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Estado de Minas LIVRO

Em livro, Temer revela contato com militares antes do impeachment de Dilma

Obra � um livro de mem�rias do ex-presidente, que assumiu ap�s sa�da de Dilma


02/11/2020 07:30 - atualizado 02/11/2020 08:25

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)
Diante do cerco que se formou contra sua Presid�ncia, Michel Temer (MDB) tomou uma decis�o: passou a gravar entrevistas com o professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield para contar a quente sua vers�o da hist�ria. Ali os delatores s�o comparados a Joaquim Silv�rio dos Reis e a Judas, o presidente se v� como o personagem da s�rie de TV Designated Survivor e faz revela��es, como o contato mantido com os chefes militares antes do impeachment. Tamb�m conta como decidia, com quem se consultava e diz acreditar que seu governo ser� reconhecido pela modera��o e pelas reformas que promoveu.

� essa a imagem do ex-presidente em seu livro A Escolha, Como um Presidente Conseguiu Superar Grave Crise e Apresentar uma Agenda Para o Brasil.

O encadeamento das entrevistas faz da obra quase um livro de mem�rias. Conduzido pelo fil�sofo, de quem � amigo, Temer logo aborda os encontros com o ent�o comandante do Ex�rcito, general Eduardo Villas B�as, e o chefe do Estado-Maior da For�a, general S�rgio Etchegoyen, entre 2015 e 2016, antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Segundo Rosenfield, a hist�ria desses contatos revela o desgaste da rela��o do PT com os militares em raz�o da Comiss�o Nacional da Verdade, do receio de que Dilma tentasse mudar a Lei de Anistia e de outros temas que constavam do Programa Nacional de Direitos Humanos-3, de 2009.

Os militares temiam ainda que o PT buscasse mudar a forma de acesso de oficiais ao generalato e a forma��o dos militares nas academias. Queriam, por isso, ouvir o ent�o vice para saber, nas palavras de Rosenfield, com quais cen�rios deviam trabalhar.

"N�o foi uma vez. Foram v�rios encontros", afirma Rosenfield.

O relato feito por Temer busca retirar os encontros do campo da conspira��o pol�tica para coloc�-los dentro da institucionalidade do contato entre o vice-presidente e os chefes do Ex�rcito. Ap�s o impeachment de Dilma, Villas B�as seria mantido no cargo e Etchegoyen seria nomeado ministro do novo Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), recriado por Temer.

Divis�o

O relato aborda sua trajet�ria da inf�ncia � Presid�ncia. Temer responde � acusa��o feita pela oposi��o de que teria conspirado contra Dilma. Ele credita o impeachment da presidente � iniciativa do ent�o presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), em raz�o de o PT ter lhe negado o apoio. "O que aconteceu � que o PT agrediu muito o presidente da C�mara e, em face dessa agress�o, ele n�o teve outra alternativa", diz.

O ex-presidente reafirma ter ficado distante de Bras�lia e n�o ter cobi�ado o cargo de Dilma. Lamentou que, mesmo assim, tenha sido chamado de golpista.

"Golpista... O tempo todo. � um movimento pol�tico que mostra como temos pouco apre�o pela institucionalidade", diz Temer, argumentando que sua posse significou apenas o respeito � Constitui��o.

No governo, Temer afirma ter buscado a concilia��o nacional, diante de um Pa�s polarizado. � quando lhe surge a ideia do semipresidencialismo. "Chamei os partidos logo que as coisas aconteceram e disse: 'Voc�s me indiquem nomes que eu vou examin�-los para verificar se os aprovo ou n�o.' Pretendo formar uma esp�cie de quase semipresidencialismo."

Temer diz ler os jornais cedo antes de se consultar com amigos para decidir. Em meio ao terremoto da Lava Jato, via-se como o personagem da s�rie Designated Survivor, que conta a hist�ria de um secret�rio americano que se descobre presidente dos EUA depois que a c�pula do governo morre numa explos�o.

O ex-presidente se defende das acusa��es do ent�o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. "Delatores... me permita! Delator foi Joaquim Silv�rio dos Reis, foi Judas, n�o �? Esses foram delatores", diz, referindo-se aos irm�os Joesley e Wesley Batista, da JBS.

Ele se despediu da Presid�ncia votando em Jair Bolsonaro. "N�o tenho a menor d�vida de que, quando chegar o julgamento - sem ideologia e sem oportunismo -, Temer ser� classificado como um presidente inovador e reformista", escreveu o economista Delfim Netto no pref�cio do livro. � este o balan�o que A Escolha procura afirmar.


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