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Estado de Minas POL�TICA

Brasil teve 68 assassinatos de pol�ticos desde 2016, mostra estudo

Apenas em 2020, 27 assassinatos ou atentados do tipo ocorreram


03/10/2020 10:26 - atualizado 03/10/2020 12:09

Vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, do Psol, foi assassinada em uma emboscada em 2018.(foto: AFP / Nelson ALMEIDA)
Vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, do Psol, foi assassinada em uma emboscada em 2018. (foto: AFP / Nelson ALMEIDA)
At� o final de agosto, antes mesmo da confirma��o dos nomes em disputa nas elei��es municipais, o Brasil registrou ao menos 27 casos de assassinatos e atentados contra pol�ticos eleitos, candidatos e pr�-candidatos em 2020. O dado aparece em estudo da organiza��o de direitos humanos Terra de Direitos e Justi�a Global, divulgado nesta semana.

Desde 2016, foram 68 assassinatos e 57 atentados contra a vida, segundo o levantamento. O Rio de Janeiro foi o Estado que registrou o maior n�mero de assassinatos e atentados, 18 no total, enquanto o Nordeste lidera entre as regi�es, com 55. A viol�ncia pol�tica no Rio mobiliza a pol�cia, Minist�rio P�blico e Tribunal Regional Eleitoral (TRE), como mostrou recentemente o Estad�o.

A pesquisa mapeou casos desde 2016 at� 1º de setembro deste ano, por meio de den�ncias p�blicas e not�cias. Ficaram de fora outros casos recentes, como o assassinato a tiros do candidato a vereador C�ssio Remis (PSDB), em Patroc�nio, no Alto Parana�ba mineiro. Nesta quinta-feira, 1° de outubro, o candidato a vereador de Nova Igua�u (RJ) Mauro da Rocha tamb�m morreu ap�s ser baleado em uma padaria.

Para a coordenadora da Terra de Direitos, �lida Lauris, os atos contra a vida ocorrem de forma sistem�tica no cen�rio de disputas pol�ticas, econ�micas e conflitos de interesse, diferenciando pouco entre anos eleitorais e comuns. "Os assassinatos e atentados s�o uma ferramenta eleitoral e de gest�o cotidiana da pol�tica, sobretudo nos munic�pios", afirma. Em todo o ano de 2019, foram mapeados 32 casos, contra 17 em 2018, 19 em 2017 e 30 em 2016.

A an�lise indica que as investiga��es n�o foram capazes de chegar a algum suspeito em 63% dos crimes, o que sugere "alta impunidade e baixa responsabiliza��o" dos autores. Os dados permitem afirmar ainda que o grupo pol�tico de maior risco s�o os vereadores, seguido pelos prefeitos. A incid�ncia tamb�m � maior entre homens (93%).

Ofensas e amea�as


A pesquisa tamb�m contabilizou 85 amea�as, 33 agress�es, 59 ofensas com conte�do discriminat�rio, 21 invas�es e 4 tentativas de criminaliza��o entre 2016 e setembro de 2020.

�lida Lauris observa uma tend�ncia de aumento nos casos de amea�as e ofensas nesse per�odo, a que credita ao cen�rio de polariza��o e � reconfigura��o pol�tica. Foram 57 amea�as em 2019, contra 18 nos tr�s anos anteriores somados, enquanto as ofensas passaram de 19, em tr�s anos, para 35 na mesma compara��o. As ofensas foram praticadas 93% das vezes por homens, e em 76% das ocasi�es as v�timas s�o mulheres.

Os dois indicadores ca�ram em 2020, mas a especialista alerta para a influ�ncia da pandemia e do distanciamento sobre os casos registrados. A crise de sa�de, por outro lado, potencializou os casos de invas�es contra locais p�blicos, como hospitais de tratamento contra a covid-19, a��o incentivada pelo pr�prio presidente Jair Bolsonaro. Outro m�todo de viol�ncia registrado foram os ataques a eventos virtuais, como uma live da candidata do Psol � Prefeitura do Rio de Janeiro, Renata Souza, no final de agosto.

Para a pesquisadora, os representantes de minorias se tornaram mais visados ap�s as elei��es de 2018. "A agress�o substituiu o di�logo, como uma mensagem sobre quem deve pertencer � pol�tica. Os grupos dominantes usam a viol�ncia para excluir aqueles que eles entendem que n�o deveriam fazer parte dela", afirma.


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