
O ex-ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), criticou a “polariza��o t�xica” que o pa�s atravessa e ironizou as insinua��es que o presidente Jair Bolsonaro t�m feito a respeito dele, em lives nas redes sociais: “Ele (Bolsonaro) deve estar com algum tipo de preocupa��o, pois n�o tem uma semana que ele n�o me cite sobre alguma coisa e eu permane�o como cidad�o”, afirmou ao Estado de Minas.
O ex-ministro lan�ou nesta sexta-feira, 25, o livro Um paciente chamado Brasil – os bastidores da luta contra o coronav�rus (Objetiva), que chega �s livrarias e est� dispon�vel tamb�m em e-book. No livro, Mandetta conta que mostrou ao presidente a proje��o de mais de 100 mil mortos pela COVID-19 no pa�s se n�o fossem adotadas medidas r�gidas de restri��o de circula��o e distanciamento social. “Era como se eu representasse o carteiro que o presidente queria matar porque levava not�cia ruim”, compara.
O ex-ministro afirma que Bolsonaro, mesmo diante dos n�meros, optou pelo “caminho da nega��o” e seguiu minimizando o impacto do coronav�rus no sistema de sa�de brasileiro: “Nunca falei esses n�meros em p�blico em respeito, mas entreguei um documento (com as proje��es) tamb�m por escrito. O presidente meio que entregou o jogo no primeiro tempo que tem gol na sa�da.”
Sobre o cen�rio pol�tico do pa�s, o ex-deputado criticou “a polariza��o em que uma se nutre da outra”. Segundo Mandetta, no Brasil “a turma do Bolsonaro diz: ‘vote em mim sen�o o PT volta’, e a turma do PT diz: ‘Vote em mim sen�o o Bolsonaro fica’”. Ele acredita que h� espa�o “para uma grande for�a de centro moderador, democr�tico, que respeite todas as diferen�as e possa fazer o pa�s avan�ar”. O ex-ministro da Sa�de n�o descartou uma candidatura presidencial em 2022: “A �nica coisa que sei � que, para deputado federal, eu n�o vou me candidatar. O resto eu quero discutir.”
Em live no in�cio do m�s, o presidente Bolsonaro insinuou que Mandetta autorizou a compra de respiradores superfaturados durante a sua gest�o no Minist�rio da Sa�de. Na entrevista para divulga��o do livro, o ex-ministro n�o quis rebater a acusa��o: “No momento em que tivermos as mesmas condi��es a gente faz esse debate. N�o adianta hoje. O presidente tem toda a estrutura e for�a da Presid�ncia da Rep�blica. A gente olha, anota num caderninho e aguarda o dia em que vai poder ter esse di�logo p�blico com ele.”