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Estado de Minas POL�TICA

Marina Silva se v� longe da disputa em 2022 e sugere frente pr�-Ciro

Marina pretende se aposentar como professora e abriu m�o da aposentadoria como senadora


28/02/2021 16:00 - atualizado 28/02/2021 19:52

Sua militância virtual, porém, segue intensa(foto: AFP / Juan BARRETO)
Sua milit�ncia virtual, por�m, segue intensa (foto: AFP / Juan BARRETO)
Depois de receber 1% dos votos em 2018 na sua terceira tentativa de chegar � Presid�ncia da Rep�blica, a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede), de 63 anos, diz n�o ter planos de se lan�ar em uma nova disputa em 2022. Vivendo em isolamento social em Bras�lia, ela afirmou em entrevista por telefone ao Estad�o que s� saiu de casa uma vez desde o dia 1.º de mar�o do ano passado, para ir ao m�dico.

Sua milit�ncia virtual, por�m, segue intensa. Ela faz palestras - Marina pretende se aposentar como professora e abriu m�o da aposentadoria como senadora - e lidera os debates do partido que criou, a Rede Sustentabilidade. Atualmente, a legenda elabora estrat�gias para sobreviver � cl�usula de barreira no ano que vem.

No precoce tabuleiro eleitoral que se formou, Marina sinaliza apoio a Ciro Gomes (PDT) como o mais forte para quebrar a polariza��o entre o PT e o presidente Jair Bolsonaro, embora diga que, antes de nomes, o mais importante � discutir projetos.

A sra. tem disposi��o para disputar uma nova elei��o presidencial?

N�o gosto de trabalhar com essas conjecturas. Depois de ter 1% dos votos numa elei��o, e diante de tanta gente que teve um melhor desempenho, � dif�cil algu�m fazer essa proposta. Principalmente prevalecendo esse crit�rio de que se discute primeiro as m�tricas eleitorais, em termos de voto, e n�o m�tricas qualitativas, em termos de programa. A �nica coisa que posso dizer � que tenho me dedicado o tempo todo a construir o que � melhor para o Brasil. Tenho essa disposi��o para o di�logo. N�o sou do tipo que acha que um bom projeto de pa�s s� funciona comigo.


Como tem sido a rotina da sra. na pandemia?

Estou em isolamento social desde o dia 1º de mar�o do ano passado. J� tenho 63 anos. � de conhecimento p�blico que sou uma pessoa hiperal�rgica e asm�tica. S� tenho me comunicado com a minha filha que mora aqui do lado. Eles est�o em isolamento tamb�m. S� sa� do condom�nio uma vez para ir ao m�dico.


Como avalia o cen�rio da pandemia no Brasil, que bate recorde de mortes, e a estrat�gia dos governadores?

N�o h� d�vida de que o Brasil est� sendo avaliado como o pa�s com o pior desempenho na condu��o das medidas de sa�de em rela��o � pandemia. Isso se deve ao fato de o governo ter desistido de cuidar da popula��o brasileira e pela politiza��o, que transforma tudo em c�lculo eleitoral. Se o c�lculo eleitoral dissesse que fazer lockdown daria algum tipo de dividendo, era isso que teria sido feito. O governo federal, por sua vez, criou todas as dificuldades poss�veis para se adquirir a vacina. A politiza��o eleitoreira de um tema que tem a ver com a vida das pessoas � um atraso civilizat�rio. O negacionismo tem v�rias formas. Tem o ideol�gico e primitivo, que � colocado em palavras pelo presidente Bolsonaro, que lavou as m�os, e outro � o negacionismo disfar�ado, que maquia o que a ci�ncia est� dizendo com uma �tica de conveni�ncia. Se n�o fosse o trabalho que a m�dia tem feito, a sociedade brasileira estaria totalmente � deriva.


O PT j� colocou o "bloco na rua" para 2022 com Fernando Haddad. No PSDB, Jo�o Doria j� se movimenta como candidato e Bolsonaro trabalha abertamente pela reelei��o. A Rede ter� candidato ao Pal�cio do Planalto?

H� um erro no que est� sendo feito. O Brasil vive um cen�rio de isolamento no �mbito nacional e agravamento da pandemia, mas se cria aqui o falso dilema de que o mais importante � discutir os nomes. O mais importante � discutir qual � o projeto. Eu participo de um campo do qual fazem parte PDT, PV, PSB, Rede e o Cidadania, que tem sido convidado. H� concord�ncia que neste momento temos que adensar um projeto que leve os setores do campo da esquerda democr�tica, da centro-esquerda e progressistas a ter um projeto que recupere o Brasil para um percurso civilizat�rio coerente com o que � uma democracia ocidental. O Brasil n�o pode ficar trancado do lado de fora achando que pode queimar floresta.


Dentro desse coletivo partid�rio � poss�vel chegar ao consenso em torno de um nome? Nestas legendas tem a sra. e o Ciro Gomes...

O Ciro j� tem o nome dele colocado desde o in�cio, o que � leg�timo. O que estamos fazendo � um apelo ao campo da esquerda democr�tica n�o dogm�tica, da centro-esquerda, dos setores progressistas e de centro-direita que pensam em primeiro lugar no Brasil. � nesse lugar que estamos nos articulando, e com uma pessoa que tem uma experi�ncia pol�tica, administrativa e de pol�tica nacional que j� colocou seu nome, que � o Ciro Gomes. Ele est� fazendo esse di�logo maior, que n�o � em torno do nome, mas do projeto. O pior dos mundos � criar a velha polariza��o que existia, entre PT e PSDB, e deixar o tempo todo o brasileiro em terceiro. Agora seria a velha polariza��o, mas entre Bolsonaro e Lula ou PT. Agora � o momento de a sociedade assumir o primeiro lugar. Tenho a tranquilidade de quem j� perdeu tr�s campanhas, j� procurei dar uma contribui��o.


Acredita ent�o que Ciro pode liderar uma terceira via em 2022?

O Ciro Gomes tem legitimidade, compet�ncia e capacidade para se colocar, mas eu acho que ele pr�prio n�o est� trabalhando com essa ideia de terceira via. Ele e todos n�s buscamos a recupera��o sustent�vel da economia brasileira, a dignidade humana, a defesa da democracia, da liberdade de express�o e das institui��es. Queremos uma primeira via. E que nessa primeira via o Brasil seja capaz de colocar em primeiro lugar a sa�de do seu povo.

Como avalia o nome do Luciano Huck para 2022? Ele tem conversado com a esquerda.

Numa democracia � leg�timo que surjam nomes. Caber� ao debate democr�tico mostrar os compromissos, ideias, alinhamentos pol�ticos e evitar que haja uma pulveriza��o de tal forma que permita a continuidade daqueles que est�o fazendo mal ao Brasil. � importante que surjam novas lideran�as no cen�rio pol�tico. � importante que tenha surgido o nome do Luciano e que um jovem de sucesso como apresentador tenha a inten��o de contribuir com o processo pol�tico do Brasil. Eu advogo a renova��o da pol�tica n�o s� no discurso, mas tamb�m dos quadros. Mas acho que ele tem alguns problemas claros a serem enfrentados. A fragilidade da articula��o em torno da qual a m�dia est� falando que ele est�, com o DEM e o PSDB. A gente ouve que h� essa articula��o (dele) em torno do DEM e do PSDB. O DEM na elei��o da (presid�ncia) da C�mara foi para o Bolsonaro. O PSDB tem o Doria. Tem a� um desafio muito grande. Ele (Huck) precisa refletir muito.

Descarta uma alian�a com o PT em uma eventual frente contra Bolsonaro?

Quando o PT j� se coloca a priori como tendo Lula ou Haddad como candidato, ele n�o est� entendendo o que est� acontecendo. Esse � o momento de olhar de baixo para cima para enxergar o que est� acima de n�s, e n�o se candidatar � perman�ncia da velha polariza��o. O PT tem uma for�a gravitacional enorme e � um ator importante no processo pol�tico, mas a sua import�ncia estrat�gica ser� medida pela capacidade de verificar que nem sempre aqueles que t�m for�a gravitacional para polarizar mais conseguem ter a maior credibilidade para derrotar aquele que precisa ser derrotado neste momento. Mais uma vez o PT aponta para uma pol�tica de exclusividade, de n�o considerar a gravidade do momento e ficar discutindo pessoas. Os partidos e lideran�as precisam ter um pouco mais de humildade.

A Rede recorreu ao STF contra a decis�o que impede a fus�o de legendas fundadas h� menos de cinco anos. Ano que vem ser� a prova de fogo dos partidos pequenos para superar a cl�usula de barreira. A ideia � fundir a Rede com outra legenda?

A Rede n�o est� considerando a fus�o. Esse debate foi feito em 2019 e algumas pessoas da Rede achavam que era melhor uma fus�o com o Cidadania. Tenho um respeito enorme pelo Roberto Freire, mas a nossa escolha � que a Rede � necess�ria. Tomamos essa decis�o mesmo n�o tendo (recursos do) Fundo Partid�rio.

Se a Rede n�o considera a ideia de fus�o, por que recorreu ao STF?

A democracia existe para que as pessoas possam ter o direito de escolha. O fato de eu n�o querer fazer uma coisa n�o significa que vou criar um mecanismo para todos pensarem igual a mim. Eu posso n�o querer a fus�o neste contexto, mas � poss�vel que em outro contexto isso possa vir a ser desejado.

A sra. defende a proposta de federa��o partid�ria para superar a cl�usula de barreira?

Esse debate vem sendo feito e a Rede participa dele, junto com PCdoB e PV. Isso possibilitaria aos partidos que t�m programa, ideal e n�o s�o fict�cios de poderem existir com suas identidades e programas. Esse debate est� sendo feito, sim, entre partidos. Toda discuss�o na reforma eleitoral foi punir e acabar com os partidos de aluguel.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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