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Estado de Minas Popularidade

Bolsonaro busca ser ''pop'' na base da pir�mide social

Bolsonaro sente press�o para ampliar benef�cios que preservem capital de aprova��o, confirmado em recente pesquisa de opini�o. Mas tarefa est� complicada


27/09/2020 08:22 - atualizado 27/09/2020 08:33

(foto: Alan Santos/PR)
(foto: Alan Santos/PR)

Os reflexos da pandemia do novo coronav�rus no bolso dos mais pobres v�m preocupando Jair Bolsonaro. Por mais que o governo adote medidas para tentar preservar empregos e, sobretudo, socorrer os brasileiros que perderam a renda por causa da covid-19, o presidente da Rep�blica ter� de fazer mais para n�o perder a popularidade –– que, segundo a pesquisa encomendada pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) ao Ibope, divulgada na �ltima quinta-feira, deu ao atual governo uma aprova��o de 40% e constatou 46% de confian�a da popula��o no chefe do Executivo –– entre essa parcela da popula��o, que cobrar� dele uma camada de prote��o social mais ampla.

O recente n�mero divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que indicou pelo menos 13 milh�es de brasileiros desempregados, pressiona o governo a encontrar uma sa�da para o aux�lio emergencial que seja t�o eficiente quanto o benef�cio, que alcan�a mais de 67 milh�es de pessoas. Ciente disso, na �ltima semana, em diversas reuni�es com deputados e senadores, Bolsonaro deu as instru��es � base no Congresso de como montar um novo programa de transfer�ncia de renda, que deve ser mais robusto do que o Bolsa Fam�lia.

O presidente quer acelerar as discuss�es para que o benef�cio possa ser repassado no in�cio de 2021. Como o aux�lio emergencial termina em 31 de dezembro deste ano, a ordem de Bolsonaro � n�o deixar ningu�m desamparado, como disse o senador M�rcio Bittar (MDB-AC). O parlamentar, relator do Or�amento do pr�ximo ano e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo, ficou incumbido de construir as regras do novo programa.

“O programa novo cria mecanismos que fazem com que as pessoas queiram ter a carteira assinada. Muitos t�m medo de deixar o Bolsa (Fam�lia) hoje. Temos ideias que transformariam essa moderniza��o em uma coisa mais �gil, mais refrat�ria � fraude. Foram feitos muitos filtros, mas o novo programa faz um filtro a mais”, explicou Bittar.

O que tamb�m explica a urg�ncia de Bolsonaro em apresentar um substituto ao aux�lio emergencial � o fato de o presidente querer dar uma garantia aos mais humildes de que n�o ser�o esquecidos pelo governo. O Pal�cio do Planalto acredita que, ao continuar transferindo renda para os pobres, faz com que a avalia��o do presidente siga em alta neste estrato da popula��o.

Insatisfa��o latente


O Executivo espera contornar a insatisfa��o das classes mais baixas com o governo pela redu��o das parcelas do aux�lio de R$ 600 para R$ 300 e, sobretudo, pela alta no pre�o dos alimentos. Levantamento divulgado pela pesquisa Exame/Ideia, na semana passada, constatou uma alta na rejei��o de Bolsonaro exatamente pelos impactos negativos da deteriora��o do poder de compra entre os mais pobres.

Segundo os dados, o pior desempenho na popularidade do presidente foi observado entre quem ganha at� um sal�rio m�nimo (R$ 1.045): 54% dos entrevistados nesta faixa de renda desaprovam a gest�o Bolsonaro. E 41% das pessoas que participaram da pesquisa responderam que o presidente � o culpado pela infla��o dos alimentos.

“Est�o todos conversando. O presidente da Rep�blica est� fazendo a parte dele; os l�deres, tamb�m. � preciso entender que vai ter que tirar de algum lugar. Mas n�o podemos deixar as pessoas desamparadas. Busca-se o consenso dentro do poss�vel”, comentou Bittar.

Apesar da mobiliza��o do governo para chegar a um valor para o programa sucerssor do Bolsa Fam�lia, para a oposi��o, os mais humildes est�o sendo abandonados, sobretudo pela redu��o do aux�lio � metade. “H� quanto tempo n�o ouv�amos falar na palavra ‘carestia’? A carestia voltou para o dicion�rio econ�mico por causa daqueles que produzem e constroem esse modelo de desenvolvimento econ�mico centrado na ideia do Estado m�nimo, que n�o protege, n�o planeja e n�o d� garantia de vida �s fam�lias que mais precisam”, reclamou o deputado Jos� Guimar�es (PT-CE).

Parlamentares querem tentar manter o valor original do programa at� dezembro e, para isso, pedem a vota��o da medida provis�ria editada pelo governo que prorrogou o benef�cio at� o fim do ano. O texto j� recebeu 264 emendas, a maioria delas para impedir que o aux�lio caisse a R$ 300.

O deputado Andr� Janones (Avante-MG) reclama da estrat�gia do governo em n�o querer votar a MP. Segundo ele, “um aux�lio emergencial digno, que permita aos brasileiros da baixa renda sa�rem vivos dessa pandemia, n�o � uma luta da direita ou da esquerda, mas do Brasil. H� eleitor da direita e da esquerda desempregado”, destacou.

 

Respostas

Para o cientista pol�tico Nau� Bernardo, resolver o acesso da popula��o a postos de trabalho e alimenta��o ser� o grande teste de Bolsonaro no �ltimo trimestre do ano. “Ele tem at� o final do ano para conseguir dar uma resposta. Com o fim do aux�lio, se n�o achar espa�o para um programa social, a opini�o negativa voltar� a subir fortemente. O presidente sabe que precisa ter um plano de continuidade”, analisou.

Na vis�o do cientista pol�tico Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, “o problema � tentar resolver quest�es pol�ticas e econ�micas ao mesmo tempo, o que demanda habilidade e lideran�a. Nisso, ele demonstra-se deficit�rio”, observou. 

Repouso no Alvorada depois da alta

Ap�s se submeter a uma cirurgia para retirada de um c�lculo na bexiga, o presidente Jair Bolsonaro recebeu alta, na tarde de ontem, e veio direto para Bras�lia. Ele passar� este final de semana em repouso, por prescri��o m�dica, no Pal�cio da Alvorada.

Segundo o boletim do hospital Albert Einstein, divulgado antes da alta, Bolsonaro estava com “�tima evolu��o cl�nica, n�o apresentando sangramentos ou febre”. Com a retirada da sonda vesical, o presidente j� estava recebendo hidrata��o oral e caminhando fora do quarto.

Mais cedo, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que o acompanhou, postou uma foto do presidente nas redes sociais –– que posou vestindo uma camisa da Ferrovi�ria, do Cear�. Em alus�o ao Dia Nacional do Surdo, celebrado ontem, ele cumprimentou os seguidores em libras com a m�o direita.

Segundo a equipe m�dica que o atendeu, a cirurgia realizada na �ltima sexta-feira durou 1h30 e o c�lculo foi totalmente removido. Bolsonaro estava sob os cuidados do cardiologista Leandro Echenique e do urologista Leonardo Borges.

Para a extra��o do corpo na ves�cula, a equipe recorreu a uma cistolitotripsia, procedimento considerado simples e minimamente invasivo. Esse m�todo permite que um cat�ter siga pelo canal da uretra at� a bexiga, onde o c�lculo � fragmentado com a ajuda de um laser. No in�cio do m�s, o presidente comentou com apoiadores que a pedra era “maior de que um gr�o de feij�o”. Foi o sexto procedimento m�dico realizado por ele desde a facada recebida durante a campanha eleitoral, em Juiz de Fora (MG), em 2018.

Uma das visitas recebidas por Bolsonaro durante a interna��o foi a do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), l�der nas pesquisas para a prefeitura paulistana e que conta com o apoio do presidente.

Mas, amanh�, ele retoma as atividades. Re�ne-se no Alvorada com a ministra Damares Alves (Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos) e parlamentares e pastores da Conven��o Geral das Assembleias de Deus no Brasil. � tarde, consta reuni�o com os ministros Tarc�sio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). H�, ainda, a expectativa de que ele participe, no final da tarde, do lan�amento do programa Minera��o e Desenvolvimento, das Minas e Energia. (IS)

Insist�ncia no novo tributo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende apresentar, amanh,� a segunda parte da reforma tribut�ria ao presidente Jair Bolsonaro e a l�deres partid�rios. A ideia � desonerar a folha de pagamentos das empresas e, para compensar a perda na arrecada��o, criar um novo tributo. Ele reuniu-se ontem, no Minist�rio da Economia, com o l�der do governo na C�mara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), para acertar os detalhes da proposta.

A equipe econ�mica apresentar� mais de uma alternativa, para que o presidente e as lideran�as da base avaliem qual � a melhor. A meta � conseguir o aval de Bolsonaro para tocar o assunto e o parecer dos parlamentares sobre qual � a chance real de que a proposta avance no Congresso, j� que a cria��o do imposto � uma medida impopular. “Teremos um texto para ele (Bolsonaro) escolher. Os l�deres tamb�m poder�o opinar. S� ser� anunciada a solu��o que j� tiver passado pelo crivo do presidente e senhores l�deres da base do governo, porque isso d� uma maior previsibilidade na aprova��o da mat�ria”, explicou Barros.

O novo imposto, que compensaria a perda de arrecada��o, deve incidir sobre todas as movimenta��es financeiras, nos moldes da extinta CPMF, ideia que enfrenta resist�ncias no Congresso. O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), � um dos maiores opositores. Al�m disso, parte dos parlamentares acredita que a proposta, se enviada � Comiss�o Mista da Reforma Tribut�ria, pode contaminar a discuss�o dos projetos em andamento, que simplificam a cobran�a de tributos sobre o consumo.



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