
Alvo de representa��es no Conselho de �tica do Senado e tendo que se defender de uma den�ncia feita pelo Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro, referente ao caso das "rachadinhas", o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) renunciou ao cargo de Terceiro-secret�rio da Mesa Diretora da Casa.
Em of�cio encaminhado ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM), no �ltimo dia 11 de dezembro, o filho do presidente da Rep�blica n�o apresentou qualquer justificativa para o pedido de ren�ncia. Informou, apenas, que deixaria o cargo j� a partir de 14 de dezembro.
Internamente, no entanto, senadores avaliam o afastamento como uma forma, encontrada por Fl�vio, para "diminuir a press�o" quanto aos casos em que ele � investigado. Al�m disso, o Senado vai eleger, em fevereiro do pr�ximo ano, uma nova composi��o para a Mesa Diretora. A menos de dois meses para o fim do mandado de Terceiro Secret�rio, a ren�ncia ao cargo j� era uma medida esperada pelos colegas de partido do senador, como uma forma dele "sair do foco da imprensa e da mira do Conselho de �tica".
Na sexta-feira, 18, a ministra C�rmen L�cia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) investigue as acusa��es de que o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, orientou a defesa de Fl�vio no caso das "rachadinhas".
O filho do presidente � investigado pelo MP do Rio sob suspeita de comandar um esquema que desviava sal�rios de funcion�rios do seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no per�odo em que era deputado estadual a chamada "rachadinha". Fl�vio nega as acusa��es.
A ministra tamb�m fixou um prazo de 30 dias para que a PGR informe ao Supremo as "a��es efetivamente adotadas para a elucida��o dos fatos". Em entrevista � revista �poca publicada nesta sexta-feira, 18, a advogada do parlamentar, Luciana Pires, admite ter recebido relat�rio informal de Ramagem dando coordenadas de como agir para tentar inocentar Fl�vio no caso.
Logo depois da decis�o de C�rmen, a Rede e o PSB pediram ao Supremo o afastamento de Ramagem do cargo. Segundo os partidos, "o temor da exist�ncia de uma Abin paralela efetivamente est� se concretizando no mundo real". "Fazem-se relat�rios paralelos, n�o oficiais, n�o registrados, fora de qualquer rastro de controle de juridicidade e constitucionalidade, mas utilizando-se de servidores p�blicos e dos sistemas da Abin, com o aparente �nico fito de promover fins pessoais do Sr. presidente, que deveria ser da Rep�blica, e de seus familiares", afirmam as siglas.
Conselho de �tica
No Conselho de �tica do Senado, Fl�vio � alvo de pelo menos duas representa��es. Uma delas, feita pelo PSOL e subscrita pelo PT e pela Rede, aguarda por prosseguimento h� cerca de dez meses.
O documento cita uma entrevista do suplente do senador e ex-aliado, Paulo Marinho, ao jornal Folha de S. Paulo, em maio deste ano, quando diz que Fl�vio foi informado da Opera��o Furna da On�a antes de ela acontecer. A fala foi apresentada pelos autores da representa��o como "fato novo".
Outra frente de apura��o contra Fl�vio no Conselho de �tica tem como origem o pr�prio caso das rachadinhas e pede a cassa��o do senador. Ap�s a pris�o de Fabr�cio Queiroz, seu ex-assessor na �poca em que foi deputado estadual Alerj, partidos pol�ticos t�m pressionado para o colegiado apurar a conduta do parlamentar, com base em representa��es que est�o paradas desde fevereiro.