
Eleito pela m�dia de votos que deu ao PP uma quarta cadeira na C�mara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Jos� Ferreira Projeto Ajudai vai deixar o posto de assessor parlamentar para assumir o pr�prio gabinete como vereador em janeiro. Jos� de Jesus Ferreira tem 36 anos e trabalhava como auxiliar de gabiente na C�mara at� o in�cio da campanha eleitoral deste ano, quando decidiu se candidatar ao legislativo municipal pela segunda vez.
Dessa vez, filiou-se ao PP e com um segundo sobrenome, “Projeto Ajudai”, no santinho, obteve 3.311 votos que o elegeram. Atuante em atividades comunit�rias voltadas para a juventude nas redondezas do bairro Pindorama, Regi�o Nordeste da capital, onde mora e gerencia o projeto que o tornou conhecido, o vereador eleito assegura que seu mandato ser� pautado pela busca de programas que promovam melhores condi��es de educa��o e empregabilidade para os jovens da capital.
Evang�lico e de perfil conservador declarado, Jos� Ferreira revela que, a princ�pio, � contr�rio ao projeto de lei que institui a “escola sem partido” em BH, proposta que dever� ser debatida e votada em segundo turno pela pr�xima legislatura. O vereador eleito, no entanto, defende que determinados assuntos, como ideologia de g�nero e educa��o sexual, s�o de exclusividade do ambiente das fam�lias e n�o devem fazer parte de debates em sala de aula.
Ap�s decis�o do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que alterou a contagem do per�odo de inelegibilidade estabelecido na Lei da Ficha Limpa, o mandato de Jos� Ferreira est� amea�ado. Se a interpreta��o permanecer v�lida, a Justi�a Eleitoral dever� validar os votos de J�lio Fess�, candidato da Rede Sustentabilidade que teve a candidatura indeferida com base na lei em reforma no Supremo. Os 3.037 votos que Fess� recebeu, se contabilizados, ser�o suficientes para garantir uma segunda vaga ao partido, em preju�zo da quarta vaga do PP.
Como o senhor encara assumir o cargo de vereador da sua cidade?
Entre mais de 1500 candidatos, voc� ser um dos 41 escolhidos � uma grande vit�ria e uma grande responsabilidade que Deus me entregou.
Qual ser� a prioridade do seu mandato?
A nossa juventude est� perdida. Percebo que eles (jovens) terminam o ensino m�dio e n�o t�m uma dire��o. Sei que alguns conseguem seguir para a faculdade ou para um curso profissionalizante, mas vivemos num momento em que a maioria precisa de um suporte pra entrar no mercado de trabalho ou pra seguir nos seus estudos. Acho muito importante e necess�rio que a prefeitura fa�a esse trabalho. Viso muito isso: projetos para uma juventude mais ativa, preparada e consciente.
Como o senhor pretende se posicionar ante o governo do prefeito Alexandre Kalil (PSD)?
Farei parte da base do prefeito.
O partido ao qual o senhor � filiado, o PP, tem um programa identificado com a direita. onde o senhor se encaixa no espectro pol�tico-ideol�gico?
Sou evang�lico, uma pessoa crist�, conservadora e que defende os princ�pios da fam�lia. Frequento a Igreja do Evangelho Quadrangular no meu bairro.
O senhor j� conhece ou esteve com os colegas do PP?
A gente j� se encontrou em uma confraterniza��o. A turma � muito bacana e gente boa, inclusive, o Wilsinho da Tabu e o Rub�o, que ser�o vereadores pela primeira vez, assim como eu (a professora Marli tamb�m foi eleita para um primeiro mandato). S�o pessoas excelentes e me trataram muito bem.
Pretendem atuar em conjunto?
Cada um tem uma bandeira diferente, mas conhe�o as causas deles e digo que podem contar comigo sempre.
Qual � a origem do Projeto Ajudai em seu nome de urna e de atua��o?
O forte de minha atua��o sempre foi o trabalho com a juventude, com escolas, institui��es de caridade e com fam�lias da comunidade. Foi esse trabalho, que ficou conhecido como Ajudai, porque realmente ajuda as pessoas, que avan�ou e me tornou representante da comunidade. Ent�o, decidi associar o projeto ao meu nome. E deu certo!
O senhor se reconhece como representante da comunidade onde mora e atua?
Sim. A regi�o do Pindorama (o vereador citou os bairros Gl�ria, Coqueiros e Filad�lfia) tinha muitos anos que n�o elegia ningu�m. � uma regi�o que estava carente de representante e o povo viu a necessidade de ter um vereador.
O senhor � um dos novos vereadores. O que achou da nova composi��o da C�mara Municipal de Belo Horizonte?
Foi uma renova��o e tanto, inclusive, fiquei muito feliz de saber que teremos mais vereadoras na C�mara Municipal. Porque � necess�rio ter mais representa��o feminina e reconhe�o a import�ncia de uma bancada forte de mulheres. A mudan�a mostra a vontade da sociedade por uma renova��o. E pra mim foi bom, porque � meu primeiro mandato. Quando as pessoas elegem novos vereadores, � porque n�o est�o satisfeitas com os atuais. E isso nos obriga a fazer um bom trabalho se quisermos o voto de confian�a das pessoas.
Como o senhor encara a possibilidade de perder a vaga de vereador para um candidato da Rede, em raz�o de novo entendimento do STF que pode mudar a composi��o da CMBH?
Acredito que tudo tem um prop�sito. Fui diplomado e senti que recebi uma miss�o e uma responsabilidade, que me foram entregues. Quero fazer o meu trabalho e n�o me preocupar com isso e serei dedicado no tempo que me for permitido ser vereador. Esse � um assunto da Justi�a e eu vou continuar a fazer o meu trabalho.
* Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Marta Vieira