
Ronaldo, por sua vez, � presidente da Federa��o dos Trabalhadores de Transporte Rodovi�rio de Minas Gerais (Fettrominas) e, at� 2018, esteve � frente do Sindicato dos Trabalhadores em Rodovi�rios de Belo Horizonte e Regi�o (STTRBH).

De acordo com as investiga��es, os processos eram movidos por sindicalistas, cujos advogados eram pagos por Hamilton. As a��es reivinvicavam ressarcimentos e indeniza��es por supostos desvios de verba e m� gest�o de recursos do STTRBH. "Corre ainda no Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) um outra a��o contra o vereador (Ronaldo), que tamb�m cita irregularidades na gest�o dele � frente do sindicato. O dossi� com mais de cem documentos que embasa o processo foi entregue em m�os � Justi�a por Hamilton de Moura", conta Dom�nico.
A �ltima condena��o judicial de Batista, que determinou o bloqueio R$ 500 mil em bens do vereador, data de 9 de julho. O assassinato do parlamentar de Funil�ndia ocorreu 14 dias depois. At� o momento, a Pol�cia Civil prendeu dez pessoas. Um dos envolvidos no crime, o sindicalista Gerson Geraldo Cez�rio, est� foragido.
Ronaldo foi apontado como mandante do homic�dio por um de seus comparsas. "O advogado dele nos procurou para fechar um acordo de colabora��o premiada", afirmou Dom�nico.
Sedu��o e tiros
O delegado Dom�nico Rocha relata que o assassinato do parlamentar de Funil�ndia era planejado h� quase quatro anos, pois o vereador de BH pretendia esperar que seus conflitos com o rival "esfriassem". Assim, evitaria que as suspeitas reca�ssem sobre ele. "No entanto, ap�s a �ltima condena��o judicial que sofreu, Ronaldo pediu celeridade no homic�dio", conta Rocha.
Hamilton foi atra�do ao local do crime por uma mulher, que se identificou como Vanessa. A princ�pio, ela demonstrava interesse em adquirir um terreno que o sindicalista estava vendendo. Por�m, a conversa, mantida por mensagens de texto, acabou se tornando �ntima. Segundo a pol�cia, ela come�ou desabafar com a v�tima sobre supostas trai��es que sofria do noivo e criou entre os dois um clima de flerte.
"Vanessa era, na verdade, um personagem criado por um dos criminosos. Ele se fez passar por mulher e marcou um encontro com Hamilton, por volta do meio-dia, perto da esta��o de metro Vila Oeste", diz o delegado.
Hamilton foi assassinado com 12 disparos feitos com um rev�lver de calibre 380 - segundo a pol�cia, uma arma barulhenta. Apesar disso, o som dos tiros n�o foi ouvido por ningu�m. "Come�amos ent�o suspeitar de que usaram silenciador na arma, o que indica profissionalismo dos assassinos”.
Ap�s obterem a quebra do sigilo do telefone atribu�do � Vanessa, os policiais chegaram aos tr�s executores do crime: dois ex-policiais penais e um policial militar da ativa. "Vendo que as investiga��es avan�avam, o advogado de outro integrante da quadrilha nos procurou e fechou o acordo de dela��o previada. As informa��es fornecidas por esse indiv�duo levaram at� Ronaldo Batista", explicou Dom�nico Rocha.
Vereador de BH nega acusa��es
Preso nessa quinta-feira (15), Ronaldo Batista nega participa��o no assassinato de Hamilton de Moura.
"Ele (Hamilton) ficou bravo porque assumi o sindicato no lugar dele", limitou-se a dizer na tarde de ontem, ao deixar o DHPP em dire��o ao Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) do Bairro Gameleira.
A defesa de Batista argumenta que as diverg�ncias sindicais entre os vereadores "n�o justificariam um homic�dio" e que, "no momento certo", comprovar� a inoc�ncia de seu cliente.
A primeira fase da opera��o que investiga o assassinato foi deflagrada em 21 de agosto, quando a Pol�cia Civil cumpriu mandados de busca e apreens�o no gabinete do vereador Ronaldo Batista.
Na �poca, foram presos o policial militar e o ex-policial penal encarregados da execu��o, al�m de tr�s outros envolvidos. Os agentes apreenderam ainda o carro e arma utilizados no crime, dez computadores, e cerca de R$ 40 mil em esp�cie.
A segunda fase da opera��o foi realizada nessa quinta (15). Os policiais prenderam o vereador Ronaldo Batista nas redondezas de sua resid�ncia, no bairro Castelo, Regi�o da Pampulha. Outras cinco pessoas tamb�m foram detidas.
No mesmo dia, a Justi�a decretou a pris�o preventiva dos 11 suspeitos do crime. O juiz do 1º Tribunal do J�ri de Belo Horizonte, Marcelo Fioravante, justificou o deferimento dos pedidos de pris�o preventiva como medida de garantia � ordem p�blica e � seguran�a das testemunhas e dos familiares da v�tima.