
� o que aponta a reportagem “O sabotador”, publicada pela revista Piau� nesta sexta-feira (05/02).
A a��o de Bolsonaro colocou o Brasil em atraso em compara��o aos outros pa�ses. Cerca de 50 na��es come�aram a vacina��o antes. Al�m do atraso, o pa�s acabou sendo prejudicado em acordos de compra de novos imunizantes.
30 de julho
Segundo a reportagem, a primeira oferta, feita em 30 de julho, por meio do of�cio 160/2020, informava que o instituto tinha condi��es de fornecer “60 milh�es de doses da vacina a partir do �ltimo trimestre de 2020”.
A correspond�ncia, assinada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, foi endere�ada ao ministro da Sa�de, general Eduardo Pazuello.
A Piau� aponta que o Butantan nunca recebeu uma resposta sobre a oferta.
A correspond�ncia, assinada pelo diretor do Butantan, Dimas Covas, foi endere�ada ao ministro da Sa�de, general Eduardo Pazuello.
A Piau� aponta que o Butantan nunca recebeu uma resposta sobre a oferta.

18 de agosto
O Instituto, por sua vez, voltou a insistir em colocar a vacina no plano nacional em 18 de agosto. Por meio de of�cio, sob o n�mero 177/2020, o Instituto reafirmou a proposta.
Nesse documento, o Butantan se comprometia a fornecer 45 milh�es de doses em dezembro e 15 milh�es no primeiro trimestre de 2021, ao custo de 21,50 reais a dose.
Mais uma vez, ficou sem resposta.
Mais uma vez, ficou sem resposta.

7 de outubro
Em 7 de outubro, o Butantan decidiu tentar de novo e enviou outro of�cio ao Minist�rio da Sa�de. Dessa vez, alertando sobre a grande demanda pela CoronaVac no mercado mundial e, tamb�m, entre estados e munic�pios brasileiros.
No documento, o Instituto esclareceu que a vacina estava “em est�gio mais avan�ado para a administra��o na popula��o e com cronograma de entrega de grandes volumes j� a partir de janeiro de 2021”. “Sobre esta proposta, solicitamos a manifesta��o do minist�rio o mais breve poss�vel.”
De acordo com a reportagem, foi Covas que entregou o terceiro of�cio ao ministro da Sa�de.

Cerca de duas semanas depois, o Minist�rio da Sa�de mandou uma carta ao Butantan tratando da inten��o de comprar 46 milh�es de doses da CoronaVac, mas Bolsonaro logo deu ordens para suspender tudo e, publicamente, garantiu que n�o compraria nenhuma dose da “vacina chinesa do Doria”.
Na �poca, Bolsonaro desautorizou a compra em live feita no Instagram. “Um manda, outro obedesce”, relatou Pazuello na �poca.
Compra da CoronaVac

Enquanto Doria fazia discursos para implanta��o do imunizante, Bolsonaro negava sua efic�cia e adotava discursos negacionistas. Entre eles, o tratamento precoce e o uso de hidroxicloroquina. Nenhum desses m�todos tem comprova��o cient�fica contra a COVID-19.
At� que, em janeiro de 2021, depois de recusar as tr�s ofertas apresentadas no segundo semestre de 2020, o governo federal ficou com receio das investidas de Jo�o Doria, que estava ganhando popularidade em cima da vacina��o.
Por isso, o Minist�rio da Sa�de resolveu se comprometer a comprar as 54 milh�es de doses da CoronaVac. A vacina foi a primeira distribu�da e aplicada no Brasil.