Conflitos no campo deixam 80 mortos no pa�s no bi�nio 2017 e 2018, diz estudo

O Atlas dos Conflitos Socioterritoriais na Pan-Amaz�nia divulgado nesta quarta-feira, 23, pela Comiss�o Pastoral da Terra mostra que a expans�o da pecu�ria e das monoculturas (soja, algod�o, dend� e eucalipto) � respons�vel por 60% dos conflitos agr�rios registrados no Brasil nos anos de 2017 e 2018. Do outro lado dos confrontos, em 42% dos casos est�o pequenos agricultores, seguidos pelas comunidades tradicionais (ribeirinhos, seringueiros etc) com 29%, ind�genas com 17% e quilombolas 11%.

De acordo com o Atlas, 995 (76%) dos 1.301 conflitos agr�rios ativos (que tiveram desdobramentos) registrados no bi�nio ocorreram no Brasil, que det�m 60% do territ�rio da chamada Amaz�nia Legal. Na Col�mbia correram 227 confrontos, no Peru 69 e na Bol�via 17. Ao contr�rio do Brasil, nos outros pa�ses pesquisados a maior parte dos conflitos est� relacionada a disputas envolvendo a minera��o, plantio de il�citos (coca) e obras governamentais. No total da regi�o, a pecu�ria e monoculturas fazem parte de 43% dos confrontos.

Os conflitos deixaram 118 mortos no bi�nio, 80 delas no Brasil. Al�m disso, no Pa�s foram registradas 100 tentativas de assassinato, 225 amea�as de morte, 115 agress�es e 375 casos de despejos judici�rios ou expuls�es � for�a.

De acordo com o Atlas, as principais causas dos conflitos � a falta de legaliza��o de terras ocupadas por posseiros, ind�genas ou comunidades tradicionais, problemas de superposi��o de �reas e diversos tipos de invas�es (grileiros, madeireiros, garimpeiros etc).

� a primeira vez que a CPT divulga o relat�rio dos conflitos incluindo dados de outros pa�ses. A comiss�o, ligada � Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza h� 34 anos o levantamento "Conflitos no Campo Brasil". Coordenado pela CPT, o Atlas teve participa��o de outras nove entidades, entre organiza��es n�o governamentais e universidades, do Brasil, Peru, Col�mbia e Bol�via.