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Estado de Minas

Amea�a de morte foi raz�o para demiss�o, avalia a vereadora Duda Salabert

Depois de 13 anos de Duda como professora de literatura, Bernoulli alega a dificuldade de conciliar o cargo de vereadora com a doc�ncia


06/02/2021 15:00 - atualizado 06/02/2021 17:14

Duda afirmou que o fator determinante para sua saída foram as ameças de mortes que recebeu(foto: Lucas Ávila/Astronauta Comunicação/Divulgação)
Duda afirmou que o fator determinante para sua sa�da foram as ame�as de mortes que recebeu (foto: Lucas �vila/Astronauta Comunica��o/Divulga��o)
Ao assumir como vereadora na C�mara Municipal de Belo Horizonte, a professora Duda Salabert afirmou que gostaria de conciliar o cargo pol�tico com a doc�ncia. No entanto, ela foi demitida do Bernoulli, grupo em que atuou por 13 anos como professora de literatura. O desligamento foi confirmado pelo grupo neste s�bado (6/2).

 
 

Ao EM, Duda afirmou que o fator determinante para sua sa�da foram as ame�as de mortes que recebeu. Nas mensagens, o agressor dizia que iria atingi-la e aos alunos na escola. Ela n�o acredita que a demiss�o tenha sido motivada por ser uma mulher trans. "N�o � s� a transexualidade. Sou uma transexual ame�ada de morte", afirma. 
 
Duda diz que esperava pela demiss�o desde quando recebeu os e-mails an�nimos. "A sa�da j� era esperada, depois de amea�as de morte que recebi. Sabia que a press�o dos pais era grande para me demitirem", avalia. Outro fator, segundo a vereadora, � a crise econ�mica que atinge as escolas. "Vivemos uma crise financeira e as escolas est�o preocupadas com or�amento. Houve uma queda de matr�cula", argumenta.
 
Duda, por�m, n�o pretende parar de lecionar. Ela planeja abrir um curso para educa��o de adultos, voltado para mulheres encarceradas. "Posso estar na pol�tica, mas sou professora", frisa. O trabalho ser� volunt�rio e as aulas gratuitas. Duda j� fazia trabalho semelhante no pr�-vestibular Transvest. 
 
A demiss�o de Duda revela a situa��o da popula��o trans no mercado de trabalho. Ela n�o atribui sua sa�da ao fato de ser uma mulher trans, mas lembra que ela era uma exce��o por ter um emprego formal e ainda na fun��o de professora.  Duda destaca que, no relat�rio da Associa��o Nacional de Travestis e Transexuais, apenas 4% da popula��o trans est� inserida no mercado de trabalho formal. "S�o raras as professoras transexuais contratadas, eu era uma exce��o", disse.
 
Duda lembrou que iniciou o processo de transi��o de g�nero, quando j� era professora do Bernoulli. "Iniciei transi��o l� dentro. Muitos pais reclamavam, mas a maioria dos alunos me acolheu e recebeu muito bem", diz. Ela lembra que, nas avalia��es de desempenho, sempre obtinha aprova��o acima de 80%.
 
Em nota, o Bernoulli informou que o motivo do desligamento est� relacionado � disponibilidade de tempo. A instittui��o afirmou que havia d�vida, se devido ao exerc�cio do cargo, Duda cumpriria os cronogramas.
 
"Reconhecendo o alto envolvimento de Duda e a dedica��o com que busca exercer sua nova atividade, e a imprevisibilidade de compromissos que cargos p�blicos como esse podem ter, n�o nos sentimos seguros de que todos os nossos cronogramas seriam cumpridos", informou o grupo.

A nota refor�a a contribui��o dada ao grupo que preza pela excel�ncia no ensino. "Reconhecemos a imensa contribui��o dada por Duda na forma��o de milhares de alunos que passaram por nossa escola por todos esses anos. Desejamos sucesso e realiza��es para ela em sua nova trajet�ria". O texto ressalta que o grupo mant�m o compromisso com a defesa da diversidade. 
 
"Refor�amos tamb�m nosso intenso trabalho na forma��o do pensamento cr�tico pautado sempre pelo respeito, toler�ncia, diversidade e inclus�o". 


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