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Estado de Minas ELEI��ES 2020

Nem em �poca de pandemia, vida salva n�o rende votos

O apre�o da popula��o pelo profissional da sa�de, em especial m�dico, n�o levou o eleitor a eleger a categoria para represent�-lo nas c�maras municipais


30/12/2020 04:00 - atualizado 30/12/2020 08:44

Em Montes Claros, pela primeira vez desde 1958, o prefeito e o vice não são da área médica(foto: Reprodução)
Em Montes Claros, pela primeira vez desde 1958, o prefeito e o vice n�o s�o da �rea m�dica (foto: Reprodu��o)
Com o surgimento da pandemia do coronav�rus, os m�dicos, assim como outros profissionais da �rea de sa�de, tiveram atua��o enaltecida, salvando milhares de vidas. Mas, esse reconhecimento n�o significou votos nas urnas.

De 104 m�dicos que foram candidatos a prefeitos em Minas em 2020, somente 29 (27,88%) foram eleitos. Para c�maras municipais, a derrocada foi maior: de 155 profissionais da medicina que tentaram vagas de vereador em Minas, apenas 26 (16,77%) sa�ram vitoriosos, de acordo com os n�meros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG).

“Os m�dicos foram valorizados durante a pandemia. Provavelmente, a mensagem dos m�dicos que se candidatam n�o foi aceita ou n�o foi bem interpretada pelos eleitores”, avalia Itagiba de Castro Filho, conselheiro do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG). “A situa��o precisa ser analisada com mais profundidade”, completa.

Essa “decep��o” � verificada em Montes Claros  (413,48 mil habitantes), cidade-polo do Norte de Minas. H� mais de 40 anos que a cidade tem m�dicos ocupando cargos de vereador, prefeito ou vice-prefeito. Esta situa��o vai deixar de existir a partir do pr�ximo s�bado (primeiro de janeiro), quando tomam posse os prefeitos e vereadores para exercer mandato nos pr�ximos quatro anos.

Na elei��o municipal de 2020, nenhum profissional da medicina foi eleito na cidade. No Norte de Minas, tamb�m houve v�rios registros de “doutores” que foram candidatos a prefeito e sa�ram derrotados das urnas, entre eles dois atuais chefes do Executivo que n�o conseguiram a reelei��o.

Durante 42 anos (1958 a 2000), de forma ininterrupta, Montes Claros sempre teve um m�dico na prefeitura, como prefeito ou vice-prefeito. Em 1958, o engenheiro Sime�o Ribeiro foi eleito prefeito da cidade, tendo como vice o m�dico Pedro Santos (que depois viria ser prefeito por dois mandatos).

A presen�a dos m�dicos na chefia do Executivo (como titular ou vice) se sucedeu por 10 elei��es seguidas, sendo a �ltima delas de 1996, quando o l�der rural Jairo Ata�de foi eleito prefeito, tendo como vice o m�dico Arlen Santiago, atual deputado estadual.

Depois disso, outros dois m�dicos chegaram a prefeitura da cidade-polo do Norte de Minas: Athos Avelino (em 2004) e Ruy Muniz (que, na verdade, atua como empres�rio do setor educacional), eleito em 2012.

A preval�ncia dos m�dicos tamb�m se sucedeu ao longo de d�cadas na C�mara Municipal de Montes Claros. Em 1976, foram eleitos para o Legislativo da cidade dois ent�o acad�micos de medicina que se formaram durante o exerc�cio do mandato: Geraldo Correa Machado (j� falecido) e Carlos Pimenta (atual deputado estadual). Em todas as elei��es municipais a partir de 1982 foram eleitos m�dicos para a C�mara. A legislatura 1989/1992, foi a que teve mais m�dicos: seis entre 17 vereadores.

Influ�ncia


Mas, em 2020, justamente quando os m�dicos ganharam mais evid�ncia diante da pandemia do coronav�rus, a influ�ncia da categoria na pol�tica n�o foi verificada.

A legislatura que termina amanh� conta com tr�s vereadores da �rea m�dica em Montes Claros: Valdivino Antunes (MDB), Jo�o Paulo Bispo e Marlon Xavier (Avante). Os tr�s foram candidatos � reelei��o e n�o tiveram �xito. Primeira vez ao longo de 38 anos que nenhum m�dico � eleito vereador na cidade.

Para o analista pol�tico Jorge Silveira, de  Montes Claros, a influ�ncia dos m�dicos nas elei��es foi reduzida com o surgimento do Sistema �nico de Sa�de (SUS) e com a cria��o de novas faculdades de medicina, que provocaram o aumento do n�mero de profissionais da �rea, eliminando os chamados “m�dicos de fam�lia”.

“Antigamente, numa cidade relativamente pequena, o m�dico era quase um "deus". Hoje n�o existem mais m�dicos de fam�lia”, observa Silveira. ”A dinastia dos m�dicos extinguiu-se com o fim do "m�dico da fam�lia" e cria��o do SUS. O m�dico deixou de ser o "todo poderoso", enfatiza.
 




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