marcos da Costa ter� como companheira de chapa a policial militar Cabo Edjane, candidata a vice-prefeita. O PTB ter� 83 candidatos a vereador na capital, sendo 27 mulheres.
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