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Estado de Minas Entrevista/Iza Louren�a (Psol)

'Passagem a R$ 4,50 limita a circula��o de muitos', avalia vereadora de BH

Parlamentar quer atuar com o social, a educa��o e o transporte e fazer oposi��o consciente


30/11/2020 04:00 - atualizado 30/11/2020 07:56

Uma das 11 mulheres eleitas este ano para a Câmara de BH é a ativista social Iza Lourença(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Uma das 11 mulheres eleitas este ano para a C�mara de BH � a ativista social Iza Louren�a (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A presen�a feminina na C�mara Municipal de Belo Horizonte a partir de 2021 ser� de mais do que o dobro das atuais quatro vereadoras que t�m cadeiras na Casa.

Uma das 11 mulheres a ocupar uma dessas vagas � a ativista social Iza Louren�a. Graduada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, Iza atua como colunista para alguns sites de not�cias, mas tem como ocupa��o principal a profiss�o de metrovi�ria.

“Estou licenciada para exercer o cargo de vereadora. Se n�o continuar na vida de vereadora, vou voltar a ser bilheteira, com orgulho. Transportando as pessoas fazendo a cidade funcionar”, diz a rec�m-eleita parlamentar.

 

Crescida no Bairro Minas Caixa, Regi�o de Venda Nova, mudou-se para o Barreiro depois de se casar com um professor da rede estadual e de terem a pequena Ana Vit�ria, prestes a completar um ano de idade.

No Barreiro, Iza seguiu sua milit�ncia social, cultivada desde os tempos do movimento estudantil na UFMG, e criou o Consci�ncia Barreiro, curso gratuito que prepara jovens de baixa renda para o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). Alguns foram aprovados em vestibulares concorridos como Uemg e Ufop.

 

Formado por professores e coordenadores volunt�rios, o Consci�ncia Barreiro atendeu cerca de 100 estudantes em 2019 e se tornou mais do que um simples cursinho, se envolvendo em outras demandas da popula��o, como arrecada��o de alimentos e materiais de higiene pessoal para quem precisar.

“A educa��o popular fala sobre fortalecimento das comunidades ao redor da escola”, diz Iza. F� dos rappers Djonga, Emicida e Tamara Franklin, a jovem pol�tica de 27 anos se declara atleticana “n�o convicta”, e brinca: “Se minha m�e ouve isso, ela tem um tro�o. Porque diz ela que todo atleticano � fan�tico”.

 

A partir do movimento Consci�ncia Barreiro quais outras a��es sociais foram desenvolvidas?

A educa��o popular fala sobre fortalecimento das comunidades ao redor da escola. Na �poca da pandemia, fizemos uma campanha de solidariedade ‘BH fique em casa’. No primeiro momento, come�amos ajudando as pessoas da comunidade. Coletamos cestas b�sicas doadas por outras pessoas e entidades. Recebemos muitas demandas de mulheres gr�vidas que n�o tinham condi��es de ter seus filhos porque n�o tinham fraldas, n�o tinham roupas, n�o tinham nada. Fizemos uma campanha e recebemos doa��es de roupas, sapatos, fraldas, dinheiro, mantas, tudo que um nen�m precisa pelo menos nos primeiros dias. Tudo com ajuda de entidades, ONGs, sindicatos, doadores. Fizemos a��o com lideran�as comunit�rias que a gente j� conhecia e essa uni�o com as lideran�as � uma forma de somar for�as.

 

Conversando sobre sua trajet�ria, pode se dizer que seu foco na C�mara ser�o as pol�ticas voltadas para as �reas social e de educa��o?

Exatamente. Construir pol�ticas que sejam voltadas para o povo. Moradores de periferias, comunidades, que n�o podem pagar por coisas essenciais, precisam ter acesso gratuito. Acrescento ao social e � educa��o a pauta do transporte p�blico. Poder circular pela cidade tamb�m � direito das pessoas. Mas uma passagem que custa R$ 4,50 no �nibus e R$ 4,25 no metr� limita a circula��o de muitos. N�o temos passe livre para estudantes em Belo Horizonte. Temos que ter pol�ticas de passe para desempregados. Mas para isso precisamos pressionar a prefeitura para rever o contrato com as empresas de �nibus. Do jeito que est� hoje, n�o h� benef�cios para o poder p�blico nem para os usu�rios. S� para as empresas.

 

Falando em prefeitura, como ser� a sua rela��o com Alexandre Kalil? Ser� de apoio ou de oposi��o?

No que for bom, estamos a favor. No que for ruim, somos oposi��o. Sou do Psol, um partido que hoje � oposi��o ao governo Kalil. Apresentamos para PBH a �urea Carolina, principal nome de esquerda na cidade, porque achamos que a gest�o Kalil – ainda que n�o tenha sido uma das piores do pa�s, principalmente no enfrentamento � pandemia – teve muitos limites. N�o � uma prefeitura do nosso povo nem garantiu direitos para todo mundo. Por exemplo, uma proposta do Psol de renda m�nima b�sica de R$ 600 para que as pessoas possam viver dignamente, para que ningu�m passe fome e tenha o m�nimo para sobreviver. � uma coisa que o Kalil n�o tem interesse em fazer em BH. S�o coisas que achamos importante falar e tornam a mim e a Bella Gon�alves uma bancada de oposi��o ao governo Kalil. Sem jamais ser inconsequente e n�o ser a favor das coisas que foram boas para a cidade.

 

De onde viriam os recursos para bancar essa renda m�nima municipal?

A campanha da �urea Carolina fez um levantamento e concluiu que esses recursos n�o gastariam nem 2% do PIB de Belo Horizonte. N�o seria um dinheiro alto. A ideia � gerar recursos com um IPTU mais progressivo na cidade. Quem mora em mans�es pagaria um imposto mais caro, para que as pessoas que vivem em situa��o de miserabilidade pudessem ter onde morar e o que comer.

 

Dos 41 vereadores de BH, apenas 17 conseguiram se reeleger. Voc� acha que esse foi um recado da popula��o e que estava insatisfeita com a antiga legislatura?

Temos uma C�mara mais jovem e muito mais feminina. Acho que temos a� um recado claro de que a mulher pode e sabe fazer pol�tica. E que as pessoas, principalmente as mulheres, querem votar em mulheres. O fen�meno das �ltimas elei��es, de mulheres negras sendo eleitas, permaneceu. Aqui em BH tivemos duas mulheres negras eleitas. � um fato que precisa ser falado, para demonstrar a consolida��o do nosso espa�o na pol�tica. �bvio que ainda temos um caminho enorme para seguir. Ainda � baixa a representa��o. Mas n�o � nula como foi em outros anos em BH. Nosso povo � muito diverso. Tem diferentes orienta��es sexuais, identidades de g�nero. � um absurdo que a pol�tica n�o tivesse a cara real do povo. Acho que � o saldo mais positivo da elei��o. 


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