
Visando ganhar terreno na Esplanada, o presidente Jair Bolsonaro n�o esconde que tem influenciado nas elei��es pelas lideran�as da C�mara e do Senado que ocorrem na pr�xima segunda. Durante a semana, o mandat�rio ressaltou que deseja facilitar o andamento de reformas, como a administrativa e a tribut�ria, e dar prosseguimento � agenda do governo.
De quebra, a vit�ria dos seus aliados pode dificultar a possibilidade de um processo de impeachment e dar a ele prote��o suficiente para continuar o seu mandato, apesar de estar em processo de queda na popularidade.
No �ltimo dia 27, ele se reuniu com 30 parlamentares do PSL e destacou que pretendia influir na disputa pela lideran�a da Casa. "Vamos, se Deus quiser, participar, influir na presid�ncia da C�mara com estes parlamentares de modo que possamos ter um relacionamento pac�fico e produtivo para o nosso Brasil", afirmou.
De quebra, a vit�ria dos seus aliados pode dificultar a possibilidade de um processo de impeachment e dar a ele prote��o suficiente para continuar o seu mandato, apesar de estar em processo de queda na popularidade.
No �ltimo dia 27, ele se reuniu com 30 parlamentares do PSL e destacou que pretendia influir na disputa pela lideran�a da Casa. "Vamos, se Deus quiser, participar, influir na presid�ncia da C�mara com estes parlamentares de modo que possamos ter um relacionamento pac�fico e produtivo para o nosso Brasil", afirmou.
Entre os objetivos do governo est� o prosseguimento das pautas de costumes, como o voto impresso, a excludente de ilicitude, a minera��o em terras ind�genas, a flexibiliza��o � posse e ao porte de armas de fogo, a regulariza��o fundi�ria, a proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) Emergencial e o Pacto Federativo.
Tamb�m est� na lista priorit�ria do Planalto realizar mudan�as em programas sociais j� existentes como o Bolsa-Fam�lia, uma vez que o governo n�o conseguiu tirar do papel o Renda Brasil e n�o conseguiu estender o pagamento do aux�lio emergencial, finalizado no ano passado. Para vencer, o mandat�rio tem contrariado at� mesmo velhas promessas de campanha como o enxugamento de minist�rios e a costura de alian�a com o Centr�o.
Tamb�m est� na lista priorit�ria do Planalto realizar mudan�as em programas sociais j� existentes como o Bolsa-Fam�lia, uma vez que o governo n�o conseguiu tirar do papel o Renda Brasil e n�o conseguiu estender o pagamento do aux�lio emergencial, finalizado no ano passado. Para vencer, o mandat�rio tem contrariado at� mesmo velhas promessas de campanha como o enxugamento de minist�rios e a costura de alian�a com o Centr�o.

Para Vera Chemim, constitucionalista e mestre em direito p�blico administrativo pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), Bolsonaro sabe que o resultado das elei��es para a presid�ncia das duas Casas ser� determinante para a defini��o das prioridades do Poder Legislativo e, por isso, ele quer garantir que saiam vitoriosos os candidatos que tratem as pautas do governo com mais celeridade.
Resist�ncia
“Temas de interesse do Bolsonaro poder�o ter maiores possibilidades de serem debatidos e aprovados caso Lira ven�a. No entanto, n�o necessariamente tais temas ser�o aprovados, pois � necess�ria a forma��o de maioria. Na hip�tese de vit�ria dos aliados do governo federal, as reformas ser�o, em tese agilizadas, o que garantiria um alicerce para a retomada do desenvolvimento econ�mico t�o almejado, levando-se em conta a atual crise sanit�ria”, observa.
A especialista ressalta, por�m, que mesmo que os candidatos do presidente ven�am, temas pol�micos defendidos por Bolsonaro ainda enfrentar�o resist�ncia. “A diversidade de partidos pol�ticos, especialmente os da oposi��o, exercer� uma forte fiscaliza��o, dificultando ou enfraquecendo relativamente a hegemonia do Poder Executivo e, ao mesmo tempo, dos seus representantes no Poder Legislativo, o que levaria a uma minimiza��o e elimina��o de riscos de qualquer natureza”.
J� caso o candidato de oposi��o, Baleia Rossi venha a ganhar o pleito, o cen�rio pol�tico seria similar ao atual, com o presidente da Casa, Rodrigo Maia, explica. “Ter�amos um perfil extremamente parecido, com pequenas e �nfimas diferen�as que, eventualmente poderiam ou n�o acenar positivamente para o Poder Executivo, desde que os temas fossem de interesse obviamente comum aos dois lados. O presidente luta com todas as suas armas para tentar a vit�ria na C�mara dos Deputados e no Senado, armas essas que normalmente j� foram utilizadas por seus antecessores e tem como objetivo aumentar cada vez mais a sua for�a e poder”, aponta.
Pautas
Na avalia��o do cientista pol�tico da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rodrigo Prando, o elemento fundamental da disputa na pr�tica � o alavancamento das pautas ideol�gicas. “� muito mais trazer � tona a pauta dos costumes do que a discuss�o de um consenso em torno das reformas que o pa�s necessita. Elas demandam negocia��o e esfor�o pol�tico que Bolsonaro n�o se mostrou disposto a fazer. A reforma da Previd�ncia, por exemplo, teve mais a lideran�a do Maia do que o empenho do governo. Para ele, mais importante seria a pauta dos costumes, porque � uma agenda que mant�m a base bolsonarista coesa e ativa. � sua zona de conforto que d� a ele os 30% de apoio que tem at� o momento”, observa.
Caso o Planalto saia vitorioso em suas apostas, Bolsonaro ter� como tarefa a reacomoda��o da sua base em uma reforma ministerial ou em recria��o de minist�rios. “Como ele n�o possui base de maioria, vai fazer de tudo para conseguir que um aliado consiga a fun��o de presidente da C�mara. Com isso, ele se tranquiliza em rela��o aos pedidos de impeachment. J� tendo um opositor do governo, isso pode trazer dificuldades e aumentar a tens�o pol�tica. Mas tamb�m n�o fica livre 100% de um impedimento a depender do clima e da situa��o da sa�de e econ�mica. Mas � um cen�rio mais lento”, avalia.
Com Rossi no comando, seria um discurso mais contundente, diz. “Maia teve embates duros com Bolsonaro e � prov�vel que Baleia se coloque em condi��o de advers�rio n�o s� agora, mas pensando na constru��o de uma frente mais ampla para enfrentar Bolsonaro nas elei��es de 2022”, completa. Por fim, Prando alerta que o presidente precisa ter certo cuidado com os novos aliados. “Ele precisa tomar cuidado com o centr�o, que n�o costuma ser confi�vel. Se a temperatura do impeachment subir e a aprova��o do governo cair, o Centr�o pula fora, assim como j� fez com Dilma Rousseff em 2016. Apenas as nomea��es n�o garantem lealdade. N�o h� entre Bolsonaro e o Centr�o uma afinidade pautada num projeto para o pa�s”, conclui.