
Um dia depois de se reunir com partidos de esquerda e demonstrar otimismo quanto � ades�o das legendas � sua prov�vel candidatura para a presid�ncia da C�mara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) adotou uma postura mais comedida e agora vai esperar a oficializa��o do apoio da oposi��o antes de iniciar a sua campanha para substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Baleia, portanto, quer evitar o constrangimento de confirmar que a sua candidatura ter� a contribui��o da oposi��o e depois ser surpreendido com o an�ncio de um terceiro deputado para concorrer � C�mara.
Por mais que fa�am parte do bloco de partidos que prometeu apoiar o deputado do MDB nas elei��es para a Mesa Diretora da Casa em fevereiro, PT, PSB, PCdoB e PDT s� est�o nesse barco para fazer oposi��o a Arthur Lira (PP-AL), que tem a torcida do presidente Jair Bolsonaro e da base do governo na C�mara, e n�o porque concordam com as pautas de Baleia para o Congresso Nacional.

Parlamentares do campo progressista reconhecem que a diverg�ncia ideol�gica e pol�tico-partid�ria entre a oposi��o e as demais siglas do bloco pr�-Baleia, em sua maioria de centro e centro-direita (DEM, MDB, PSDB, PSL, Cidadania, PV e Rede), � o que mais pesa para a oposi��o confirmar logo o apoio ao emedebista.
A maior resist�ncia � do PT, que ontem reuniu a sua bancada na C�mara, de 53 parlamentares, para ponderar qual ser� a orienta��o do partido. N�o houve consenso sobre como o partido se comportar� nas elei��es, mas � forte o apelo para que a oposi��o tenha o seu candidato.
A maior resist�ncia � do PT, que ontem reuniu a sua bancada na C�mara, de 53 parlamentares, para ponderar qual ser� a orienta��o do partido. N�o houve consenso sobre como o partido se comportar� nas elei��es, mas � forte o apelo para que a oposi��o tenha o seu candidato.
“As nossas pautas s�o muito diferentes, tanto no que se refere a economia quanto no modo de enxergar o processo democr�tico. N�s queremos a garantia que o pr�ximo presidente vai colocar o impeachment de Bolsonaro em vota��o, algo que o Maia n�o fez. Somos contra privatiza��es, a tal reforma administrativa, que tira direitos dos servidores, e a reforma trabalhista. Defendemos o aumento real do sal�rio m�nimo a cada ano e uma reforma tribut�ria que taxe grandes fortunas e lucros e dividendos das grandes empresas. Por isso defendemos um nome da esquerda, at� para ampliar o debate”, disse ao Estado de Minas o vice-l�der do PT na C�mara, Rog�rio Correia (MG).
Segundo ele, o plano de derrotar o candidato de Bolsonaro n�o ser� enfraquecido caso a oposi��o apresente um deputado para as elei��es.
A esquerda entende que os 122 votos de PT, PSB, PCdoB e PDT ser�o ou de Baleia ou de um eventual deputado da oposi��o. Portanto, se o emedebista n�o tiver os 257 votos necess�rios para ganhar no primeiro turno, ter� no segundo turno, quando a esquerda deve votar em peso nele.
A esquerda entende que os 122 votos de PT, PSB, PCdoB e PDT ser�o ou de Baleia ou de um eventual deputado da oposi��o. Portanto, se o emedebista n�o tiver os 257 votos necess�rios para ganhar no primeiro turno, ter� no segundo turno, quando a esquerda deve votar em peso nele.
Na pr�xima segunda-feira, o PT ter� outra reuni�o. O partido n�o quer apressar a tomada de uma decis�o, pois acredita que h� muito tempo at� fevereiro.
Mas se optar por aderir � campanha de Baleia, vai exigir do deputado o respeito � proporcionalidade dos partidos na composi��o da Mesa Diretora e das comiss�es e na distribui��o de relatorias de projetos, que seria uma forma de a oposi��o ter algum poder na C�mara.
Mas se optar por aderir � campanha de Baleia, vai exigir do deputado o respeito � proporcionalidade dos partidos na composi��o da Mesa Diretora e das comiss�es e na distribui��o de relatorias de projetos, que seria uma forma de a oposi��o ter algum poder na C�mara.
“Entendemos que � necess�rio fazer uma uni�o pol�tica e um acordo pr�tico para derrotar Bolsonaro e, assim, garantir a efici�ncia do processo democr�tico e a manuten��o da independ�ncia do Legislativo, mas a esquerda n�o quer perder a sua identidade. Cobraremos a fiscaliza��o dos atos do Executivo e que as Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito (CPIs) n�o sejam bloqueadas”, refor�ou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Contra-ataque
A indecis�o da esquerda em declarar apoio a Baleia � algo que Arthur Lira quer tentar tirar proveito. Mesmo com o compromisso formal dos partidos em votar no emedebista, o candidato de Bolsonaro afirma que nem toda a bancada seguir� a orienta��o. � nesses votos dissidentes que ele aposta que pode vencer a elei��o.
“Hoje � clara a posi��o de divis�o interna do PSB, temos maioria no PSB. Temos grande parte dos deputados do PDT. Temos deputados do PT. Temos mais da metade dos deputados do PSDB. Temos grande maioria no DEM. E temos a maioria esmagadora do PSL. Os l�deres anunciaram o bloco sem consultar os seus deputados, e na C�mara n�o se faz bloco dentro do partido nem de l�der partid�rio. Para fazer parte do bloco, tem que ter 50% da bancada mais 1 autorizando o l�der a formar o bloco”, afirmou Lira, em entrevista � R�dio CBN.
Ele fez cr�ticas � gest�o de Maia por ter centralizado o poder neste ano e disse que o bloco anunciado pelo atual presidente da C�mara n�o o preocupa. “Esta Casa est� vacinada. A Casa sabe o que quer.
A Casa n�o aguenta mais o centralismo de poder exacerbado, com poucos mandando em muito e muitos n�o sendo ouvidos para nada”, ponderou, acrescentando que, caso eleito, ser� independente ao governo federal e respeitar� a proporcionalidade partid�ria.
A Casa n�o aguenta mais o centralismo de poder exacerbado, com poucos mandando em muito e muitos n�o sendo ouvidos para nada”, ponderou, acrescentando que, caso eleito, ser� independente ao governo federal e respeitar� a proporcionalidade partid�ria.
“A fun��o do presidente da C�mara n�o � de segregar nenhum partido, n�o � de ter preconceito com nenhuma tend�ncia. O presidente da C�mara n�o pode ser de direita, centro ou esquerda. Ele � magistrado, s�ndico da Casa. Tenho muita amizade com deputados do PT, como tenho com deputados do Psol, do Novo, do centro. Aqui na Casa, cada um representa uma tend�ncia e n�s temos que ter clareza suficiente para que a gente tenha um tratamento igualit�rio para todo mundo.”