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Estado de Minas ENTREVISTA /HUMBERTO SOUTO

Aos 86 anos, prefeito retorna ao cargo e diz:''O Brasil tem jeito''

Ex-deputado, prefeito de Montes Claros assume o segundo mandato com a manuten��o da bandeira de austeridade e honestidade


05/01/2021 04:00 - atualizado 05/01/2021 07:18

''Se o vereador estiver comprometido com o município, estará comigo. Se estiver comprometido com politicagem, o problema é dele''(foto: ARQUIVO PESSOAL)
''Se o vereador estiver comprometido com o munic�pio, estar� comigo. Se estiver comprometido com politicagem, o problema � dele'' (foto: ARQUIVO PESSOAL)
Existem pessoas que escondem a idade por acreditar que podem gerar impress�o negativa. N�o no caso de Humberto Souto (Cidadania), que acaba de assumir o segundo mandato na Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas.

Aos 86 anos, Souto juntou sua longa experi�ncia e suas realiza��es  no mote de campanha. “O velho � bom demais.” Com esse slogan, foi reeleito no primeiro turno, com 85% dos votos, em termos proporcionais, o segundo mais votado nas �ltimas elei��es em todo o pa�s, atr�s apenas de Gustavo Mendanha (MDB), reeleito com 95,81% em Aparecida de Goi�nia (GO).

Com mais de 50 anos de vida p�blica, Souto foi vereador, deputado estadual, deputado federal por sete  mandatos, vice-presidente da C�mara dos Deputados e ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), que tamb�m presidiu.

� frente da prefeitura, eliminou o incha�o da folha de pagamento, com o fim das contrata��es de funcion�rios por indica��es pol�ticas.

Com isso, conseguiu a recupera��o financeira do munic�pio e recursos para obras. O �xito do novo mandato, segundo ele, depender� da economia do pa�s e de novas medidas administrativas e fiscais.

O senhor venceu a elei��o com 85,24% sem sair de casa, por causa da pandemia. Quais as raz�es dessa ampla vit�ria? 
Entre outras a��es, destaco a honestidade, respeito ao dinheiro p�blico, n�o praticar o clientelismo, respeitar o funcionalismo e a C�mara Municipal, admitindo a sua participa��o no governo e contribuindo com o desenvolvimento da cidade, com o �nico objetivo de trabalhar pelo coletivo; n�o tomar decis�es que  n�o sejam exclusivamente em favor do bem da cidade e do seu povo. Al�m disso, tivemos um olhar especial para os bairros distantes e abandonados.

Que exemplo o senhor acha que Montes Claros d� para o Brasil neste momento?
Conseguimos mostrar que o Brasil tem jeito. 

O senhor reuniu na campanha, inclusive, antigos advers�rios. Como foi?
� simples. Foram apoios espont�neos, sem nenhum conchavo ou compromisso pol�tico. Todos os partidos que estiveram em minha campanha, todos os apoios que recebi foram em cima, exclusivamente, do interesse em ajudar Montes Claros. 

O que faltou no primeiro mandato e ser� feito no segundo?
Neste momento, estamos fazendo avalia��o exatamente sobre essaquest�o.

De que forma avalia a condu��o da pandemia em Montes Claros?
Desde mar�o, iniciamos trabalho s�rio, tomando todas as medidas necess�rias e poss�veis � administra��o. Criamos um programa  de flexibiliza��o, pois sab�amos que n�o poder�amos esquecer o lado econ�mico da cidade. 

Quais s�o os desafios para o seu segundo mandato?
Muitos. Vai depender do comportamento da economia, dos governos estadual e do federal e de medidas nas �reas administrativa e fiscal que conseguirmos implantar.

A sua idade chegou a ser usada por sua campanha com o slogan "O velho � bom demais". 
A preocupa��o n�o foi formar a minha imagem. Tive a preocupa��o com a “desmontagem” que os advers�rios iriam fazer sobre o meu trabalho. E uma dessas “desmontagens” seria a (minha) idade. Outras seriam relacionadas ao comportamento administrativo. Eu, ent�o, apliquei uma vacina antes. Eu mesmo admiti minha idade. S� tem que eu era um velho bom demais. Ent�o, ficou sem sentido atacarem a (minha) idade. Primeiro, porque a (minha) imagem j� estava consolidada. Segundo, porque n�s pr�prios admitimos a nossa idade. Ent�o, desmoralizamos qualquer campanha em refer�ncia � idade. O que nos favoreceu foi a transforma��o moral, a transforma�ao �tica, a realiza��o de quase duas centenas de obras. Foi o povo ter visto um prefeito trabalhando e tendo recursos para fazer as coisas. Peguei uma prefeitura endividada, paguei as d�vidas, paguei funcion�rios em dia – uma folha de pagamento de quase R$ 40 milh�es por m�s. Ent�o, as pessoas assistiram durante quatro anos ao trabalho. N�o adiantava... � velho,  mas n�o � ladr�o. � velho, mas � competente. � velho, mas faz – os outros n�o fizeram. Houve tamb�m a hist�ria da mudan�a no eleitor. Acabou o (mando do) chefe pol�tico e o presidente de (associa��o) de bairro. Hoje, voc�  trata as  coisas diretamente com o eleitor, com honestidade. Se na vida real n�o tem honestidade, n�o d� exemplo de car�ter, n�o d� exemplo de seriedade e respeito � coisa p�blica, n�o adianta falar isso em v�spera de elei��o.

Qual o sentimento da vit�ria?
O sentimento � de gratid�o. E de que � compensador praticar o bem. Vou continuar em casa at� quando surgir a vacina. Tenho grande responsabilidade, que � administrar Montes Claros. Mas, h� que ressaltar que, h� algum tempo,  estamos administrando a cidade por videoconfer�ncia, por telefone, conversando com as pessoas diariamente, discutindo todos os assuntos normalmente.

Na gest�o anterior, o senhor contou com o apoio un�nime dos 23 vereadores. Na nova legislatura, foram empossados vereadores de partidos que n�o o apoiam. Qual ser� a sua rela��o com a nova legislatura da C�mara? 
Qualquer projeto que eu mandar para a C�mara n�o ter� nenhum projeto pessoal. O meu interesse � s� a cidade. Se o vereador estiver comprometido com o munic�pio, estar� comigo. Se estiver comprometido em apenas fazer politicagem, o problema � dele. N�o roubo nem deixo roubar. Se algum vereador notar alguma coisa errada, eu vou em cima para corrigir. Agora, n�o se iluda: se ele vier com politicagem, pedir para construir uma Lua ou construir uma outra coisa imposs�vel, para fazer demagogia, isso j� acabou. O povo n�o aceita mais isso. O povo quer ver a realidade. Vamos atuar com honestidade, lealdade e respeito ao Legislativo.

H� receio de agravamento da crise econ�mica em 2021. Como o senhor avalia esse cen�rio?
Temos que aguardar e trabalhar sem demagogia e sem comprometer o munic�pio. O que for poss�vel  fazer, vamos fazer. O que n�o for poss�vel, ter� que ser explicado para o povo. Tem que  fazer as coisas conversando com o povo e com a C�mara.
 


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