
Al�m de julgar ilegal o Relat�rio de Intelig�ncia Financeira produzido pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimenta��es suspeitas envolvendo Frederick Wassef, advogado que atendia � fam�lia do presidente Jair Bolsonaro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o (TRF-1) determinou que a Pol�cia Federal (PF) abra inqu�rito para apurar se houve desvios na elabora��o do documento. A informa��o foi divulgada pela Folha de S.Paulo.
O relat�rio foi gerado dias ap�s a opera��o que colocou o nome de Wassef no centro da cobertura do Caso Queiroz - o ex-assessor parlamentar do senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi preso na casa do advogado em Atibaia, no interior de S�o Paulo, em junho do ano passado.
Na avalia��o dos desembargadores, em julgamento em dezembro, n�o havia hip�tese legal para a expedi��o do documento. O entendimento un�nime foi o de que se tratou de "gera��o espont�nea", injustificada. O Coaf, por sua vez, disse ao tribunal que seguiu padr�o e se baseou em comunica��es de origens distintas. O Minist�rio P�blico Federal recorreu da decis�o que anulou o relat�rio.
O inqu�rito da PF � para identificar os agentes respons�veis pela eventual quebra de sigilo ilegal do advogado assim como os respons�veis pelo vazamento do documento.
O Coaf funciona como um �rg�o de intelig�ncia financeira do governo federal que atua sobretudo na preven��o e no combate � lavagem de dinheiro. Na gest�o Bolsonaro, foi transferido do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica para o Minist�rio da Economia, respondendo ao Banco Central. Com a mudan�a estrutural, o �rg�o foi rebatizado e passou a se chamar Unidade de Intelig�ncia Financeira (UIF).
Antes disso, o conselho foi alvo de disputa interna no governo, travada entre o presidente e o ent�o ministro Sergio Moro, que queria manter o �rg�o sob seu guarda-chuva. Moro chegou al�ar para a chefia do Coaf o servidor da Receita Federal Roberto Leonel, colaborador da Opera��o Lava-Jato nos tempos de auditor em Curitiba.
Como o relat�rio do Coaf foi anulado, o inqu�rito sobre Wassef aberto a partir do documento foi suspenso. A investiga��o mira em pagamentos de R$ 9 milh�es da JBS, empresa dos irm�os Joesley e Wesley Batista, a Wassef entre 2015 e 2019. Apura��es que come�aram de outras formas e que contam com outras provas est�o autorizadas a seguir.
Em setembro, o advogado virou r�u, ao lado de outras quatro pessoas, em um processo por peculato e lavagem de dinheiro supostamente desviados das se��es fluminenses do Servi�o Social do Com�rcio (Sesc), do Servi�o Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e da Fecom�rcio-RJ, como denunciou a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato no Rio.