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Estado de Minas POL�TICA

'A fac��o e o crime organizado n�o t�m ideologia', diz procurador-geral de SP


15/11/2020 16:00

O procurador-geral de Justi�a de S�o Paulo, M�rio Luiz Sarrubbo, afirmou ao Estad�o que o combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC) � a prioridade do setor criminal do Minist�rio P�blico do Estado de S�o Paulo. Ele disse ainda que os integrantes do Grupo de Atua��o Especial e Repress�o ao Crime Organizado (Gaeco) detectaram a��es de bandidos da fac��o recomendando voto em candidatos a vereador e a prefeito nesta elei��o. Os criminosos estariam tamb�m intimidando cabos eleitorais advers�rios e amea�ando candidatos em pelo menos tr�s regi�es do Estado. Leia, a seguir, a entrevista do procurador.

O Minist�rio P�blico tem encontrado casos de infiltra��o do PCC na pol�tica paulista por meio da lavagem de dinheiro em empresas que contratam com o poder p�blico. � correto afirmar que esse tipo de caso, que era raro h� dez anos, est� se tornando mais comum?

O crime organizado hoje � uma empresa que vai dar aten��o para novas oportunidades e a pol�tica � uma delas. Em um pa�s como o nosso � f�cil um pol�tico se infiltrar em uma comunidade e conseguir ser eleito com o apoio dessa organiza��o. Aqui na Grande S�o Paulo n�s acusamos o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), em raz�o de seus v�nculos com a fac��o, mas, infelizmente, o Supremo Tribunal Federal lhe garantiu o direito de aguardar o processo em liberdade. Assim como, infelizmente, ele conseguiu ser diplomado e obteve um habeas corpus (o prefeito concorre � reelei��o). Para combater a atua��o do crime organizado, n�s criamos uma for�a-tarefa. Estamos trabalhando em conjunto com a Pol�cia Federal e com o Minist�rio P�blico Federal, bem como com as Pol�cias Civil e a Militar. Ou n�s fazemos isso, combatemos essa organiza��o, ou vamos viver problemas sens�veis neste pa�s.

O Minist�rio P�blico tomou conhecimento de casos de atua��o do PCC nestas elei��es?

O Gaeco tem algumas investiga��es no Estado. Identificamos movimenta��es da fac��o indicando o voto em candidaturas no Estado e amea�as a outros candidatos para impedir que fa�am propaganda e campanha em �reas em que h� a presen�a de bandidos ligados � fac��o. Um dos casos detectados foi em Ribeir�o Preto, onde fizemos uma opera��o. Houve ainda den�ncias nas regi�es de Campinas e na Baixada Santista, como j� foi noticiado, ali�s.

Em outras elei��es, candidaturas de integrantes do PCC foram indeferidas pela Justi�a Eleitoral depois que investiga��es descobriram quem eram esses candidatos. Algum caso foi descoberto desta vez?

Por enquanto, n�o tivemos not�cia de integrantes do PCC, mas, sim, de indica��o de voto neste ou naquele candidato. Detectamos recomenda��es de voto em diferentes regi�es do Estado e de diferentes partidos, pois a fac��o e o crime organizado n�o t�m ideologia.

Em pelos menos duas regi�es do Estado as a��es do PCC se voltavam contra candidatos do PSDB, em raz�o de o governador Jo�o Doria ter determinado a transfer�ncia da c�pula da fac��o para pres�dios federais. Essas informa��es chegaram ao Minist�rio P�blico Estadual?

Sim. O Gaeco tem informa��es da exist�ncia de casos envolvendo candidatos do PSDB nas regi�es de Campinas e na Baixada Santista. Tudo isso faz com que hoje o combate ao Primeiro Comando da Capital seja a prioridade absoluta da �rea criminal do Minist�rio P�blico do Estado de S�o Paulo.

Durante a Opera��o Soldi Sporchi (dinheiro sujo, em italiano), a Pol�cia Civil encontrou �udios e mensagens de aplicativos que s�o ind�cios de pagamento de propina feitos por bandidos da fac��o a magistrados. Em uma grava��o, falam em R$ 1 milh�o dado a um "ministro", sem citar de qual tribunal, em troca de liminar em habeas corpus para um traficante da fac��o. Como o MPE est� tratando esse caso?

Esses relatos chegaram at� o Minist�rio P�blico, mas, por enquanto, s�o apenas informa��es da �rea de intelig�ncia. Ainda n�o temos provas de que os tais pagamentos aconteceram ou de que as falas dos criminosos nessas grava��es sejam verdadeiras, ainda que, eventualmente, liminares tenham sido concedidas pelo Poder Judici�rio. Veja, � preciso muito cuidado com esse tipo de informa��o, pois n�o � incomum o uso de forma indevida dos nomes de pessoas e autoridades por pessoas inescrupulosas para a obten��o de vantagens ou como demonstra��o de prest�gio.

H� uma op��o do Minist�rio P�blico, neste momento, em priorizar o combate � lavagem de dinheiro da fac��o e os contatos com o mundo pol�tico?

Sim. � preciso asfixiar a organiza��o criminosa indo atr�s de seu dinheiro. Como fazer isso? Indo atr�s do lucro que esses bandidos obt�m com suas atividades, mapeando suas movimenta��es financeiras. Esse foi o caso da Opera��o Sharks (a a��o conseguiu mapear que a fac��o movimentou R$ 1 bilh�o com o tr�fico internacional de drogas). A desestrutura��o do crime organizado vai acontecer quando o lucro das organiza��es criminosas for atingido, pois o lucro � o grande objetivo dos bandidos.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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