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Estado de Minas Entrevista/Eleito pelo PSC

Vereador Crispim se diz comprometido com as causas sociais e periferias

Em entrevista ao Estado de Minas, o vereador eleito pelo PSC assumiu compromisso de estimular a oferta do primeiro emprego e quer ver negros ocupando cargos


13/12/2020 04:00 - atualizado 13/12/2020 12:42

Vereador Marcos Crispim quer aproximar a população da Câmara Municipal, principalmente aqueles que moram fora da Avenida do Contorno(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Vereador Marcos Crispim quer aproximar a popula��o da C�mara Municipal, principalmente aqueles que moram fora da Avenida do Contorno (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Morador do Alto Vera Cruz, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, onde mant�m um projeto social, Marcos Crispim (PSC) quer levar cultura e esporte �s periferias da cidade.

Eleito vereador com 3.355 votos, ele mira, tamb�m, estimular a contrata��o de cidad�os em busca do primeiro emprego. “Precisamos criar leis e favorecer as empresas, principalmente no setor de servi�os, para facilitar a contrata��o e a qualifica��o dos jovens”, projeta, em entrevista ao Estado de Minas.

Aos 44 anos, Marcos frequenta a Igreja Batista da Lagoinha e pretende engrossar a Bancada Crist� do Parlamento municipal. Ele � favor�vel ao Escola sem Partido, projeto que quer proibir professores da rede municipal de proferirem opini�es pol�ticas em sala de aula.

“A escola deveria ser um lugar bacana para debater pol�tica e outros tipos de temas, mas, infelizmente, vemos que h� influ�ncia a uma determinada �rea (opini�o). N�o h� campo aberto para o debate amplo”, argumenta.

Negro, reconhece a representatividade que carrega ao assumir uma das 41 cadeiras da C�mara. “Principalmente na pol�tica, h� poucos negros ocupando cargos”, afirma, embora diga n�o ter pedido votos “por ser negro ou uma minoria”.

Marcos vai compor a base aliada ao prefeito Alexandre Kalil (PSD). Al�m de ter sido assessor da deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), trabalhou com o Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), ex-vereador — atualmente na Assembleia Legislativa.

Descontente com o protagonismo de temas nacionais nos debates travados entre vereadores, quer dar voz �s agruras vividas pelos que, nas palavras dele, vivem “fora da Avenida do Contorno”. “N�o penso em algo novo, mas em focar nos anseios, principalmente, da periferia”, pontua.

Qual a bandeira priorit�ria de seu mandato?
Trabalhar pelas causas sociais e pelas periferias. Minha forma��o e atua��o s�o, justamente, em projetos sociais. Tive a maioria dos votos no Alto Vera Cruz e entorno, onde idealizei um projeto, 13 anos atr�s, chamado Comunidade em A��o, voltado ao esporte, mas onde tamb�m desenvolvemos cursos profissionalizantes.

De quais mecanismos parlamentares o senhor quer lan�ar m�o para alavancar a��es sociais?
Enfrentamos muitas dificuldades no projeto por entender que o jovem, em BH, tem muitas dificuldades na busca pelo primeiro em- prego. Ent�o, precisamos criar leis e favorecer as empresas, principalmente no setor de servi�os, para facilitar a contrata��o e a qualifica��o dos jovens. Muitos dos que chegaram at� n�s em busca do primeiro emprego n�o tinham qualifica��o adequada para o mercado de ser- vi�os. � buscar ferramentas junto ao poder Executivo para desenvolver a��es e facilidades �s empresas, para que qualifiquem e contratem os jovens, principalmente neste per�odo de pandemia, que dificultou ainda mais para os que n�o t�m experi�ncia.


“A escola deveria ser um lugar bacana para debater pol�tica e outros tipos de temas, mas, infelizmente, vemos que h� influ�ncia a uma determinada �rea”



Qual o primeiro projeto de lei que pretende apresentar?
Ainda estamos elaborando, mas � voltado, justamente, � quest�o do primeiro emprego. Estamos em forma��o, buscando nos adequar �s legisla��es, para incentivar as contrata��es.

O que pensa do projeto Escola sem Partido?
Somos totalmente a favor. Acredito que o jovem precisa — e deve — se interessar por quest�es pol�ticas. Sempre motivamos os jovens a se envolverem com pol�ticas p�blicas, mas entendemos que isso deve ser feito em um ambiente onde n�o h� uma �nica opini�o. J� vivenciei isso com minha filha: ela foi expor uma opini�o na escola e, por ser contr�ria � opini�o do professor, foi, de certa forma, coagida. O professor falou que pessoas que votaram em determinado candidato eram burras. Vindo de um professor, isso fica pesado. Minha filha � uma crian�a que est� virando adolescente. Isso � nocivo. A escola deveria ser um lugar bacana para debater pol�tica e outros tipos de temas, mas, infelizmente, vemos que h� influ�ncia a uma determinada �rea (opini�o). N�o h� campo aberto para o debate amplo.

O senhor vai compor um ambiente no qual a maioria dos integrantes � branca. Pretende levar tem�ticas ligadas ao povo negro?
Como negro, automaticamente falarei a respeito, mas n�o especificamente. Trabalhamos como cida- d�os. A cor da pele indifere. � justamente para quebrar alguns tabus. Fiz minha campanha e, durante todo o per�odo, logicamente todos sabiam que sou negro, pelos santinhos e pelas redes sociais, mas n�o militamos pedindo votos por ser negro ou uma minoria. Trabalhamos pedindo votos diante das propostas que temos e da atua��o passada que desenvolvemos. Sabemos que � preciso que o negro ocupe espa�os. Afinal de contas, � uma parcela significativa da sociedade. E, principalmente na pol�tica, h� poucos negros ocupando cargos. 


''N�o militamos pedindo votos por ser negro ou uma minoria''




A princ�pio, o senhor ser� da base de sustenta��o ao governo ou oposi��o?
Ainda n�o tive a oportunidade de sentar com o prefeito, mas falamos com algumas pessoas ligadas � prefeitura e, neste primeiro momento, a tend�ncia � que sejamos base. Logicamente, o que for contr�rio aos desejos da popula��o seremos contra.

O que o senhor pensa poder levar de diferente � C�mara?
Est� faltando um pouco de di�logo. Acompanhei algumas (reuni�es) plen�rias muito acaloradas. Senti que a popula��o estava um pouco afastada da C�mara. Os anseios, principalmente da popula��o fora da (Avenida do) Contorno — e no, nosso caso, atr�s da Andradas. Pouco acessavam a C�mara Municipal. Os temas debatidos, muitas vezes, eram de �mbito nacional, que n�o t�m muito a ver com a fun��o da C�mara, e o que era de compet�ncia dos vereadores n�o era debatido. N�o penso em algo novo, mas em focar nos anseios, principalmente, da periferia. E voltar com o di�logo entre os pares.


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