
Durante seu pronunciamento semanal pelas redes sociais, Bolsonaro fez quest�o de repetir por pelo menos tr�s vezes que pretende acusar empresas estrangeiras, n�o pa�ses.
“N�o vamos acusar nenhum pa�s de cometer crime ou de ser conivente com o crime. Mas empresas que poderiam estar nos ajudando a combater esse il�cito. Interessa para n�s qualquer ajuda nesse sentido. (...) Temos aqui os nomes das empresas que importam isso e a que pa�ses pertencem. N�o vamos acusar pais A, B ou C de estar cometendo crime. Mas empresas desses pa�ses, sim”, declarou o presidente.
Na ter�a-feira, durante a c�pula do Brics (bloco que re�ne Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul), Bolsonaro havia dito que divulgaria a lista.
“Revelaremos nos pr�ximos dias o nome dos pa�ses que importam essa madeira ilegal nossa atrav�s da imensid�o que � a regi�o amaz�nica, porque da�, sim, estaremos mostrando que estes pa�ses, alguns deles que muito nos criticam, em parte t�m responsabilidade nessa quest�o”, prometeu.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mour�o (PRTB) foi respons�vel, mais uma vez, por minimizar uma declara��o pol�mica de Bolsonaro.
“N�o � pa�s, s�o empresas. O presidente j� deixou claro que s�o as empresas, est� muito claro isso a�. Isso � uma quest�o de empresas, � uma quest�o de coopera��o internacional isso a�”, disse Mour�o nesta quinta, em frente ao Pal�cio do Planalto.
�ndio troca madeira por cerveja
Participaram da live presidencial desta quinta-feira o ministro da Justi�a, Andr� Mendon�a, e o delegado Alexandre Silva Saraiva, superintendente da Pol�cia Federal no Amazonas.Al�m de transferir parte da responsabilidade do desmatamento na Amaz�nia para empresas estrangeiras, Bolsonaro tamb�m culpou ind�genas. O presidente afirmou que h� grande dificuldade em fiscalizar a grande extens�o territorial da floresta, e disse que os ind�genas trocam madeira por bebida.
“Tem como esses pa�ses colaborarem conosco. Porque a Amaz�nia � uma imensid�o. � maior que toda a Europa Ocidental e n�o � f�cil tomar conta de tudo aquilo. Agora, as cr�ticas s�o potencializadas. Existe desmatamento ilegal. Existe alguns locais onde o �ndio troca uma tora por uma coca-cola ou uma cerveja. Existe isso, Saraiva?”, questionou Bolsonaro, tocando uma bola quadrada para o delegado da Pol�cia Federal.
Visivelmente constrangido, o policial tentou explicar de forma menos simplista. “J� aconteceu da madeira em terra ind�gena j� ser negociada por valores p�fios por ind�genas. Mas a grande causa do desmatamento � a fraude nos processos administrativos que foram gerados l� atr�s. O sujeito se declara como agricultor, mas n�o �. Est� grilando aquela terra para gerar um documento e poder ‘esquentar’ uma madeira retirada, por exemplo, de terra ind�gena”.
O nome de Alexandre Saraiva esteve envolvido nas acusa��es feitas em abril pelo ex-ministro da Justi�a, Sergio Moro, de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Pol�cia Federal.
Em maio, Saraiva afirmou em depoimento � pr�pria PF que foi sondado a pedido de Bolsonaro por Alexandre Ramagem, diretor-geral da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin) para ocupar a superintend�ncia da Pol�cia Federal no Rio de Janeiro. A PF do Rio seria estrat�gica para Bolsonaro por ser onde tramitam inqu�ritos sobre a pr�tica de rachadinha pelo senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos) e seu assessor Fabr�cio Queiroz.