
A defesa de um nome comprometido com o combate � corrup��o ocorre ap�s Bolsonaro informar a ministros do Supremo a escolha do desembargador Kassio Nunes Marques, nome que tem aval de parlamentares do Centr�o - grupo no Congresso com diversos integrantes figurando como alvo da Lava Jato.
O coment�rio de Moro foi feito durante debate da Frente �tica Contra a Corrup��o, da C�mara dos Deputados, em que tamb�m voltou a defender a aprova��o de mudan�as na lei que aprimorarem o combate � corrup��o. Ele repetiu o argumento de que a pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia e o fim do foro privilegiado s�o fundamentais, duas propostas em discuss�o no Congresso.
"Tamb�m, uma forma de obter reformas em prol da agenda anticorrup��o � que a escolha do candidato seja uma escolha muito boa e que o Senado exer�a seu crivo sobre o candidato para saber se h� comprometimento ou n�o com a agenda anticorrup��o. Se essa � uma demanda da sociedade, se isso foi um fator determinante (nas elei��es) em 2018, se essa � uma bandeira da agenda pol�tica, esses s�o detalhes que tem de ser muito bem analisados", disse Moro.
Ao justificar a import�ncia da escolha do ministro do Supremo para essa agenda, Moro disse que o tribunal tem um papel de controle de constitucionalidade que "pode fazer a diferen�a". "No per�odo em que era majoritariamente pr�-Lava Jato, fez uma grande diferen�a a atua��o do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse.
Bolsonaro comunicou sua decis�o de indicar Kassio Marques durante encontro, na noite de ter�a-feira, 29, com os ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Os dois magistrados integram o grupo da Corte que faz cr�ticas � Lava Jato.
Marques � descrito no meio jur�dico como um juiz garantista, que costuma privilegiar quest�es como o amplo direito de defesa ao julgar uma a��o, em oposi��o a magistrados considerados punitivistas, como o pr�prio Moro.
Foro privilegiado
No debate, Moro chamou o foro privilegiado de "entulho aristocr�tico". Para ele, apenas presidentes do Supremo, da Rep�blica e do Congresso deveriam ser julgados pela Corte.
"Acho que se vamos acabar para elimina��o do foro privilegiado � melhor acabar com ele em toda a extens�o, deixando apenas para crimes de responsabilidade e apenas para presidente dos poderes do congresso e das casas legislativas. Acho melhor nos livrarmos desse entulho aristocr�tico. Eu vejo que, em diversos pa�ses em que nos espelhamos, como os Estados Unidos, n�o existe nada de foro", disse.
Moro ainda disse que "falta vontade pol�tica" para aprovar no Congresso essa medida e a que permitiria a pris�o em segunda inst�ncia. "N�o fa�o acusa��o, mas � uma constata��o de que isso arrefeceu e era importante retomar", disse.