
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou com duas fontes que tiveram acesso a informa��es da investiga��o, foram encontrados R$ 30 mil dentro da cueca do vice-l�der do governo Jair Bolsonaro. Ao todo, os valores descobertos na casa do senador chegariam a R$ 100 mil. A investiga��o apura ind�cios de irregularidades em contrata��es feitas com dinheiro p�blico, que teriam gerado sobrepre�o de quase R$ 1 milh�o.
As informa��es oficiais da PF, dado o sigilo do caso, se limitam a dizer que foram cumpridos sete mandados de busca e apreens�o durante a opera��o, em Boa Vista, que busca a "desarticula��o de poss�vel esquema criminoso voltado ao desvio de recursos p�blicos, oriundos de emendas parlamentares".
A Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), que tamb�m faz parte da investiga��o, disse que a opera��o Desvid-19, realizada em Roraima, apura o "desvio de recursos p�blicos por meio do direcionamento de licita��es". Ainda segundo a CGU, as contrata��es suspeitas de irregularidades, realizadas no �mbito da Secretaria de Estado da Sa�de, envolveriam aproximadamente R$ 20 milh�es que deveriam ser utilizados no combate ao novo coronav�rus.
A opera��o que alvejou o senador foi realizada no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que dar� uma "voadora no pesco�o" de quem se envolver em corrup��o. A nova express�o foi usada uma semana depois de o presidente ter afirmado que a Lava Jato acabou porque, segundo ele, n�o h� casos de irregularidades em sua gest�o. A promessa tamb�m foi feita no momento em que Bolsonaro vem sendo criticado por militantes e por lavajatistas que apontam o enfraquecimento da pauta anticorrup��o no governo.
Chico Rodrigues emprega Leo �ndio, primo dos filhos de Bolsonaro, como assessor parlamentar, em seu gabinete no Senado. L�o �ndio � muito pr�ximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e � conhecido por ter livre tr�nsito no Pal�cio do Planalto.
No Pal�cio do Planalto, auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, sob reserva, disseram que Rodrigues deve deixar o cargo de vice-l�der do governo. O argumento � que seria p�ssimo para a imagem de Bolsonaro manter o senador nesse posto depois do esc�ndalo. A expectativa � a de que o pr�prio parlamentar entregue o cargo.
Em nota � imprensa, Rodrigues disse que tem "um passado limpo e uma vida decente" e afirmou nunca ter se envolvido em esc�ndalos. "Acredito na justi�a dos homens e na justi�a divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha resid�ncia em Boa Vista, capital de Roraima. A Pol�cia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investiga��o na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao Covid-19 para a sa�de do Estado", afirmou o senador.
Rodrigues observou ainda que, ao longo de 30 anos na pol�tica, conheceu "muita gente mal intencionada", a fim de macular sua imagem. "Ainda mais em um per�odo eleitoral conturbado como est� sendo o pleito em nossa capital", declarou.
Durante o julgamento do caso do traficante Andr� do Rap, o ministro Lu�s Roberto Barroso fez uma men��o � opera��o realizada pela Pol�cia Federal. Barroso afirmou que estava monitorando o cumprimento de mandados de busca e apreens�o que envolviam uma autoridade com foro no Supremo, sem revelar o nome. "Desviar dinheiro da sa�de em plena pandemia � mais do que corrup��o e chega bem pr�ximo do assassinato. Devemos ter em conta que isso n�o � aceit�vel. Precisamos continuar no esfor�o de desnaturaliza��o das coisas erradas no Brasil", argumentou o ministro.