
A vacina russa Sputnik V � vista como uma das alternativas. Pelo Twitter, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), garantiu que vai aproveitar a videoconfer�ncia para pedir a habilita��o de leitos e o repasse de vacinas. O encontro est� previsto para iniciar �s 15h.
Os governadores querem que a sa�de federal requisite, administrativamente, medicamentos e insumos em falta. A ideia � que a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) d� suporte durante o processo de fixa��o de pre�os de refer�ncia.
A requisi��o administrativa � um mecanismo que permite, ao poder p�blico, a utiliza��o de bens ligados ao setor privado, com indeniza��o posterior. O pagamento imediato dos leitos cl�nicos e de terapia intensiva credenciados pela rede p�blica tamb�m � reivindica��o dos gestores estaduais.
“Estamos em contato com o Minist�rio da Sa�de e aguardamos o envio de mais doses de vacinas pelo governo federal, o quanto antes, para ampliar a vacina��o em Minas. Refor�arei esse pedido amanh�, em reuni�o com o ministro da sa�de. Tamb�m pediremos apoio na habilita��o de leitos de UTI”, escreveu Zema, no fim da tarde desta ter�a (15).
Outro pedido ao Pal�cio do Planalto � que os estados sejam informados das quantidades de vacinas que devem ser repassadas mensalmente, at� junho, aos estados. Eles tamb�m solicitam que a data prevista para a chegada de cada remessa seja informada.
As administra��es locais apontam que o acompanhamento de cada passo do processo pode aprimorar os planejamentos, evitar a interrup��o das campanhas de imuniza��o e permitir que as segundas doses sejam aplicadas no tempo correto.
“O que programamos em janeiro foi chegar em abril vacinando 25% da popula��o brasileira, 50 milh�es de pessoas, onde est� o grupo de maior risco. Pelo que j� aconteceu no Brasil, esse grupo responde por 70% das interna��es e dos �bitos. Vacinar esse grupo � o que vai, de maneira segura, nos levar a salvar muitas vidas e afastar o risco de colapso que vemos em muitas regi�es do Brasil. H� uma proposta para chegarmos a 50% (de vacinados do grupo de risco) em junho”, diz, ao Estado de Minas, o governador piauiense Wellington Dias (PT).
Ele � coordenador da tem�tica de vacina no F�rum Nacional de Governadores e presidente do Cons�rcio Nordeste, que re�ne os representantes dos estados da regi�o.
No in�cio deste m�s, o Congresso aprovou lei que d� cinco dias de prazo � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) para a an�lise das vacinas j� aprovadas no exterior. O texto, contudo, ainda n�o foi sancionado por Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente da ag�ncia reguladora, Ant�nio Barra Torres, chegou a asseverar que pediria ao Planalto o veto do texto.
Busca por vacina da Sputnik
Por ora, o pa�s pode utilizar, emergencialmente, a vacina do Instituto Butantan, produzida em parceria com a chinesa Sinovac, e o composto da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligado ao cons�rcio entre a Universidade de Oxford e o laborat�rio AstraZeneca.
O f�rum de governadores pleiteia a libera��o da Sputnik V, que em solo brasileiro � representada pela companhia Uni�o Qu�mica. Os nordestinos, inclusive, assinaram memorando com op��o de compra de 50 milh�es de exemplares.
Para que o acordo para a aquisi��o seja concretizado, � preciso saber a quantia garantida pelo governo federal — visto que vacinas excedentes precisam seguir as regras do plano de imuniza��o.
“A gente precisa sair da reuni�o com a certeza do que vai ser o cronograma de entrega em fevereiro e nos meses seguintes. Assim, garantimos o planejamento para n�o causar tumulto e, ao mesmo tempo, ter as condi��es para dizer que os estados est�o prontos para ampliar a vacina��o com os contratos que t�m”, explica Wellington Dias.
O imunizante da R�ssia tem 91,6% de efic�cia quando injetado em pessoas com sintomas da virose. Na semana passada, quando foi ao Congresso Nacional, Pazuello assegurou que negocia a importa��o de 10 milh�es de inje��es.
Dias acredita, ainda, que o governo pode atuar para agilizar a libera��o de outras vacinas, como as produzidas por Moderna, Pfizer e Jansen. Elas comp�em o Covax Facility, cons�rcio montado pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).
Gargalos futuros j� preocupam
H� temor, ainda, sobre os reflexos da pandemia para o sistema de sa�de. As unidades da federa��o j� cobram a montagem de plano para aliviar as filas de espera por procedimentos ligados a outras doen�as, adiados em face da COVID-19. A ideia � que mutir�es do tipo sejam postos em pr�tica quando o processo de vacina��o estiver em est�gio avan�ado.
Reivindica��es dos estados ao Minist�rio da Sa�de
- Divulga��o de cronograma detalhado de vacina��o, m�s a m�s (at� junho), com datas previstas para a chegada das remessas aos estados;
- Pagamento imediato de leitos cl�nicos e de UTIs utilizados por estados e munic�pios;
- Requisi��o administrativa de rem�dios e insumos faltantes;
- San��o da medida provis�ria que agiliza processo de an�lise de outras vacinas, como a Sputnik V, pela Anvisa.