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Estado de Minas

Ap�s publicar artigo com 'recado ao presidente', general Rego Barros se transforma em porta-voz dos militares

Rego Barros, que foi porta-voz da Presid�ncia, mas acabou isolado ap�s um tempo, traduziu no artigo o sentimento que perpassa os militares, de que hoje o presidente confunde discord�ncia leal com oposi��o


28/10/2020 19:19 - atualizado 28/10/2020 19:30

O artigo, aliás, fez com que muitos saíssem da 'toca', em solidariedade ao general(foto: EVARISTO SÁ/AFP)
O artigo, ali�s, fez com que muitos sa�ssem da 'toca', em solidariedade ao general (foto: EVARISTO S�/AFP)
O recado do general Ot�vio do Rego Barros, ex-porta-voz do Planalto, foi elogiado nos meios militares e, embora seja lido como um recado direto ao presidente Jair Bolsonaro, n�o foi visto com deslealdade. O objetivo, avaliam amigos do general, jamais foi criar celeuma. E sim alertar sobre o perigo de n�o se dar espa�o ao que ele chama de “discord�ncia leal”.
 
� isso que hoje mais incomoda grande parte dos generais e de antigos apoiadores do presidente, que, diante dos novos amigos do Centr�o, deixa de lado aqueles que o ajudaram a chegar ao Planalto e apostaram num projeto. “Alguns deixam de ser respeitados.
 
Outros, abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobreviv�ncia, assume uma confort�vel mudez. S�o esses, seguidores subservientes que n�o praticam, por interesses pessoais, a discord�ncia leal”, escreveu o general no artigo Memento mori,publicado nesta quarta-feira no Correio Braziliense.
 
Rego Barros, que foi porta-voz da Presid�ncia, mas acabou isolado ap�s um tempo, traduziu no artigo o sentimento que perpassa os militares, de que hoje o presidente confunde discord�ncia leal com oposi��o e � preciso ter clareza de que nem toda discord�ncia � deslealdade.
 
O artigo, ali�s, fez com que muitos sa�ssem da “toca”, em solidariedade ao general. Alguns, inclusive que se veem hoje quase que atirados � oposi��o, embora n�o tenham essa inten��o. “Barbara Tuchman tinha raz�o: ‘A Marcha da Insensatez’ parece se repetir. Toda a minha solidariedade ao General R�go Barros pela atitude. Leitura precisa de um sombrio cen�rio.
 
O mesmo cen�rio j� repudiado por General Santos Cruz, S�rgio Moro e outros atentos defensores da moralidade”, escreveu em seu Twitter o general Francisco Brito, numa refer�ncia aos ex-ministros de Bolsonaro e � historiadora, jornalista e escritora estadunidense, ganhadora de dois pr�mios Pulitzer.
 
O que o general Brito menciona de p�blico corre a caserna nas conversas reservadas. O artigo “Memento mori” vale para todos aqueles que, ao alcan�ar o cora��o do poder, terminam deixando de lado os projetos iniciais pactuados e se acham acima do bem e do mal, sem levar em conta que a pr�xima elei��o est� logo ali e que � preciso manter firme a conex�o com a realidade e n�o apenas com a bolha de seguidores nas redes sociais.
 
O artigo de Rego Barros foi escrito logo depois do pito p�blico que o presidente Jair Bolsonaro passou no ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, o general que se viu no constrangimento de ter um protocolo de inten��es assinado por sua pasta desautorizado pelo presidente da Rep�blica, num tema t�o caro � sociedade como a vacina contra a COVID-19.
 
J� estava escrito, vale dizer, quando a revista �poca trouxe reportagem de Guilherme Amado, contando os bastidores dos encontros do presidente com advogadas de seu filho, o senador Fl�vio Bolsonaro, e autoridades da �rea de intelig�ncia do governo. Portanto, avisam alguns, quem tentar levar para esse lado estar� num terreno que o general n�o pisou.
 
A li��o deixa clara ainda a necessidade de, na falta de algu�m que discorde do presidente e lhe alerte sobre determinadas atitudes, o funcionamento de todas as institui��es � fundamental. “As demais institui��es dessa rep�blica — parte da tr�ade do poder — precisar�o, ent�o, blindar-se contra os atos indecorosos, desalinhados dos interesses da sociedade, que advir�o como decis�es do “imperador imortal”.
 
Dever�o ser firmes, n�o recuar diante de press�es”. No Supremo Tribunal Federal (STF) e na c�pula do Parlamento ficou a sensa��o de que as cr�ticas �s institui��es n�o ter�o eco na caserna. At� aqui, o Planalto fez “cara de paisagem”. Diz o ditado, quem cala, consente.


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