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Estado de Minas PODER

Disputa pela presid�ncia da C�mara est� cada vez mais acirrada

Baleia Rossi tenta ganhar votos apontando ''incompet�ncia'' de Bolsonaro no trato da pandemia para atingir seu candidato, Arthur Lira, que fala em retaliar


25/01/2021 04:00 - atualizado 25/01/2021 07:41

Deputado Arthur Lira(foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados 17/01/2021 )
Deputado Arthur Lira (foto: Maryanna Oliveira/C�mara dos Deputados 17/01/2021 )

Bras�lia – Retalia��es, ataques pessoais e a m� gest�o da crise sanit�ria provocada pelo coronav�rus s�o algumas das cartas nas m�os dos principais advers�rios na batalha pela presid�ncia da C�mara.

Deputado Baleia Rossi(foto: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS - 5/7/16)
Deputado Baleia Rossi (foto: LUIS MACEDO/C�MARA DOS DEPUTADOS - 5/7/16)


Hoje � o primeiro dia da reta final das elei��es que definir�o os comandantes da Casa e do Senado. Com assento reservado no programa Roda Viva, da TV Cultura, por exemplo, Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitar� o espa�o para destacar a “incompet�ncia” de Jair Bolsonaro no combate � pandemia, e relacion�-lo ao l�der do Centr�o e candidato do Planalto na corrida, Arthur Lira (PP-AL), seu principal advers�rio.
 
Lira, por sua vez, j� deu o recado. Quem tem cargo no governo e apoia Baleia perder� a vaga. � o que aconteceu com o deputado �ureo (SD-MG), que teve tr�s indicados extirpados do Executivo.

Ex�mio articulador, o l�der do bloc�o tem a m�quina do Estado a seu favor, e deve levar a disputa at� os minutos finais, conversando com deputados ainda no sal�o verde em 1º de fevereiro, dia da elei��o.

E, se o voto � secreto, aqueles que se comprometeram, mas se eximirem de votar no candidato de Bolsonaro, como �ureo, n�o passar�o inc�lumes.

At� os momentos finais, Maia e Baleia tamb�m v�o fortalecer o corpo a corpo com pares e a busca por apoio de governadores, considerados importantes para a reelei��o dos parlamentares em 2022.
 
Al�m da dupla, disputam a presid�ncia da Casa os deputados Capit�o Augusto (PL-SP), Fabio Ramalho (MDB-MG), Andr� Janones (Avante-MG), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Alexandre Frota (PSDB-SP) e Luiza Erundina (Psol-SP).

A espera de uma surpresa no placar, grupo das terceiras vias tamb�m segue no mano a mano com deputados. E se os candidatos n�o tiverem, de fato, energia para se firmar presidentes, podem, pelo menos, levar a disputa para o segundo turno.

O aquecimento j� vem acontecendo. Analistas veem Lira em vantagem, mas o risco de novos colapsos nos sistemas p�blicos no Par�, Rond�nia, Roraima e Rio, a exemplo do ocorrido em Manaus pode ser um rev�s. 
 
Doutor em ci�ncia pol�tica, professor e pesquisador do Departamento de Ci�ncias Sociais da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Ricardo Ismael destaca, por�m, que, mesmo que sofra um rev�s, Lira ainda estar� em posi��o relativamente confort�vel.

Bolsonaro seguir� dependendo do Centr�o e Baleia n�o romper� com o advers�rio ou com o grupo. “Tem duas estrat�gias que Maia tem utilizado. Uma � articular um bloco, o que j� aconteceu, incluindo a oposi��o ao governo. � um bloco de peso. Baleia Rossi � um candidato competitivo”, avalia o especialista.
 
“Agora, Maia vai tentar, principalmente nos �ltimos dias, conversar ainda mais com partidos e lideran�as, para consolidar a vit�ria.Maia joga em outro plano. No plano da sociedade, do desgaste do governo, at� para intimidar os deputados a declararem voto a Arthur Lira, e coloc�-lo na defensiva pelos equ�vocos do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, na quest�o das vacinas.

O contexto dos �ltimos dias � de um Bolsonaro na defensiva. Isso se reflete em uma dificuldade dos deputados federais sa�ram em defesa do governo”, avalia.
 
O cientista pol�tico lembra que o pleito tamb�m mira 2022. E, de um lado, os cargos no governo que Lira poder� oferecer favorecem a reelei��o.

Maia, por sua vez, poder� sair como vice-candidato em uma chapa na disputa pela Presid�ncia da Rep�blica, ou se candidatar ao governo do Rio.

Para isso, ficaria com um cargo de destaque oferecido pelo seu candidato e devedor, Baleia Rossi. Por fim, Ricardo Ismael acredita que o cen�rio eleitoral ainda � cinzento demais.

E muitos deputados se comprometer�o com os dois lados antes de decidirem em quem votar. Parlamentares ouvidos pelo Correio refor�am essa impress�o.

A CARTA DA REALIDADE


Na compara��o entre os candidatos, Lira tem experi�ncia e um couro mais grosso do que Baleia Rossi para enfrentar a disputa. Nos pr�ximos sete dias, a tend�ncia � que o candidato aumente a exposi��o p�blica de sua figura e que ataques pelas redes sociais tamb�m se intensifiquem. Baleia, por sua vez, precisar� da habilidade de Maia para se vender como palat�vel, pois, muitas vezes, passa a ideia de que se considera melhor que os colegas.

Essa � a avalia��o do analista do portal Intelig�ncia Pol�tica Melillo Dinis. “O que me preocupa muito � que h� uma quest�o imediata que a gente n�o consegue trabalhar, que � a seguinte: qual � o grande problema de qualquer um desses candidatos? � que 2021 vai ser um ano dur�ssimo”, alerta.
 
“Vai aumentar a fome. A COVID, em Manaus, est� descontrolado, e podem acontecer cen�rios semelhantes em at� mais de uma cidade ao mesmo tempo. A economia ser� retomada em ‘K’, quando o andar de cima cresce e a grande massa da popula��o segue jogada na mis�ria, na pobreza. Ser� necess�rio um Congresso capaz de dar resposta a isso. O que vai ser colocado nesse percurso nos pr�ximos dias � qual o projeto desses candidatos e dos demais, para enfrentar isso. N�o basta dizer que vai fazer comiss�o para acompanhar a vacina��o. H� uma press�o social, da realidade que, se for cobrada, eles n�o ter�o resposta, pois esses candidatos est�o vivendo na bolha da elei��o do Congresso. As grandes cartadas ser�o levadas pela pr�pria realidade”, aponta Melillo.
 
Para o analista, parlamentares est�o ofuscados por interesses imediatos.

“Estamos tocando violino enquanto o Titanic est� indo na dire��o de um iceberg. Bolsonaro vai tentar aprovar o Lira. J� se organiza para botar o seu bloco na rua. E por �ltimo, vai ter um processo de ele colocar a culpa nos demais por toda a confus�o. Estamos diante de um quadro de um governo inepto que ter� que lidar com o Congresso a partir de um pacto de mediocridade. O governo finge governar, e o Congresso finge legislar”, avalia.

Bancadas n�o t�m consenso


Outra vari�vel do jogo na �ltima semana antes da elei��o no Congresso � a falta de consenso nas bancadas. Por mais que as lideran�as partid�rias criem coaliz�o de 11 partidos em torno de Baleia, e por mais que sejam fortes, n�o h� consenso entre os parlamentares.

“Na decis�o do PT de apoiar Baleia, os favor�veis ganharam por quatro votos. E depois, tem o voto secreto. N�o vai ter puni��o para quem votar no Lira”, avalia o analista pol�tico da Consultoria Dharma, Creomar de Souza.

Um exemplo � o Psol, que rachou na vota��o e as disputas do partido recrudesceram depois que Erundina postou nas redes que os colegas favor�veis a apoiar Baleia estariam interessados em cargos.
 
“Vemos a possibilidade de o governo levar a C�mara e o Senado. No caso da C�mara, vemos que entrou pesado na disputa, colocando or�amento, disponibilizando cargos, o Lira come�ou a campanha cedo e est� rodando o pa�s, conversando com bancadas para garantir o que desejam. Isso d� um panorama que, mesmo tendo nominalmente menos que Baleia, estimamos que o n�vel de trai��o dessa base ser� alto. O Lira tem or�amento e a m�quina. E ao fim do dia, os deputados se sentem mais confort�veis para fazer escolhas voltadas para o momento imediato”, avalia o cientista pol�tico.
 
Para Creomar, � preciso saber se a ofensiva de Baleia, ligando Lira a Bolsonaro e � crise do coronavirus vai reverberar. Nesse caso, Lira estaria na posi��o de um deputado submisso ao presidente.

“No n�mero frio, Baleia votou mais com o governo que o Lira. Mas, por uma conjuntura, o Lira se tornou o nome palat�vel do governo. O grande desafio para ele � conciliar dois mundos. O primeiro tem a ver com os interesses da base de Bolsonaro, e o segundo � conciliar e colocar antes, na fila, a retomada ou n�o do aux�lio emergencial, a mudan�a do teto de gastos, e as reformas administrativa e tribut�ria. � medida em que Lira ganhe a elei��o, as externalidades ter�o um papel muito forte nesse balan�o. At� que ponto, diante de um agravamento da crise sanit�ria, pol�tica e econ�mica, de fato, Lira, na presid�ncia, conseguiria segurar um estado de coisas ou manter-se, ou continuaria sendo visto com algu�m submisso ao presidente?”, questiona.

ARTHUR LIRA


  • 51 anos
  • Natural de Alagoas
  • Advogado e agropecuarista
  • L�der do PP
  • Terceiro mandato de deputado federal
  • Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e por PP, PL, PSL, Pros, PSC, Republicanos, Avante, Patriota, PSD. PTB e Podemos

BALEIA ROSSI


  • 48 anos
  • Natural de S�o Paulo
  • Empres�rio
  • Segundo mandato de deputado pelo MDB-SP
  • Apoiado pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e por MDB, DEM, PSDB, PT, Solidariedade, Cidadania, PV, PCdoB, PSB e Rede


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