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Estado de Minas VEJA DETALHES

Vereador de BH, Ronaldo Batista pagou R$ 40 mil pelo homic�dio do rival, diz pol�cia

Crime encomendado pelo parlamentar envolve ao menos 11 pessoas, incluindo policiais; a v�tima, o vereador de Funil�ndia Hamilton de Moura, foi seduzida e, posteriormente, atra�da ao local do crime


16/10/2020 12:30 - atualizado 19/10/2020 10:52

Ronaldo Batista é vereador de BH desde agosto de 2019(foto: Karoline Barreto/Câmara Municipal de Belo Horizonte)
Ronaldo Batista � vereador de BH desde agosto de 2019 (foto: Karoline Barreto/C�mara Municipal de Belo Horizonte)
O vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC), preso nessa quinta-feira (15) suspeito de mandar matar o sindicalista e vereador de Funil�ndia Hamilton Dias Moura (MDB), teria pago R$ 40 mil pelo crime. A conclus�o � da Pol�cia Civil de Minas Gerais, que deu detalhes sobre o caso na manh� desta sexta-feira (16). Moura foi morto dentro do pr�prio carro com 12 tiros na cabe�a e no pesco�o em 23 de julho deste ano, no bairro Jardin�polis, pr�ximo � esta��o de metr� Vila Oeste. 

Segundo o delegado Dom�nico Rocha, do Departamento de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DIHPP), o assassinato foi motivado por vingan�a e disputas sindicais. Personalidade respeitada entre sindicalistas do setor de transportes, Hamilton era presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Log�stica em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Regi�o (SIMECLODIF). 

Ronaldo, por sua vez, � presidente da Federa��o dos Trabalhadores de Transporte Rodovi�rio de Minas Gerais (Fettrominas) e, at� 2018, esteve � frente do Sindicato dos Trabalhadores em Rodovi�rios de Belo Horizonte e Regi�o (STTRBH).

Polícia Civil deu detalhes da investigação do assassinato do sindicalista e vereador de Funilândia nesta sexta-feira (16)(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A. Press)
Pol�cia Civil deu detalhes da investiga��o do assassinato do sindicalista e vereador de Funil�ndia nesta sexta-feira (16) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A. Press)
Moura e Batista chegaram a ser aliados, mas romperam rela��es em 2010. "A v�tima ent�o criou um sindicato � parte, que enfraqueceu o STTRBH. A arrecada��o da institui��o foi, inclusive, muito impactada. Hamilton tamb�m patrocinava a��es juduciais contra o rival, que resultaram em bloqueios de bens no valor aproximado de R$ 6 milh�es", esclarece o delegado Dom�nico Rocha. 

De acordo com as investiga��es, os processos eram movidos por sindicalistas, cujos advogados eram pagos por Hamilton. As a��es reivinvicavam ressarcimentos e indeniza��es por supostos desvios de verba e m� gest�o de recursos do STTRBH. "Corre ainda no Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) um outra a��o contra o vereador (Ronaldo), que tamb�m cita irregularidades na gest�o dele � frente do sindicato. O dossi� com mais de cem documentos que embasa o processo foi entregue em m�os � Justi�a por Hamilton de Moura", conta Dom�nico. 

A �ltima condena��o judicial de Batista, que determinou o bloqueio R$ 500 mil em bens do vereador, data de 9 de julho. O assassinato do parlamentar de Funil�ndia ocorreu 14 dias depois. At� o momento, a Pol�cia Civil prendeu dez pessoas. Um dos envolvidos no crime, o sindicalista Gerson Geraldo Cez�rio, est� foragido.  

Ronaldo foi apontado como mandante do homic�dio por um de seus comparsas. "O advogado dele nos procurou para fechar um acordo de colabora��o premiada", afirmou Dom�nico. 

Sedu��o e tiros

O delegado Dom�nico Rocha relata que o assassinato do parlamentar de Funil�ndia era planejado h� quase quatro anos, pois o vereador de BH pretendia esperar que seus conflitos com o rival "esfriassem". Assim, evitaria que as suspeitas reca�ssem sobre ele. "No entanto, ap�s a �ltima condena��o judicial que sofreu, Ronaldo pediu celeridade no homic�dio", conta Rocha. 

Hamilton foi atra�do ao local do crime por uma mulher, que se identificou como Vanessa. A princ�pio, ela demonstrava interesse em adquirir um terreno que o sindicalista estava vendendo. Por�m, a conversa, mantida por mensagens de texto, acabou se tornando �ntima. Segundo a pol�cia, ela come�ou desabafar com a v�tima sobre supostas trai��es que sofria do noivo e criou entre os dois um clima de flerte. 

"Vanessa era, na verdade, um personagem criado por um dos criminosos. Ele se fez passar por mulher e marcou um encontro com Hamilton, por volta do meio-dia, perto da esta��o de metro Vila Oeste", diz o delegado. 

Hamilton foi assassinado com 12 disparos feitos com um rev�lver de calibre 380 - segundo a pol�cia, uma arma barulhenta. Apesar disso, o som dos tiros n�o foi ouvido por ningu�m. "Come�amos ent�o suspeitar de que usaram silenciador na arma, o que indica profissionalismo dos assassinos”.

Ap�s obterem a quebra do sigilo do telefone atribu�do � Vanessa, os policiais chegaram aos tr�s executores do crime: dois ex-policiais penais e um policial militar da ativa. "Vendo que as investiga��es avan�avam, o advogado de outro integrante da quadrilha nos procurou e fechou o acordo de dela��o previada. As informa��es fornecidas por esse indiv�duo levaram at� Ronaldo Batista", explicou Dom�nico Rocha.

Vereador de BH nega acusa��es

Preso nessa quinta-feira (15), Ronaldo Batista nega participa��o no assassinato de Hamilton de Moura. 

"Ele (Hamilton) ficou bravo porque assumi o sindicato no lugar dele", limitou-se a dizer na tarde de ontem, ao deixar o DHPP em dire��o ao Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) do Bairro Gameleira. 

A defesa de Batista argumenta que as diverg�ncias sindicais entre os vereadores "n�o justificariam um homic�dio" e que, "no momento certo", comprovar� a inoc�ncia de seu cliente. 

A primeira fase da opera��o que investiga o assassinato foi deflagrada em 21 de agosto, quando a Pol�cia Civil cumpriu mandados de busca e apreens�o no gabinete do vereador Ronaldo Batista. 

Na �poca, foram presos o policial militar e o ex-policial penal encarregados da execu��o, al�m de tr�s outros envolvidos. Os agentes apreenderam ainda o carro e arma utilizados no crime, dez computadores, e cerca de R$ 40 mil em esp�cie. 

A segunda fase da opera��o foi realizada nessa quinta (15). Os policiais prenderam o vereador Ronaldo Batista nas redondezas de sua resid�ncia, no bairro Castelo, Regi�o da Pampulha. Outras cinco pessoas tamb�m foram detidas. 

No mesmo dia, a Justi�a decretou a pris�o preventiva dos 11 suspeitos do crime.  O juiz do 1º Tribunal do J�ri de Belo Horizonte, Marcelo Fioravante, justificou o deferimento dos pedidos de pris�o preventiva como medida de garantia � ordem p�blica e � seguran�a das testemunhas e dos familiares da v�tima.


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